Era notória
a
dúvida
que
ia
na
cabeça
de
Andreia
quando
chegou
ao
escritório.
Estava
ali,
de
pé,
sem
saber
o
que
fazer
a
seguir
ou
como
reagir.
Assustou-se
quando
César entrou.
- Pode
sentar-se. – Disse ele secamente, mais ordenando do que informando. E ela assim
o fez enquanto ele dava a volta à secretária e se sentava à sua frente.
Depois ele ficou uns longos
minutos apenas a observá-la sem dizer uma única palavra.
Andreia simplesmente corava,
com um desconforto crescente, olhava para ele de relance e via-lhe os olhos
fixos em si como se estivesse a tentar ver-lhe a alma. Sentia o silêncio a
abater-se sobre ela e as paredes do escritório amplo a ficarem cada vez mais
próximas. Sentia-se claustrofóbica ali e a presença daquele homem era cada vez
maior.
Ao fim de um tempo que lhe
pareceu uma eternidade, mas que na realidade não tinha sido mais de dois
minutos ele sorriu e passou-lhe um papel para a mão.
- Leia
cuidadosamente. – Disse.
Ela leu com calma. Era um
contrato de trabalho que a obrigava a uma confidencialidade absoluta. De tal
forma que se alguém lhe perguntasse o que ele acabara de dizer quando lhe dera
o papel para a mão ela não o poderia revelar sob pena de ter um processo
judicial de tal forma absurdo que raiava o impensável.
- Como
calcula D. Andreia, …
- Só
Andreia, por favor…
- Como
calcula Andreia,… – retomou ele – …a confiança que tenho de ter em si é
absoluta. Mas eu não confio em ninguém. Como tal tenho de me precaver. Se
concordar, assina. Caso o faça quero que saiba que preciso da sua total
disponibilidade, seja a que horas for. Como tal, se quiser mudar-se para aqui,
está à vontade. O seu ordenado será o que está na última página, bem como as
suas folgas. Vou deixá-la sossegada algum tempo para que pense e decida.
E dito isto levantou-se e saiu
deixando-a sozinha.
Desceu as escadas, voltou ao
hall onde ainda estava o restante staff da casa.
- Façam
uma lista de tudo o que precisam. Desde comida, electrodomésticos, trens de
cozinha, ferramentas de jardinagem, produtos de limpeza… Seja o que for. Têm o
dia de hoje para fazer esse levantamento. Algum de vocês conduz?
O Sr. João acusou-se.
- Muito
bem. Amanhã irei comprar um carro que ficará ao vosso serviço. Poderão durante
o dia de amanhã fazer as compras que sejam necessárias. Para já, e uma vez que
temos de comer, convém mandar vir qualquer coisa.
- Há
um restaurante na vila que faz comida para fora… – Aventurou a D. Josefina – …e
que é muito boa. Eu já lá trabalhei…
- Muito
bem. Peça o menu pelo telefone e depois encomendamos, nem que vá lá eu buscar a
comida.
- Sim
senhor. – Disse ela, dirigindo-se para o telefone. Os outros, prontamente,
começaram a tentar procurar os cantos à casa para saber o que fazia falta.
Já César subiu as escadas e
voltou ao escritório. Ao entrar reparou que Andreia continuava nervosamente
sentada mas o contrato estava já assinado em cima da secretária.
- Bem-vinda,
Andreia. – Disse – Espero que nos venhamos a dar muito bem.
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