sexta-feira, 31 de julho de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXVIII

XXVIII – “O melhor amante do mundo?!”

Claro que, assim que os meus pensamentos ficaram mais claros, fiquei pior que estragado! E ainda mais confuso!
Entrei no metro, que àquela hora já só passava quando Deus queria, se quisesse, sentei-me num banco, na estação deserta e a única coisa que me ocorria era um “Mas Porquê?” gritado em silêncio dentro da minha cabeça!
Não estava a ser nada fácil lidar com esta bagunça! Era confusão a mais! Tanta que eu já nem sabia ao certo quem era nem o que devia fazer! Sentia-me completamente perdido, desesperado!
Como se não bastasse, parecia que andava mergulhado num filme porno com um enredo intrincadíssimo em que toda a gente andava a fazer tudo com toda a gente, menos eu!
E depois aconteciam-me as coisas mais parvas, como esta ultima! Isto não podia ser real! De repente pôs-se-me a hipótese de ser um sonho! Belisquei-me com força no braço e…
…fiquei com uma beliscadura!
Deitei-me no banco e acho que, sem sequer dar por isso me encolhi todo. Queria desaparecer!
-Está bem? – perguntou-me uma voz.
Abri os olhos e era uma rapariga. Mais uma rapariga! Não respondi!
-Não me parece bem… Posso fazer alguma coisa por si? – Insistiu ela!
Abri os olhos e ia responder “Só quero ficar em paz” quando reparei que ela segurava nas mãos uma famosa revista masculina e na capa estava…
…a Tisha Montes!
Passei-me! Para surpresa dela, arranquei-lhe a revista das mãos e, meio ensandecido, desfi-la completamente em pedaços! E depois caí em mim!
-Desculpe! A sério desculpe, não sei o que me deu…
Ela olhava para mim incrédula!
-…essa revista era para entregar ao meu patrão amanhã…
-Eu pago a revista! Ou, se quiser, vamos à procura de uma papelaria que eu compro-lhe outra… A sério, desculpe, eu não tinha intensão…
Ela só ficou a olhar para mim com um ar de… pena!
-Você deve odiar muito a Tisha Montes, não?
-Não, não é nada disso! – e desatei a chorar – Acho que preciso de ajuda!
Ela sorriu!
-Eu sou psicóloga… - “ou quase” pensou “pelo menos serei quando acabar a tese” - …e se precisar de ajuda…
Fiquei a olhar para ela, sem saber o que dizer.
-Preciso,… - acabei por responder - …acho que preciso mesmo!
Ela sentou-se ao meu lado e eu comecei a contar-lhe tudo!
E como sabem, a história não é pequena…

***

A Sara não perdeu tempo! Assim que saiu da casa do Chico ligou à Lita.
-Estavas a falar a sério quando sugeriste o jantar?
-Siim, claaro! Porquê?
-Estava a pensar… Se me quisesses ajudar a fazer o jantar, podias ir ter a minha casa…
Lita sorriu e corou ligeiramente.
-Qualqueer coisa aassim tipo, um jantar… iintimo?
-Sim, qualquer coisa do género…
-Está combinaado! Eu levo o vinho…
-Fico à tua espera…
-Aaté já…
Correu ao supermercado para ir buscar ingredientes e deu consigo quase a saltitar ao longo da rua, como se fosse uma garota, embora bem lá no fundo houvesse uma ansiedade estranha.
Eram sete e meia quando a campainha da porta tocou…

***

Jantava com ela num pequeno restaurante que estava aberto perto do quiosque onde lhe comprei uma revista para substituir a que lhe tinha rasgado.
Ela ouvia-me com um ar fascinado. Mal eu sabia que na cabeça dela tentava absorver todos os pormenores do que lhe contava e só pensava “Meu Deus, obrigada por me mandares a minha tese embrulhada com um lacinho”.
Ela ia-me incitando em contar-lhe o que me stressava, as minhas dúvidas, as inseguranças que sentia e eu fui-me abrindo, abstraindo-me completamente do facto de ela ser uma rapariga.
Depois do jantar ainda ficamos um bom bocado no restaurante até que começou a ficar tarde. Chamamos um táxi para irmos para casa. A minha ficava mais perto, portanto não fazia sentido pagar mais para a deixar em casa primeiro. Pelo caminho fomos falando, o que provocou alguns olhares estranhos por parte do motorista, e sem quase dar por isso, cheguei!
Foi ela quem falou primeiro.
-Dás-me o teu número?
-Mas claro. Olha, diz-me o teu que eu dou-te um toque e assim ficamos já com os dois números… - e assim fizemos!
-Temos de fazer isto mais vezes – “e vais ver que te vou pôr essa cabeça direita!” acrescentou em pensamento!
-Mesmo?
-Sim, claro!
-Estava a saber bem falar contigo!
-E a mim também…
E então fiz algo inusitado!
-Queres entrar por um bocado? Podemos chamar outro táxi mais tarde…
E depois veio a resposta improvável, dada por interesse próprio dela, coisa que há altura eu desconhecia!
-Sim!
E saímos do táxi!

***

Sara abriu a porta e ficou estática, sem palavras, sem sequer pensamentos. À sua frente, aquela mulher que normalmente, a cada segundo do dia, transpirava sensualidade, estava impossivelmente deslumbrante, tanto que qualquer mulher se sentiria diminuída à sua frente!
Lita olhou para ela e sorriu. “Ficoou tão giira ao veer-me… Tal e qual coomo os rapazes” pensou contente.
-Troouxe o viinho!
Sara despertou finalmente.
-Entra!  - e ela entrou e assim que Sara fechou a porta roubou-lhe um beijo, o que pôs um sorriso nos lábios de Sara!
-Aainda estás a cozinhaar?
-Sim, anda comigo para a cozinha!
Entraram na cozinha, Lita pousou o vinho na bancada e Sara foi directa ao tacho para o mexer.
-Queeres ajuda a coozinhar?
-Se quiseres ajudar… - respondeu a Sara – Mas está quase… - assustou-se ao sentir o corpo de Lita encostado ao seu.
-Tás nua?
-See te viinha aajudar nãão ia aarriscar a suujar o vestido, nãão achas…
-Claro… - sorriu a Sara.
O jantar ficou pronto num ápice e Sara acabou por imitar Lita, tando jantado nuas.
Brincaram, riram-se, divertiram-se, comeram, beberam e parecia que de alguma maneira iam adiando o inadiável, até ao momento em que se tornou inevitável e beijaram-se sentiram-se, tocaram-se…
…mas algo não estava bem!
E ambas foram percebendo isso até ser demasiado óbvio!
-Iisto não eesta beem, poois nãão?
Sara sorriu com pena.
-Pois não! Não queria dizer nada, para não pensares que era algum problema teu… Não é. És linda, és deslumbrante e eu adoro-te… Mas…
-Maas estaamos nisto e estaamos a peensar em gaajos…
Sara riu-se.
-Pois, é isso!
-Saabes, aacho que nãão somos Lesbik!
Acabaram por se rir, ficaram a falar e a desfrutar da companhia uma da outra. A lita recebeu um SMS do João a perguntar “É verdade” e só respondeu “desculpa” e continuou a conversa até que era tarde e teve de ir embora. Despediram-se com um abraço e Lita partiu!
Apesar de ser tarde, Sara sentia-se em brasa e resolveu sair. Não ia à procura de nada, mas precisava de um escape… Acabou por ir a uma discoteca, para dançar e encontrou a Carmen…

***

Já não sei do que falávamos, até porque falamos de tanta coisa nessa noite… Já não era só ela a encorajar-me a falar, era mais que isso… mas, dizia, já não sei do que falávamos e falamos de mamas.
-Os gajos são obcecados por mamas grandes, não é?
-Um bocado…
-Pois… eis algo que eu nunca tive…
-Mas não és menos sexy por isso…
-Não? Achas mesmo?
-Acho! É verdade que umas mamas grandes fazem um decote espectacular, mas por exemplo, as tuas são jeitosas… cabem na mão…
Dizia isto com à vontade. Sem preocupações. Estava a ser verdadeiro.
Ela corou.
-Achas mesmo?
Acho que nem me apercebi do quanto isso era um problema para ela.
-Acho, acho mesmo!
Pelos vistos era mesmo, mesmo importante para ela, que de repente se manda para cima de mim e me dá um beijo, para minha enorme surpresa e depois para, olha para mim envergonhada – Desculpa! – diz-me com o ar mais tímido do mundo enquanto tenta esconder o seu olhar do meu que é apenas de incredulidade, mas olha para mim novamente, e repetimos o beijo, com mais intensão, mais vontade e as mãos não conseguem ficar quietas e as caricias acontecem, mõas que se tocam e cruzam e deslizam – Queresparar? Eunãoqueropararmasse tuquiseresparamos – diz ela com a voz tremula – Eunãoqueroparar – respondo e os beijos tornam-se mais sedentos, mais ávidos, as mão, mais afoitas, aventuram-se por baixo das roupas que teimam em atrapalhar e começam a ser descartadas, peça a peça, e o toque da pele torna-se electrizante e ela toca-me, agarra-me, guia-me, entrega-se a mim, faz-me deslizar para dentro de si, suspira, fecha os olhos, abandona-se – Ai, Faz-me esquecer o meu nome… -diz ela…
…e ocorreu-me, de repente, a pergunta “mas afinal como é que te chamas?”…
…e quando me sente por inteiro dentro dela começa num com um ondular de ancas que me faz perder a razão…
-Eu…
…e ela faz-se penetrar mais fundo…
-…já…
…ele respira cada vez mais profundamente…
-…não…
…ela olha-me e dá um pequeno grito de prazer…
-…sou…
…ela acelera o ritmo…
-…VIIIIRGEEEEEEM!
E pronto! Foram os melhores 32 segundos da minha vida!
Ela, assim que ouviu isto saiu de cima de mim, ficou a olhar para mim com os olhos arregalados!
-Tu és virgem?
-Bem, agora já não!
-Meu Deus! Mas… Porque é que não me disseste?
-Devo ter dito, algures ao longo da noite…
-Não! Não disseste! Acho que um pedaço de informação desses não passava despercebido…
-Bem, não sei, mas…
-Isso explica tanto do que me disseste…
Ficamos em silêncio por um bocado. Por fim fui eu quem falou.
-Desculpa!
-Por não me dizeres que eras virgem?
-Por isso, por não ter sido melhor…
-Mas foi bom, eu também…
-Não, não chegaste lá…
-Pois não!
Mais um silêncio constrangedor, até que, de repente me lembrei daquilo que a Cris me tinha dito que a Tisha lhe tinha dito!
-Bem, talvez ainda eu possa,… reciprocar…
-Reciprocar?
-Sim! Eu conheço uma técnica oral que, aparentemente, tem a capacidade de deixar as mulheres loucas! Chama-se “Tornado Centrifugador”!
-Ah! Sabes, não te devias iludir dessa forma…
-Que forma?
-O haver uma técnica milagrosa.
-Perdes alguma coisa em experimentar?
-Bem, não… Se queres mesmo…
-Quero! Mas não esperes que.. OOOOOOOOOOOOOOOOOOAAAAAAAAAAAAAAH!!!!!

***

A Lita entrava em casa, nesse momento, ainda a pensar na sua noite.
Muita coisa estava misturada na sua cabeça. Por um lado, estava contente por tudo se ter tornado claro, por outro extremamente triste ao perceber que, afinal a solução do seu problema não passava por experimentar algo diferente…
-AAAAAAAAAAAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIII! MEEEEEEEEEEEEEEEEEUUUUUUUUUUUUU DEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEUUUUUUUUUUUUUUSSSSSSSSSSSSSS! VAIS-ME… FAZER… AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!
Ficou surpreendida! O barulho vinha do meu quarto!
-Vou ter outro orgasmo… eu não acred… AH, AH, AH, AAAAAIIIIIIIIIIIIIIIII!
Será que a Cris estava com alguém, no meu quarto? Enfim, sortuda da Cris…
-Ai, ALFREDO, ÉS O MELHOR… AH, AH,… AMANTE… AIIIIIIIIIIIII, DO MUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUDAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHH!
“O Freddy! O Freddy é o melhor amante do mundo?!” pensou! “Não, não é po…”
-Ai, Ai,Ai, Ai,Ai, AHHHHHHHHHHHHHHHH! Nãããããããão é possível AHHHHHHHHHHHH!”
A Lita estava em transe, quase! Fosse quem fosse tinha tido quatro orgasmos em pouco mais do que um minuto, e, aparentemente, a coisa não iria ficar por aí…
…Que inveja!
Entristeceu!
Foi-se deitar, ainda ao som de uma sinfonia que parecia estar para durar. Os orgasmos sucediam-se em catadupa, com o meu nome a ser gritado, por vezes a plenos pulmões!
Na cabeça da Lita, de repente, começa-se a formar a pergunta:
-E se…?

2 comentários:

  1. ÁAAAAAAAAAleluia
    aleuia
    aleluia
    aaaaleluiaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa!!!!

    ahahahahahaha

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  2. É mesmo! Até kimfim LOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOL

    :)

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O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!