segunda-feira, 27 de julho de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XIX

XIX – És novo nisto, não és?

No dia seguinte, o Abel, como era suposto, estava à porta de uma suíte do hotel onde iria conhecer a estrela do filme e jantar com ela e com o produtor.
Bateu à porta e esta foi aberta de imediato por uma assistente que o fez entrar e o encaminhou para a sala principal da suíte. Quando entrou, ficou sem palavras ao ver que quem se dirigia a si para o cumprimentar era a:
-Tisha Montes! – exclamou surpreendido. Depois recompôs-se e apresentou-se - Olá, boa tarde. Eu sou o Abel.
-Olá! Já vi que sabes quem eu sou! – Disse ela com um sorriso algo desiludido.
-Mas não há como não saber! Sou seu fã…
-Trata-me por tu, por favor. Pois, a maior parte dos homens aprecia os meus filmes…
-Não, não é isso! Podes provavelmente já ter percebido que eu sou gay… Não é por isso que aprecio os filmes, é mesmo porque acho que és uma excelente actriz e podias fazer tanto mais…
-Juras!
-Mas claro. Ficou-me na memória aquela cena quando a mulher descobre as fotos que o marido tem da vizinha em “Mamalhudas e Ninfomaníacas”, e isto é só uma, assim de repente… Sempre achei que te andavas a perder naquele estilo de filmes…
-Pois… Para te ser sincera, foi muito divertido durante algum tempo, mas fartei-me e já há algum tempo que quero fazer algo diferente. E agora surgiu a oportunidade…
-Olha, para mim é uma honra contracenar contigo!
Ela olhou longamente para ele, deixando o Abel até um pouco desconfortável, por não conseguir perceber o porquê.
-O Raul bem me disse, mas eu não tinha acreditado. Mas agora estás aqui e é verdade…
-O quê?
-Assim maquilhado pareces-te mesmo comigo!
-Ora, estás a ser gentil…
-Não, é mesmo verdade! Chega aqui comigo… - e foram até a um espelho enorme, num armário no canto da sala – Vês que tenho razão?
-Por acaso um enorme fã teu deu logo por isso, mas eu pensei que não fosse tanto. Tenho de dar o braço a torcer…
Entretanto entra o Raul.
-É não é? Quando vi a audição, não tive qualquer dúvida!
-Raul, querido… - disse logo a Tisha, dirigindo-se a ele - …que bom rever-te! E cumprimen-tou-o com dois beijos na face.
-Já vi que vocês já se conheceram…
-Já! Este é o Abel!
-Claro que é. – E cumprimentaram-se com um demasiado vigoroso aperto de mão para o Abel – Lamento não estar aqui quando chegaram, mas estive ao telefone com os nossos financiadores de Hong Kong que estão entusiasmadíssimos com esta ideia, sobretudo quando viram as montagens que fizemos com as vossas fotos. Mas convidei-vos para um jantar e estou a ser um péssimo anfitrião… - Fez um sinal a um assistente que tinha ficado à entrada da sala e num abrir e fechar de olhos a mesa estava posta para os três.
A comida estava divinal, a conversa fluiu junto com o vinho e o Abel estava admirado e gostava cada vez mais da personalidade da Tisha, muito diferente daquilo que ele imaginara quando vira os seus filmes.
Durante a conversa ficou a saber que o seu papel seria o de gémeo transexual da personagem que a Tisha iria desempenhar num thriller erótico e era como se estivesse a viver um sonho.
Já bastante tarde, naquela hora em que a noite se transforma em madrugada, com o álcool já a enublar-lhe os sentidos e de uma forma completamente despropositada, depois de todo o projecto lhe ter sido apresentado, e depois de um agradecimento por parte da Tisha e dele próprio, o  Raul saiu-se com um:
-Bem, se me querem mesmo agradecer, podiam satisfazer uma antiga fantasia minha…
-Mas claro… -disse o Abel de forma despudorada e algo inocente. Já a Tisha não ficou tão calma.
-E pode-se saber o que é?
E o Raul, de uma forma completamente calma e com um sorriso maroto ao canto da boca, sai-se com:
-Bem, sempre quis fazer um ménage com uma estrela porno e um gay…
-Estás a brincar? – Perguntou a Tisha.
Por acaso ao Abel a ideia até nem parecia desinteressante. O Raul não era uma estampa, mas estava longe de ser um aborto… A única coisa que o incomodava era ter algum contacto mais íntimo com a Tisha, mas também, já tinha bebido uns copos. No entanto percebia a ati-tude da Tisha. Aliás, não só percebia como se sentia solidário com ela.
-Então tu julgas que por ser uma estrela porno é só pedires! – disse ela visivelmente isrritada - Vocês são todos iguais! Eu a querer virar as costas a determinadas coisas…
-Não interpretes assim…
-Como é que queres que eu interprete? Estou a fazer este filme quase de borla e nem sei o que é que prometeste a este tipo e ainda tens a lata de me vir com propostas destas? Julgas que sou alguma puta reles?
-Bem, reles não…
-Esquece! Abel, ficas ou vens comigo?
-Vou contigo,… -respondeu o Abel.
E seguem os dois para a porta deixando o Raul estupefacto. Quando iam a sair ele gritou:
-Esperem, dou-vos o que quiserem…
-Liga-me quando puseres isso por escrito. – Respondeu a Tisha, saindo e arrastando o Abel consigo. Entraram no elevador, as portas fecharam e o Abel finalmente falou:
-Não achaste que foi um bocadinho demais? Podíamos ter só dito “Não, obrigado!”…
-Abel, és novo nisto, não és?
-Sim…
-Então e tu achas que depois de tudo o que eu já fiz me ia sentir ofendida com isto? Eu nem me importo nada, já fui com pior… Mas espera um bocadinho e vais ver o que acontece…
De facto, ainda não tinham chegado ao rés-do-chão e recebem um telefonema do Raul a implorar que voltassem para cima…
Voltaram!
-Quando entraram ele tinha já um dos ajudantes a redigir um contrato.
-O que é que vocês querem?
-Queremos uma percentagem de um por cento a cada um das receitas do filme. Queremos um apartamento num condomínio fechado com dois quartos e um acesso a um ginásio, queremos “personal trainers”…
E a Tisha foi debitando e discutindo as exigências com o Raul. Por fim uma versão final do contrato foi redigida, o Raul assinou primeiro, depois a Tisha e o Abel também e de imediato ficaram os três sozinhos.
-Bem, visto que tiramos os pormenores do caminho,… - disse de imediato o Raul - …gostava de começar por vos ver aos dois…
E era esta a parte que, francamente, não agradava ao Abel, mas já que tinha de ser…
A Tisha foi para cima de uma carpete espessa que estava no chão, em frente a uma lareira falsa, levantou o vestido e fez deslizar a sua tanguinha dobrando-se até aos tornozelos, depois deitou-se de barriga para cima, abriu as pernas e virou-se para o Abel:
-Anda! Queres provar?
Por acaso ele não fazia grande questão, mas já que tinha de ser…
Ajoelhou-se no meio das pernas dela, fechou os olhos e tentou ter um pensamento agradável… pensou no Chico, mas pensou logo a seguir na ruiva, de pois pensou em mim… Sim, em mim… e…
…entretanto a Tisha apenas pensava “É só mais uma… É fingir que gosto…” e de repente sentiu os lábios do Abel e logo a seguir o mundo tremeu à medida que sentiu algo subir por si acima e perdeu o controlo do seu corpo que tinha espasmos de prazer e mal conseguia racio-cinar e teve um orgasmo violentíssimo em menos de dez segundos e ainda estava em êxtase quando o seu corpo cedeu outra vez e perdeu a noção de tudo, gritou, urrou e o Abel apenas pensava “Olha, o Tornado Centrifugador também resulta bem aqui…!”

2 comentários:

  1. ahahahahhahaha
    Vai aqui uma coisa esperta vai!.....

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  2. É...
    ...este grupinho de gente vai acabar por dar comigo em maluco!

    LOOOOOOOOOOOOOL

    :)

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