E com este segundo post de hoje (como costumo fazer às 6ªs Feiras), chegamos ao final desta história.
Na segunda-feira ela, assim que chegou
a casa, anunciou-lhe com tristeza que teria de ir para fora, para uma
conferência, no Fim-de-semana seguinte.
Teria de sair na quinta, dia dos anos dele e só voltaria no domingo à noite.
Ele, claro, ficou
triste, por ela ter de se ausentar precisamente no dia do seu aniversário, mas
ela disse-lhe que viria a casa almoçar com ele e só depois sairia em viagem.
Pelo menos sempre teriam um bocadinho juntos…
No resto da semana ela
parecia andar completamente distraída a trocar mensagens de texto no telemóvel,
ria-se… Ele, compreensivelmente, estava notoriamente desiludido e começou a sentir
um vazio enorme no peito. Não esperava de todo isto!
Na quinta-feira, dia
do seu aniversário ela saiu cedo mas, tal como tinha dito, veio almoçar com
ele. Depois arrumou uma mala com algumas coisas, deu-lhe um abraço forte e
apertado e saiu, dando-lhe um pequeno envelope com um cartão.
-E a minha prenda para
ti! Acho que qualquer outra coisa seria superficial. Abre só depois de eu sair,
OK?
Ele assentiu, ela
chegou-se a ele, abraçou-o, forte, chegou-se a ele e, pela primeira vez em
meses ele não lhe virou a cara quando ela fez questão de o beijar. Os lábios
tocaram-se, colaram-se, as línguas envolveram-se numa dança nitidamente
carregada de desejo. Quando finalmente se separaram estavam ambos sem folego.
Ela via aquele fogo no seu olhar e sentia ela própria um fogo na alma… Esteve
muito perto de mandar o plano à fava, empurra-lo para o sofá tirar a roupa e…
Mas conteve-se a
custo!
Acabou por sair de
casa e dirigir-se ao hotel onde tinha alugado um quarto para passar essa noite.
As suas companheiras de “crime” ainda lhe propuseram que ela passasse a noite
em casa de uma delas, mas não se conheciam bem e ela não queria sobrecarregar
ninguém.
Ligou-lhe à noite,
depois do jantar. Ficaram horas ao telefone, a falar como se fossem dois
adolescentes, até entrarem pela madrugada adentro. Ela não queria que alguma
dúvida ficasse nele de que ela estaria com alguém.
No dia seguinte foi
trabalhar normalmente, e quando voltou ao hotel, ao fim da tarde, trazia já
consigo um lanche ajantarado. Logo que acabou de comer foi tomar um longo banho
e foi-se arranjar para sair. Quando acabou, dirigiu-se à recepção, entregou a
chave do quarto, e arrancou.
Quando chegou ao
destino foi buscar o estojo castanho à mala do carro, pegou no telemóvel e
mandou uma mensagem. Entretanto viu à distância a Marta e o seu grupo de amigas
a entrar no espaço onde ela se dirigia. E, de repente, recebeu uma resposta à
mensagem e avançou.
O porteiro, assim que
a viu com o estojo, franqueou-lhe a entrada.
Ela entrou e
rapidamente viu a mesa onde estava Marcelo, de costas para si. Avançou
sorrateira, sendo claramente notada por toda a gente, menos ele. Numa outra
mesa, um outro homem sozinho olhava-a com antecipação e luxúria no olhar, mas
ela seguiu em frente e nessa altura uma das funcionárias da casa chegava à mesa
com um bolo de aniversário de velas já acesas, para enorme surpresa de Marcelo
enquanto os seus companheiros e as suas mulheres se riam do seu embaraço.
-Mas como é que vocês
souberam?
-Mas achavas que não
íamos descobrir?
A Marta e as amigas a
aproximaram-se da mesa e deram os parabéns, com a Marta a aproveitar para dar
um abraço algo mais apertado e insinuante. Cantaram todos os parabéns, abriram
uma garrafa de espumante e o Lucas disse a Marcelo:
-Acho que há alguém
atrás de ti que também quer um copo… - piscando-lhe o olho.
Marcelo virou-se. Ela
estava ali. Absolutamente deslumbrante num vestido que lhe realçava cada curva
do corpo com sensualidade, carregado de transparências que fazia trabalhar a
imaginação de qualquer homem.
Ela pousou o estojo
no chão e esticou a mão, recebendo a taça de champagne. Levantou o copo, numa
saudação, no que foi seguida por toda a gente, deu um golo e disse-lhe:
-Parabéns!
Depois, jogou-se-lhe
nos braços, apertou-o contra si, e sem esperar qualquer espécie de aprovação
colou os seus lábios aos dele, ofereceu-lhe a sua língua, envolveu-o, sentiu a
sua rigidez, mas não se importou. Ele era dela! De mais ninguém!
Marta observou isto
tudo meio em choque e a pensar “Mas quem é esta mulherzinha?”, irritada, mas
afastou-se rapidamente com o seu grupo.
Ela finalmente
quebrou o beijo, chegou-se ao ouvido dele e disse num sussurro:
-Tenho duas prendas
para ti, uma que precisas e uma que queres mas ainda não sabes! Qual queres
primeiro?
-Antes de te
responder, Não era suposto só voltares no Domingo?
-Bem, se tivesse ido
para fora, para uma conferência, era, mas como só fui passar a noite a um hotel
para te fazer a surpresa, e a cama nem era grande coisa…
-És má!
-Eu sei… Mas diz lá
que não gostas?
Ele olhou-a de lado,
com um sorriso um bocado sacana.
-Mas, então, vais
responder-me? – Perguntou ela.
Ele pensou um pouco.
-A que preciso!
Ela baixou-se,
agarrou no estojo e entregou-lho.
-Espero que gostes!
Ele pousou o estojo,
abriu-o e ficou estupefacto a olhar para a guitarra.
-É para usares hoje.
A tua velhinha já merece um descanso… Mas, anda, quero dar-te a outra prenda.
Ele deixou a tampa do
estojo cair, sem o fechar e pegou na mão que ela esticava para ele, seguindo-a
até uma mesa onde estava um tipo sozinho que, por esta altura, olhava para
Marcelo já sem um pingo de sangue na face e olhava em volta como se procurasse
um sítio para onde fugir. Lá chegada ela dirigiu-se ao tipo:
-Pedro, este é o
Marcelo, Marcelo – disse virando-se para o marido – este é o Pedro.
Os dois cumprimentaram-se,
sem Marcelo saber o que pensar. Ela
continuou:
-Pedro, este é o meu
marido. – Os olhos do homem abriram com uma expressão de medo absoluto. Ela
continuou - Marcelo, este é o paspalho.
Marcelo ficou a olhar
para ela com um misto de surpresa e irritação. Depois de uns instantes para
processar a informação, perguntou-lhe:
-Isto é uma maneira
de quebrares as tuas regras?
Ela sorriu, abraçou-o
e respondeu:
-Não, querido! É uma
maneira de as reforçar…
E piscou-lhe o olho!
Ele percebeu. Olhou
para o outro tipo já com um sorriso sacana no canto dos lábios, encolheu os
ombros e deixou-se arrastar por ela de volta à sua mesa…
XXIV
O concerto foi espectacular e Marcelo
não deixou de reparar na cumplicidade que parecia já existir entre Clara e as companheiras
dos seus colegas de banda. Tocou todo o concerto com a guitarra nova que estava
afinada completamente a seu gosto.
-Espero que esteja
confortável… - disse-lhe Lucas no intervalo de um dos temas!
-Tu já sabias,
sacana!
-Então, ela foi ter
comigo… Que é que achas da menina?
-Está mesmo no ponto.
Obrigado pá!
O concerto acabou e o
bar foi ficando vazio. Algumas das ultimas pessoas a sair foram as raparigas do
grupo de Marta, que ainda fez questão de ir cumprimentar Marcelo, mas que
percebeu que era fuzilada a cada momento pelo olhar de Clara, que observava cada
gesto seu. Depois o palco foi arrumado enquanto Clara e as outras companheiras
continuavam numa animada cavaqueira.
Entretanto Marcelo
foi dispensado pelo resto do grupo de ir pôr o material na garagem e seguiu
directo para casa com Clara.
Ela passou-lhe as
chaves do carro, que ele recebeu com naturalidade. Normalmente era ele quem
conduzia.
Arrancaram e ele
percebia que ela o olhava de uma maneira a que ele não estava habituado. Apenas
se apercebia dela pela sua visão periférica, mas a intensidade era inescapável.
-Desculpa por ontem.
Custou-me imenso não te dizer nada, mas queria que o dia de hoje fosse mesmo
especial para ti, na companhia dos teus amigos.
Ele sorriu.
-E desculpa também
pela cena com o Pedro. – Ele ficou em silêncio e ela continuou – Ele ligou-me
no meio da semana e fui almoçar com ele. – Confessou! Marcelo não disse nada.
-Precisava de fechar
esta questão! – Continuou - Mas a maneira como ele falou comigo… Depois do que
fez… Sabes que nem me sinto tão culpada por mim, mas falar com a mulher dele e
perceber o quanto, sem o saber, a afectei… Ainda me dói na alma! E queria mesmo
que tu soubesses que ele não significa nada para mim!
-Sabes, - disse ele finalmente
em resposta - … por momentos fiquei bastante apreensivo!
-Bastante?
-Sim! Passou-me tudo
pela cabeça… Até a hipótese de me estares a propor um ménage…
-Tonto!
-A sério! Passaram-me
montes de coisas pela cabeça naquele instante, sobretudo as mais estúpidas. Mas
quando disseste que era um reforçar da regra…
Ela sorriu, feliz na
certeza de que não precisava de explicar mais… Ele tinha entendido!
-Se tu soubesses… -
disse ela mudando de assunto - …o quanto é chato, às vezes, não usar roupa
interior…
Ele levantou o
sobrolho.
-Não estás a usar
roupa interior?
-Não! – Respondeu ela
e levantando a saia perguntou-lhe – Vês?
Ele olhou e constatou
que era verdade.
-Ficava feio, por
baixo deste vestido…
-Mas tinha sido mais
prático… – respondeu ele com um ar gozão.
-Tinha! Mas não era a
mesma coisa… - disse ela, com aquela intensidade no olhar que o estava a
mistificar.
-Pois… - disse ele
com um sorriso alargado e um lampejo de fogo nos olhos a que ela não ficou
indiferente - …não era.
Ela tocou o seu sexo,
expondo-se a ele, claramente excitada e disse:
-Na maior parte do
tempo até é mais confortável, mas em alturas assim… - e tocou-se de novo,
soltando um pequeno suspiro - … torna-se complicado!
-Compreendo o teu
problema! E achas que posso fazer alguma coisa para te ajudar em relação a
isso?
-Não sei! – Respondeu
ela – A única coisa que eventualmente me ocorre é que pares o carro num sítio
escondido qualquer para eu te arrastar para o banco de trás e te dar uma foda
que te abane o mundo, que acho que não posso esperar até casa!
Ele olhou para ela,
sorriu…
…e ligou o pisca…
F I M
Um final com fogo de artifício ahahahahah
ResponderEliminarBoa tarde, sô Gil
Até breve, espero eu :)
Bem, só saberiamos se houve fogo se houvesse mais umas linhas... LOOOOOOOL
EliminarEstás sempre à vontade para me chatear, não te acanhes...
...posso não andar muito presente por aqui, mas sabes onde me encontrar, por isso... ;)
Para chatear :(
EliminarCarago! magoei
ahahahahahah
Chatear no bom sentido LOOOOOL
EliminarTudo está bem quando acaba bem. Que sejam felizes para sempre...com mais ou menos f**** conforme for a apetência de ambos. Eheheheheh
ResponderEliminarBeijinhos e abraços e volta sempre que o desejares, Caro Gil.
Pois...
Eliminar... Não queria que está história acabasse como as que lhe serviram de inspiração...
... Nenhuma acabou bem...
Bjs, um abraço forte descovidado e tudo de bom :)
Oh...lamento, Gil.
EliminarPorém, há sempre um amanhã...
Fica bem e cuida-te.
Quanto ao ficar bem já não tenho grandes esperanças...
Eliminar5 anos com dores, da para chatear...
... Não mata mas mói...
Quanto ao resto, vou fazer por isso :)
Reli tudo. Fez ligeiras alterações no episódio anterior e gosto mais assim. Ficou melhor.
ResponderEliminarPara quando um próximo?
Abraço, saúde e bom fim de semana
Fiz. Achei que como estava criava problemas que eram mais difíceis...
Eliminar... Assim tudo fluiu melhor :)
Isso agora...
... Só mesmo quando me der na telha... ;)
Abraço e tudo de bom, Elvira