terça-feira, 28 de julho de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXIII

XXIII – -Dás-me um autógrafo?

Quinta-feira.
Se, por um lado estava mais que ansioso por que Sábado chegasse, por outro não podia estar mais nervoso! Estava num tal estado de ansiedade que não me conseguia concentrar em nada!
Quando sai do trabalho tomei uma resolução! Quanto mais não fosse para ganhar mais alguma confiança, ou por outra, alguma confiança visto que não tinha um pingo dela, arranquei para a casa nova do Abel, que, ao fim ao cabo, nem sequer conhecia ainda!
Cheguei, bati à porta, ainda mais nervoso porque a acumular à ansiedade havia o problema de ir praticar o “tornado centrifugador” com ele e, enquanto esperava que me abrisse a porta, só pensava “Caramba, rapaz! Respira fundo, acalma-te, faz-te um homem e vai lá curtir com o Abel!”. Eu sei que isto não parece, de todo, bem, mas, naquela altura, tinha a sua lógica…
Mas adiante!
A porta foi aberta e eu nem tive coragem de olhar bem para o Abel! Entrei de rompante passando por ele e disse:
-Vim de repente para treinar o Tornado Centrifugador contigo! E ainda bem que já estás vestido assim… - uma vez que já estava vestido com a peruca loira e com um mini-vestido provocante…
Aquilo de que não me apercebi é que, na realidade, não era o Abel! E, se não era o Abel, podem bem imaginar quem era!
O problema, mesmo, é que, francamente, até tinha medo de levantar os olhos e encarar o Abel, porque se o fizesse quase de certeza que desistia desta ideia que, apesar da minha ansiedade e insegurança, parecia cada vez mais parva a cada segundo que passava!
Já a Tisha, ficou surpreendida com a minha entrada de rompante e estava para dizer algu-ma coisa mas, depois de insistir várias vezes com o Abel para ter uma repetição do Tornado Centrifugador, tendo este sempre recusado por motivos óbvios, e tendo-se apercebido que eu a estava a confundir com o Abel e que conhecia a técnica, sorriu para ela própria.
“Ele pensa que eu sou o Abel! E vem para treinar o Tornado!” Pensou! “Eu não devia… Mas…”
-Não estava à tua espera, mas não há problema, meu querido! – Disse ela, tentando engrossar um pouco a voz para ficar o mais parecida possível com a do Abel – Mas olha, hoje vamos experimentar uma coisa diferente que vai dar melhores resultados… - e, com um lenço opaco, vendou-me rapidamente!
-Achas isto necessário?
-Mas claro. A privação de um sentido deixa todos os outros mais alerta… - “e reduz a possibilidade de perceberes que não sou o Abel!” - …e isso vai-te fazer sentir tudo com mais intensidade…
-Sim, têm alguma lógica!
-A venda não está muito apertada?
-Não, está bem assim!
Entretanto ela começou-me a despir!
-Abel, que é que estás a fazer?
-Bem assim vais ficar mais à vontade, não achas?
-Mas, pá, não fico confortável nu ao pé de ti!
-Não te preocupes que eu não vou tentar fazer nada! É só por uma questão de ficares completamente à vontade…
E eu lá deixei! Depois de ela me tirar as calças, deixando-me como eu vim ao mundo, pôs-se a olhar bem para mim.
“Não está mal…” - pensou - “Belo rabinho! E se o rapaz não desse para o outro lado havia aqui muito potencial de talento…”
-Anda cá… - E guiou-me até ao centro da sala onde me sentou num pequeno puf em fren-te ao sofá. Tirou rapidamente as cuecas, recostou-se no sofá à minha frente de pernas bem abertas e perguntou:
-Estás pronto?
Duvidei!
-Pá, se queres que te diga, nem sei…
-Mas queres praticar ou não?
Pensei no encontro daí a dois dias…
-Sim, bora lá!
Ela agarrou-me na cabeça e colou os meus lábios directamente aos seus outros lábios.
-Pá, isto sim, é um beijo molhado! E olha lá, estiveste a comer salgadinhos?
-Porquê?
-Tens um sabor salgado…
“Ele julga que me está a dar um beijo na boca!”
-Sim, sim, estive a comer uns amendoins salgados…
-Bem que me parecia… Mas estava a ir bem?
-Paraste logo, portanto ainda não deu para ver bem!
-Pá e a tua língua?
-Eu quero e ver como mexes a tua! Dá-me lá um beijo como deve de ser…
E eu dei, aplicando todos os conhecimentos que o Abel me tinha passado!
“Ai! Ai, ai ai! Ai meu Deus que eu não posso fazer barulho senão ele descobre… AAAIIIII! Fosga-se parece que têm duas línguas… “
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
-Pera lá… - Parei eu de repente - …como é que tu gritaste se eu te estava a beijar? – E tirei a venda, olhei para a minha frente e vi a mais que familiar vulva da:
-Tisha Montes!!!!! – E olhei mais para cima e tive a certeza absoluta que não era o Abel e a última coisa que disse antes de cair para o lado foi:
-Dás-me um autógrafo?

***

“Ó meu Deu, e agora o que é que eu faço?” – Pensou a Tisha. A primeira reacção foi ligar ao Abel, mas conteve-se! E se o Abel se chateasse com ela a sério?
Agarrou no meu telemóvel e começou a passar pela lista de contactos. Para além do número do trabalho havia apenas mais quatro números registados, o do Abel, o do Francisco, de quem o Abel já lhe falara, o de uma tal de Lita e, o último, de uma Cris.
Uma vez que ligar para o Abel estava fora de questão, não lhe pareceu boa ideia ligar para o Francisco, pelo que só sobrava a Lita e a Cris.
“Mas quem é que só tem quatro números registados no telemóvel?” Perguntou-se. Estava na dúvida a quem ligar. Lita ou Cris?
Resolveu-se pelo nome da Cris. Abriu o contacto e, para sua surpresa, o número pareceu-lhe familiar.
Ligou!
-Tou, Freddy, onde é que tu andas?
-Não é o Freddy… Cris, és tu?
-Bem, aparentemente sou. Com quem é que estou a falar?
-Com a Tisha!
Ficou um silêncio do outro lado!
-Lembras-te de mim?
-Tisha Montes?
-Sim…
Do outro lado a Cris pensava “Porra! O mundo já era pequeno, mas parece que está a encolher…”
-Mas como é que me estás a ligar do telemóvel do Freddy?
-Bem, é que ele está aqui comigo mas desmaiou em cima da minha c… no meu sofá! Tou-te a ligar para ver se podes vir cá ajudar-me e ajudá-lo…
-Já tou a caminho…

***

Conforme a Tisha abriu a porta, olharam uma para a outra, duas velhas amigas que já não se viam há anos e abraçaram-se de imediato.
-É tão bom rever-te, Cris…
-E a ti, em carne e osso…
-Desculpa ter perdido o contacto contigo, mas sabes como é… sentia alguma vergonha de voltar a falar com o pessoal da altura da escola…
-Eu percebo! – Disse a Cris com um sorriso sincero. – A maior parte do pessoal era capaz de ser um bocado estúpido… Mas sabes bem que não sou propriamente uma freira! Ainda que te quisesse criticar também tenho demasiados telhados de vidro…
-Ya! De qualquer maneira, eu tou a partilhar esta casa com o Abel…
-Tu é que és a tal estrela de quem ele não nos quis falar?
-Ya!
-Que fixe! Mas o filme que vocês vão fazer…
-Ah! Não, não é desses. Tou a querer sair desse género de coisas…
-Compreendo! Bem mas o partilhares esta casa com o Abel sempre explica qualquer coisa do que se passa. Mas, atão, onde é que está o Freddy?
E lá chegaram ao pé de mim, ainda desmaiado!
-Deixa-me adivinhar: Abriste a porta vestida com uma camisa de noite sexy…
-Não!
-Não?
-Não, ele entrou todo alterado e julgou que eu era o Abel… Vinha praticar o “Tornado Centrifugador”
-O quê?
-O “Tornado Centrifugador”!
-Mas que raio é isso?
-Sabes, a técnica oral! Eu fingi que era o Abel e ele acabou por ma fazer e… Caneco… Nem te consigo falar do orgasmo que tive!  - a Cris ficou a olhar para ela com cara de tacho - Perce-bo perfeitamente porque é que estás a morar com ele…
-Pá, pera! O tornado quê?
-É uma técnica de cunilingus que o Abel lhe está a ensinar!
-Pá, se há coisas que não fazem mesmo sentido nenhum, essa é uma delas! O Abel a ensi-nar uma técnica de cunilingus?
-Bem, para te ser franca acho que é uma técnica de beijo, mas digo-te uma coisa, lá em baixo faz ma-ra-vi-lhas!
-Pá, o Freddy que eu conheço dificilmente chegava lá abaixo…
-Bem, ele estava vendado e só se apercebeu quando eu não me consegui conter e gritei quando me vim…
-Pobre pateta! Se calhar estava a fantasiar que estava a curtir contigo… Pérai, disseste que te vieste?
-Miga, O-MELHOR-ORGASMO-QUE-ALGUMA-VEZ-TIVE!
A Cris arregalou os olhos, agarrou-me pelos colarinhos – mesmo desmaiado – e desatou a gritar comigo:
-Freddy, seu anormal, andas-me a esconder as tuas habilidades especiais?
A Tisha olhou para a Cris, chegou-se ao pé dela com um sorriso e perguntou:
-Queres que lhe ponha uma venda?
-Não é isso, páh! É que este tipo é um virgem sem remédio e eu tenho andado a tentar ajudá-lo…
-Bem, parece que estás a fazer um bom trabalho, então…
-Montaste-te nele?
-Bem, se te referes a fornicar, no sentido bíblico, não…
-Pois, era bom demais… E tencionas fornicá-lo?
Entretanto eu comecei a despertar. Olho para a minha frente e lá está a Cris.
-Ah! Olá Cris! Tive um sonho tão estranho… Sonhei com a Tisha Montes e uma rata gigan-te…
-Oh! Não é assim tão grande… - disse a Tisha!
Fiquei mudo!
-Pois é, puto! O teu dia não foi mesmo aquilo que estavas à espera, pois não?
Continuei mudo!
-Desculpa ter-te enganado… - disse a Tisha.
-Não, não tens de pedir desculpa, de todo, antes pelo contrário, tá tudo bem…
-…e, para me redimir, quero convidar-te para um ménage-à-trois!
E de repente a minha cabeça encheu-se de imagens de um ménage com ela e com a Marta Vergas, a minha segunda actriz pornográfica preferida.
-Como é evidente seria comigo… - e eu até já estava a salivar – e com o Abel! – E puf! Foi-se!
-E se for com outra rapariga? Hã? – Tentei eu mudar a situação – Que tal a Cris? Tu gostas da Cris não gostas?
-É assim, o Abel é o meu melhor amigo! E ele tem um fraquinho por ti… Uma lambidelas entre amigos não são grande coisa, mas o prato completo… Eu não consigo trai-lo dessa maneira!
-Então e só nós os dois?
-Não dá, pelo mesmo motivo! E para deixar tudo bem claro, para acontecer um ménage, primeiro terias de tratar dele…
-Tratar dele?
-Ya! Tu és bissexual, certo? Fartas-te de curtir com ele…
-Hã, bem…
-Ó Tisha,… - interrompeu a Cris, chamando-a à parte e segredando-lhe ao ouvido - …lembras-te de eu te ter falado em “virgem sem remédio”?
-Ya! – Segredou a Tisha em resposta – Mas é virgem bissexual sem remédio certo?
A Cris olhou para ela, encolheu os ombros e virou-se para mim:
-Puto, vamos embora antes que frites algum fusível! – E agarrou-me pelo braço, arrastan-do-me para a porta!
-Mas… eu…
-Oh Freddy,… - chamou a Tisha com uma voz doce. Eu virei-me e ela diz-me – …só para teres uma ideia do que tens a ganhar… - e levanta a camisola, mostrando as suas magnificas mamas que… apenas ficavam em segundo lugar porque existia uma Lita! Mas era, sem dúvida, um segundo lugar com honra e eu fiquei colado…
-Puto, não me desmaies agora! Nem penses nisso! Vamos embora! - disse a Cris arrastando-me em definitivo dali para fora.
Ainda hoje, quando me lembro desta história, não deixo de a encarar com alguma estranheza…

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