Entram no ginásio. Ele faz sinal para
esperar, agarra numa cadeira que está encostada à parede, perto da porta,
leva-a até ao centro da sala e pousa-a colocada de frente para o sofá que está
encostado à parede mais distante. Depois, olha em volta como quem procura algo
e quando parece ter encontrado, dirige-se a uma tiras de seda que estão por ali
e que ela costuma usar, quer nas suas actuações, quer nos treinos. As luzes não
estão acesas, pelo que a única claridade é a que entra pelos vidros enormes
vinda das luzes da piscina e que lança ondas de luz pelas paredes que imitam o
suave ondular da água.
Ele volta, leva-a pela mão
através da sala, sem dizer uma palavra. Tira um lenço do bolso, dobra-o num
triângulo e enrola-o, estende a tira de pano na mão, à altura dos olhos dela e
olha-a, procurando o seu consentimento. Ela dá-o com um aceno de cabeça e ele
coloca a venda sobre os seus olhos, o que, com a fraca luz, a impede totalmente
de ver.
- Quero todos os teus outros
sentidos bem despertos. – Diz-lhe ao ouvido.
A seguir chegam a ela apenas
ruídos de movimentos dele até que sente outra tira de pano junto aos seus
lábios, instando-a a abrir a boca, o que ela acaba por fazer e sente o pano a
passar na sua boca aberta e a ser atado atrás, na sua nuca, amordaçando-a.
Ela pergunta-se onde é que ele
irá com tudo isto, mas está tão quente e a sua cabeça tão leve que, neste
momento, estaria disposta a quase tudo.
Só então, começou a despi-la
com calma e é pena que ela não veja o brilho nos olhos dele enquanto a admira.
Faz a sua roupa deslizar por cima da sua pele, deixa um dedo percorrer o seu
braço, do ombro ao pulso de forma extremamente suave. Ela deixa-se ficar quase
imóvel, mexendo-se apenas o indispensável para que ele termine a tarefa de a
despir e ele retira toda a sua roupa evitando dar o mínimo toque que seja na
sua pele ou em qualquer parte do seu corpo, fazendo com que seja apenas o
tecido a deslizar nela. Deixa-lhe apenas os sapatos de salto, que ela sabe que
fazem as suas pernas deliciosas ficarem mais esbeltas ainda, definindo os seus
músculos, empinando o seu rabo. Nada mais fica no seu corpo.
Ele, com cuidado, senta-a. Com
as tiras de seda começa a atá-la à cadeira. Primeiro as mãos atrás das costas,
que a obrigam a ir para trás e a empinar o seu peito firme, que ele olha como
quem lhe apetece tocar ou beijar, mas contêm-se. Em seguida ata os tornozelos,
aos pés da cadeira, mas faz o excedente das tiras de seda subirem enroladas nas
suas pernas até aos seus joelhos e depois passa-as para trás dela e da cadeira,
onde as ata uma à outra de maneira a forçar as suas pernas a ficarem abertas e
a mantê-la ali, exposta.
Ela continua apenas a sentir
tudo isto na sua pele e o seu coração começa a bater, sentindo-se um pouco
receosa.
Por fim, ele agarra numa
garrafa de água que está por ali e senta-se à sua frente e olha para ela,
observando a mulher magnífica que tem diante de si.
Abre a garrafa de água, e
deita um pouco para dentro de um copo, acende um cigarro de erva, espalhando o
cheiro e o fumo pela sala, dá uma baforada lenta, longa, sempre sem tirar os
olhos dela, levanta-se, caminha de novo até ela, tira-lhe a mordaça, dá-lhe o
cigarro à boca, e ela dá também uma passa longa, trava longamente, e sente um
abandono e uma leveza, ao mesmo tempo que o seu corpo parece electrificar-se
ainda mais. Ele volta a pôr-lhe a mordaça, afasta-se e senta-se novamente,
continua a fumar, e ela, embora não consiga ver, consegue sentir o olhar dele e
isso dá-lhe… prazer!
- Sabes o que talvez te faça
daqui a pouco? Ele observa a sua reacção à voz.
- Daqui a pouco vou pegar numa
pena. Vou até ti e, o mais suave que conseguir, vou passá-la pelo teu lado,
desde o teu sovaco até à tua anca.
Ele observa-a intensamente,
lendo as suas reacções.
- Faz cócegas, não faz? Eu sei
que sim. Vê uma pequena contorção nela. Sorri.
- Vou desenhar arabescos na tua
pele com a pena, sabes? Passá-la no peito do pé e subir pela tua perna,
devagar, sempre em desenhos não muito lineares. No teu pescoço. Arrepia, não é?
Ele vê claramente o arrepio
que passa na sua pele, enquanto lhe diz isto.
- Vou fazê-la descer pelo teu
corpo, assim pelo meio do teu peito. Depois numa espiral, vou fazê-la subir
pelo teu peito esquerdo, até chegar ao mamilo, e vou afagá-lo.
Um rubor que sobe pela face
dela, sinal claro de a ter afectado. Ele consegue ver o mamilo a ficar rijo,
erecto, e observa-o atentamente. Bebe um gole de água, sentindo a boca seca e
percebe que é ela que o está a deixar sem saliva.
- Depois vou pegar num cubo de
gelo, vou fazê-lo derreter um bocadinho nos meus dedos e deixar pingar a água
gelada mesmo abaixo do teu pescoço, ao cimo da tua espinha, gota a gota, e vou
deixá-las correr pelas tuas costas.
O objectivo dele é claramente
alcançado quando vê um arrepio que percorre o corpo dela.
- Aposto que gostavas que te
tocasse, não? – Ela nem tenta responder – Sei que sim. Sei que quando fizer
isso os teus mamilos vão ficar ainda mais erectos e quando acontecer vou
sorvê-los com meiguice para a minha boca, chupá-los suavemente, passar a minha
língua só na ponta… Gostas? – Ela continua imóvel, com a respiração a ficar
ofegante – Vou agarrar os teus peitos com as minhas mãos, juntá-los para poder
beijar ora um ora outro. É isso que queres, não é?
Não há resposta, mas ela é
óbvia no brilho da humidade que começa a envolver o seu sexo. Ele olha com mais
atenção nesta luz e vê difusamente a humidade no clítoris que começa a ficar
excitado.
Depois vou descer devagar do
teu peito, em beijos suaves. Vou beijar o teu corpo e saboreá-lo, sabias? – Ele
vê como ela se contorce ligeiramente ao som das palavras, dá mais uma passa
longa, levanta-se novamente e aproxima-se, o coração dela dispara, quer ser
tocada, por ele, anseia pelo seu toque, mas apenas sente de novo a mordaça a
ser afastada e o cigarro nos seus lábios. Dá mais uma passa longa com a
esperança que a droga ajude a adormecer um pouco este turbilhão de sentidos,
embora saiba que, provavelmente, vai acontecer precisamente o contrário, e
sente-se triste, quase desesperada quando ele lhe volta a pôr a mordaça e o
sente a afastar-se novamente e sentar-se. Fica à espera que ele continue.
- Vou descer até beijar a tua
virilha, passar a minha língua devagar. Gostas?
Sente-se o cheiro do sexo dela
no ar e é mais que óbvio, no tom de voz dele, que isso o excita, o facto de a
saber excitada.
- Sabes, depois disso tudo vou
colar a minha boca ao teu sexo, vou sugar o teu clítoris com suavidade, … – ela
contorce-se na cadeira – vou saboreá-lo como se fosse um prato num menu de
degustação.
Ela contorce-se ainda mais.
Ele dá mais uma passa longa e trava, fecha os olhos tentando fazer diluir um
pouco as emoções. Finalmente expira e confessa:
Quero-te, sabes? Muito mesmo.
Quero beber-te, porque estou completamente sedento de ti e vou fazê-lo. Quero
muito passar a minha língua pelos lábios do teu sexo, metê-la bem dentro de ti,
foder-te com ela, senti-la inundada do teu sabor...
As palavras atingem-na com a
força de um carro a alta velocidade e a mordaça apenas abafa os seus gemidos.
Gemidos de prazer. Gemidos de tesão, mesmo. Começa a ser cada vez mais óbvio o
prazer que ele tem em conseguir provocar-lhe tudo isto apenas anunciando-lhe as
suas intenções.
- És uma mulher linda, uma
fêmea magnífica e eu vou beber-te toda, até sentir o teu orgasmo. Vou colar a
minha boca ao teu clítoris quando ele estiver a chegar. Quero sentir o teu
corpo a tremer de tesão,... – E ela sente o corpo tremer – …quero-te quente na
minha boca. Quero que me dês todo o teu prazer, e tu vais dar não vais? Vens-te
toda para mim, não vens? Dás-me o teu gozo todo a beber? Dás?
Ela não consegue conter mais a
torrente de sensações que se espalham e liberta-se num orgasmo violento que
começa a percorrer o seu corpo amarrado e vendado com uma intensidade que faz
tudo o que já fez esta noite parecer um mero rato ao lado de um elefante. Está
plena de sensações.
- Eu sei que te vais vir assim
para mim, e eu vou querer que o teu orgasmo seja longo. – E é – Quero que mate
a minha sede de ti. – Ela continua a contorcer-se, com gritos abafados e com o
seu corpo perfeitamente ao rubro, sacudido violentamente pelo que sente.
- Dás-me tudo não é? Sem parar…
Ele sente o gozo dela, vê o
líquido que escorre do seu sexo e que molha o tampo da cadeira. Ela, sem dúvida
alguma, apetece-lhe
Quando ela finalmente se
acalma, quando o seu corpo relaxa, deixa-a ficar um pouco em descanso, no
silêncio.
Ele acaba de beber a água.
Está sedento, mesmo. Mas não é de água a sede dele e a água não a mata.
Levanta-se e dirige-se a ela.
Desata-a com calma e passa as
mãos ao longo dela, sentindo o calor da sua pele.
Tira-lhe a mordaça e dá-lhe,
finalmente, um longo e lânguido beijo nos teus lábios e deixa que a sua língua
se envolva na dela, que dancem ambas ao ritmo do desejo que sentem.
Sussurra-lhe ao ouvido:
- Espera um minuto.
Ela faz-lhe a vontade até que
ouve a porta a encostar devagar e tira a venda, por fim.
Ele já saiu.
Ela levanta-se, veste-se e
volta para o quarto sem saber o que pensar… Mas com um sorriso nos lábios…
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