Mas sabes, ter esta consciência é…
…libertador.
Iria cumprir o meu papel, fosse ele qual fosse, sem hesitações. Afinal,
aparentemente, teria de o cumprir de uma maneira ou de outra. Pelo menos
tentaria ter algumas das variáveis sob controlo.
No dia seguinte passei por uma loja de material electrónico e comprei o que
precisava para fazer um periférico que liguei ao computador. Era um sensor de
chuva. Assim, atravéz de um “trigger” o computador gravaria automaticamente a
chuva que caísse, fosse a que horas fosse, estivesse eu em casa ou não. Desta
maneira garanti que nada me escaparia.
Passei a noite a construir o periférico. Felizmente não choveu.
Ocorreu-me que precisava em definitivo de um disco rígido de maior
capacidade e essa foi a compra que passou para o topo das minhas prioridades.
Os dias seguintes foram mais calmos. De facto, se ainda algumas pessoas me
olhavam de lado na paragem de autocarro, já poucas o faziam. Voltava ao meu
anonimato, ou por outra e sendo mais especifico, à minha invisibilidade. Desapareci
novamente dos olhos do mundo, tal como queria.
Entretanto comecei a delinear o que fazer caso houvesse mais mensagens.
Agora que tinha decidido um rumo havia que pensar no que viria para a frente.
Havia que adaptar a minha mascara a esta nova realidade e tentar calcular com o
máximo de precisão possível para onde iria o rumo dos acontecimentos. Mas não
era fácil. Afinal eram circunstâncias invulgares, percebes?
Estava, decididamente em território de ninguém, sem referências.
Mas então apercebi-me de que havia referência. No sítio mais insuspeito de
todos.
O antigo testamento estava pejado de histórias de profetas, homens que
ouviram a voz de Deus e que mesmo contra a sua vontade se sentiram compelidos a
agir de determinadas maneiras. E quase todos puseram a vida em risco ao
fazê-lo.
Agarrei na bíblia e comecei a ler. Comecei pelo livro do profeta Isaías.
Seria, talvez o melhor exemplo.
E aos poucos fui adaptando a minha mascara e fui-me preparando para o que
viria.
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O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!