A estrada
desenrolava-se diante deles como uma fita pálida, serpenteando por entre campos
que o inverno deixara nus, sob um céu baixo e hesitante. O motor do carro
marcava um compasso constante, quase hipnótico, e no interior instalara-se um
silêncio denso, mas não pesado — um silêncio que não nascia da distância, mas
de um entendimento mútuo.
Benedita mantinha as
mãos serenas no colo, os olhos pousados ora no traço do asfalto, ora na
sucessão de árvores e muros de pedra que passavam devagar. Todo o seu corpo
parecia conter-se, como se cada gesto mais brusco pudesse quebrar a frágil
harmonia que agora existia entre eles.
Não perguntou mais
nada. Não porque não tivesse perguntas — tinha-as, dezenas, a fervilhar-lhe nos
lábios — mas porque, naquele momento, compreendia que a maior prova de respeito
era o silêncio.
E nesse silêncio,
revia, cronologicamente, a história que Óscar lhe confiara. Cada episódio
formava-se como uma pintura vívida na sua memória: o campo de golfe, o regresso
a casa, o instante fatal diante da porta entreaberta, as vozes, os olhares, as
palavras ditas e não ditas, o corvette rugindo como um grito de independência.
Tentava reter cada detalhe, mas sabia que, por mais que se esforçasse, jamais
conseguiria tocar verdadeiramente o que ele sentia. Era como tentar agarrar
água com as mãos — sempre algo escaparia.
A lembrança da aldeia
destruída, visitada dias antes, veio-lhe à mente. Lembrava-se de ter visto o
olhar de Óscar pousar sobre aquelas casas sem telhado, sobre as paredes
cortadas pela luz crua, e agora entendia. Talvez para ele, a própria vida
tivesse assumido essa forma: um lugar outrora cheio de vozes, de calor e de
promessas, agora reduzido a paredes nuas, chão frio e um eco sem resposta.
E quanto mais pensava
nisso, mais se impressionava com a generosidade silenciosa daquele homem. Logo
após ver ruir o edifício inteiro da sua vida, ele tinha sido capaz de gestos de
bondade para com ela, uma estranha. Como se, no meio das ruínas, ainda
acreditasse que valia a pena acender uma vela para outro viajante perdido.
A estrada prosseguia,
lenta e infinita, e Benedita olhava-a como se fosse uma linha que ligava o
passado dele ao seu próprio presente. E nesse traço contínuo, via não apenas o
que tinham percorrido, mas também a promessa de que, mesmo as estradas mais
marcadas pelas tempestades, podiam ainda conduzir a algum lugar onde o ar fosse
mais leve.
O silêncio vinha desde
a manhã.
Instalara-se logo após
acordarem, e as poucas palavras trocadas para além do habitual “bom dia” —
seco, quase áspero, dito por Óscar — foram apenas as necessárias para a
partida. Frases breves, práticas, desprovidas de calor: “as malas já estão no
carro”, “fechei a conta”, “a estrada está limpa”.
Mesmo depois do
pequeno-almoço, o humor dele não se alterara. Continuava soturno, com aquele ar
de quem carrega peso demasiado para o querer partilhar. Benedita, mantendo-se
fiel ao respeito que a história da véspera lhe impunha, não o pressionava.
Acompanhava-o como quem anda ao lado de um viajante ferido, aguardando que ele
próprio escolha quando parar, ou falar.
Seguiam agora pelas
estradas secundárias que ligam Orléans a Paris, um percurso onde a pressa
parece fora de lugar. Passavam por vinhedos curtos e disciplinados, ainda
despidos pelo inverno, que se alinhavam como soldados fatigados. Aldeias de
pedra clara surgiam e desapareciam, com as suas casas baixas, janelas enfeitadas
de cortinas rendadas e cafés pequenos onde os poucos clientes bebiam devagar.
Aqui e ali, uma fileira de choupos escoltava a estrada, as copas nuas
recortando-se contra um céu baço. Ao longe, Benedita avistava o Loire, largo e
sereno, cruzado por velhas pontes de pedra.
O carro avançava nesse
cenário como um barco num rio preguiçoso. A viagem parecia suspensa no tempo, e
Benedita deixava que a sucessão lenta das imagens a embebesse — mas por baixo,
sentia sempre aquela nota grave, uma tensão que não se via, mas que se
percebia.
Foi então que ele
quebrou o silêncio.
— Desculpa… — disse, a
voz grave e baixa, quase perdida no som constante do motor.
Ela voltou-se para ele
de imediato, como se a palavra tivesse ecoado fundo demais para ser ignorada.
— Desculpa por
despejar uma história destas em cima de ti — continuou, sem lhe devolver o
olhar, fixo na estrada que se desenrolava diante deles. — Ninguém devia ter de
ouvir coisas assim.
Benedita ficou uns
segundos calada, a observá-lo. As mãos dele seguravam o volante com firmeza,
mas havia rigidez nos ombros, e o maxilar contraído denunciava que o esforço
não era apenas o de conduzir.
— Óscar… — disse por
fim, com suavidade — não tens de pedir desculpa por confiares em mim.
Ele inspirou devagar,
como se guardasse aquela frase para mais tarde, e não respondeu de imediato. A
estrada seguiu-se, cruzando campos nus, bosques ralos e aldeias onde o tempo
parecia andar mais devagar. Passaram por um lavaCávado antigo à beira da
estrada, por um campanário que soou uma única badalada, por um mercado
improvisado onde duas mulheres, de lenços na cabeça, vendiam queijos e maçãs.
Benedita pensou que
talvez a vida dele agora fosse assim — feita de longos trechos silenciosos,
pontuados por momentos breves de som. E naquele instante, percebeu que havia um
espaço que ela não devia invadir: o espaço onde o silêncio não era vazio, mas
cuidado.
— Não é por confiar em
ti que peço desculpa — disse ele, mantendo o olhar na estrada. — É porque… esta
história é demasiado pesada para alguém com a tua idade.
Benedita assentiu
devagar, compreendendo. Depois, virou o rosto na direção dele.
— Talvez seja pesada,
sim… mas já vi muita coisa. — Fez uma pausa breve, como quem procura as
palavras certas. — E… acho que compreendo. Talvez não tudo, mas… compreendo o
que sentes.
Houve um silêncio
leve, mas diferente do anterior — como se as palavras dela tivessem encontrado
algum ponto secreto, abrindo espaço para outra respiração. Óscar sorriu,
pequeno e contido, mas ainda assim um sorriso.
— E o que é que vais
fazer agora? — perguntou ela, curiosa, inclinando-se ligeiramente no banco.
Ele alargou o sorriso,
desta vez com um brilho quase travesso nos olhos.
— Isso é óbvio… —
disse, com um tom matreiro — vou conduzir este carro em Nürburgring.
Benedita riu, a
gargalhada solta misturando-se com o som grave do motor.
— Só isso? Não há mais
planos?
Ele manteve o sorriso,
mas ficou alguns segundos a pensar, o olhar fixo na linha contínua da estrada
que desaparecia ao longe.
— Não havia… —
respondeu por fim. — Mas agora… também vou ter de te levar onde pertences.
A frase caiu no ar com
um peso subtil, mas sentido. Benedita sentiu um aperto imediato no peito, como
se as palavras dele tocassem num lugar que ela não queria — ou não estava
pronta — para abrir. Virou o rosto para a janela, escondendo no reflexo do
vidro o misto de gratidão e temor que lhe passava pelo olhar.
O carro seguia,
cortando pela paisagem, mas dentro dele as palavras de Óscar permaneciam
suspensas, a marcar o ritmo da viagem mais do que qualquer quilómetro.
Óscar manteve o olhar
na estrada, como se cada palavra que ia dizer precisasse de ser escolhida com
cuidado.
— Tenho estado em
contacto por e-mail com aquele amigo de quem te falei… aquele a quem mandei o
teu cartão de cidadão. — Fez uma breve pausa. — Ele é advogado. Pedi-lhe para
fazer uma queixa formal contra a tua família de acolhimento… por maus-tratos.
Benedita endireitou-se
no banco, o coração acelerado sem que ela soubesse exatamente porquê.
— Também abriram um
inquérito na Segurança Social — continuou ele, a voz calma mas firme. — E…
entretanto, já dei entrada com os papéis para pedir a tua guarda temporária.
Ela ficou a olhar para
ele, sem saber se devia falar ou apenas ouvir. Óscar prosseguiu, como se
quisesse justificar o que vinha a seguir.
— O único motivo por
que tenho ligado o telemóvel é para falar com ele. — Respirou fundo. — Tenho fé
que tudo corra bem.
O silêncio que se
seguiu foi diferente de todos os anteriores. Benedita fitava-o com um olhar
onde se misturavam surpresa, felicidade e… esperança — uma esperança tão
intensa que quase doía.
— Mas… — começou ela,
hesitando antes de perguntar — porque é que… estás a fazer isto tudo?
Óscar não respondeu de
imediato. Continuou a olhar para o asfalto a desaparecer sob o Corvette, como
se a estrada lhe desse tempo para encontrar as palavras certas. Só depois de
alguns segundos falou, sem desviar os olhos do horizonte.
— Porque alguém tinha
de o fazer. — A voz saiu grave, mas sem dureza. — Porque tu não devias ter
passado por nada daquilo. Porque ninguém, com a tua idade, devia ter os olhos
que tu tens… — lançou-lhe um olhar rápido, breve, mas cheio de significado —
…olhos que já viram mais do que deviam.
Ele engoliu em seco
antes de continuar, como se houvesse algo por baixo daquelas palavras que ele
não queria, ou não conseguia, dizer.
— E… — fez uma pausa
curta, quase impercetível — …porque quando te encontrei à beira da estrada,
percebi que se seguisse em frente e fingisse que não te vi… eu não ia conseguir
viver comigo mesmo.
Benedita manteve o
olhar preso nele, sentindo a garganta apertada. Não sabia o que dizer, e talvez
não fosse preciso.
Óscar voltou a
focar-se na estrada, como se o que tinha dito fosse já suficiente.
À medida que os
edifícios cresciam e o trânsito começava a adensar-se, Óscar lançou um olhar de
esguelha para Benedita, quebrando o silêncio que até então só tinha sido
cortado pelo som grave do motor.
— Sabes… — começou com
um tom ligeiramente mais leve — para uma rapariga, tens poucas roupas.
Benedita ergueu uma
sobrancelha, intrigada.
— E o que é que isso
tem?
— Tem que… — ele fez
um gesto amplo com a mão, como quem anuncia algo óbvio — estamos a entrar em
Paris, a capital mundial da moda. Isto é praticamente um crime de estilo.
Deviamos aproveitar para reforçar o teu guarda-roupa.
— E onde é que eu vou
pôr essas “compras”? — perguntou ela, já a sorrir.
— Ah… aí é que está o
truque. — Óscar sorriu de canto. — Espaço de bagagem do carro é limitado.
Portanto… nada de malas gigantes ou vestidos que ocupem metade do
porta-bagagens.
— Então o que é que
achas que eu devia comprar? — provocou-o.
Óscar levou a mão ao
queixo, fingindo pensar profundamente.
— Bom… começava por um
chapéu com penas enormes, daqueles que precisam de um metro de espaço em cada
lado. — Fez um gesto largo com as mãos.
Ela fez-lhe uma
careta.
— A seguir… uns
sapatos com saltos de vinte centímetros, para veres tudo lá de cima.
Benedita soltou uma
gargalhada.
— E… — continuou ele,
implacável — um casaco com franjas até aos joelhos. Se for fluorescente,
melhor.
— Estás a gozar
comigo… — disse ela, abanando a cabeça, mas com um sorriso que lhe iluminava o
rosto.
— Um bocadinho. —
Óscar admitiu, divertido. — Mas prometo que também podemos comprar algo que
realmente gostes.
O riso leve foi ficando
no ar enquanto atravessavam os últimos quilómetros até ao centro. Quando
finalmente chegaram, a cidade envolveu-os com o seu caos elegante: ruas cheias,
cheiro a café e croissants a sair das esplanadas, turistas com máquinas
fotográficas penduradas ao pescoço.
Encontraram um hotel
de fachada clássica, varandas em ferro forjado e portas altas, a poucos minutos
do Louvre. O quarto era simples mas elegante, com luz a entrar pelas janelas
altas, e uma pequena varanda de onde se via o bulício das ruas.
Deixaram as malas, e
minutos depois já estavam de volta ao carro para o estacionar num parque
subterrâneo. Quando emergiram à superfície, a cidade envolveu-os com o seu caos
elegante: turistas a posar para fotografias, o eco distante de um acordeão, o
cheiro doce dos crepes misturado com o de café acabado de moer.
— Vamos comer qualquer
coisa? — perguntou Benedita.
— Tenho um sítio em
mente — respondeu Óscar, com um leve sorriso.
Caminharam até à esplanada do Café Marly, instalada sob
os arcos do Palais du Louvre. Dali, a vista era de postal: a pirâmide de vidro
erguia-se imponente no centro da praça, refletindo o céu claro, enquanto o
palácio se estendia em pedra dourada até onde a vista alcançava. Os toldos
creme filtravam a luz, criando um jogo de sombras suaves sobre as mesas bem
postas.
Sentaram-se, e
Benedita deixou escapar um suspiro de contentamento ao sentir o contraste entre
o burburinho da praça e a serenidade que aquele recanto oferecia. Óscar,
descontraído, fez sinal ao empregado.
— Aqui o que é que se
come de típico? — perguntou ela, folheando o menu.
— Muita coisa boa… mas
estamos no Louvre, convém comer com estilo — respondeu Óscar.
Acabaram por pedir
dois pratos icónicos da região parisiense: para ela, quiche lorraine acompanhada de salada verde temperada com vinagre
de Dijon; para ele, um steak tartare
bem temperado, com batatas fritas finas e crocantes. Para beber, partilharam
uma garrafa pequena de Sancerre blanc,
fresco e aromático, perfeito para a manhã ensolarada.
Enquanto esperavam,
Benedita deixou-se absorver pela cena diante de si: casais de mãos dadas,
grupos de estudantes de arte com cadernos de esboços, crianças a correr atrás
de pombos, e o sol a brincar nas fachadas do Louvre. Óscar, por sua vez,
observava mais discretamente, bebendo um gole de vinho e deixando que o momento
se instalasse sem pressa.
A comida chegou com
apresentação impecável. A quiche de Benedita, dourada e fofa, soltava um aroma
reconfortante, enquanto o steak tartare de Óscar vinha moldado num círculo
perfeito, coroado com uma gema crua e rodeado por alcaparras e cebola picada.
— Isto sim é Paris… —
disse ela, sorrindo ao provar a primeira garfada.
— Ainda nem começámos…
— respondeu ele, erguendo o copo num brinde silencioso à cidade.
Saíram da esplanada
como quem se deixa levar pela corrente de um rio antigo, cada passo marcado
pelo rumor da cidade. Paris tinha aquele ar de coisa viva — o tilintar de
talheres, o murmúrio das conversas, o chiado dos travões num cruzamento — como
um coração que batia sem nunca parar. O sol filtrava-se pelas nuvens, deixando
cair luzes e sombras que corriam pelas fachadas como memórias fugidias.
— Então, por onde
começamos? — perguntou Benedita, ajustando a mala ao ombro.
— Pelo óbvio — disse
Óscar, erguendo o queixo na direção do Louvre. — Se estamos no centro do mundo,
vamos ao coração dele.
A pirâmide de vidro
brilhava como uma promessa. Lá dentro, o ar tinha um peso que parecia filtrar
as vozes, tornando-as mais baixas. Benedita caminhava devagar, como se tivesse
medo de acordar as pinturas. Os olhos dela paravam nos detalhes: uma sombra num
rosto, uma dobra num tecido pintado há séculos. Noutras salas, passava rápido,
como se certas obras lhe fossem indiferentes. Óscar observava-a mais do que
observava os quadros.
— É mais pequena do
que imaginei… — murmurou, diante da Monalisa.
— Quase tudo é —
respondeu ele. — O mito cresce, a realidade encolhe.
À tarde, caminharam
pela margem do Sena. O rio, carregando reflexos de nuvens, corria como se fosse
eterno. A Notre Dame ergueu-se à frente deles, envolta em andaimes e cicatrizes
negras. Benedita aproximou-se e encostou a mão às grades, num gesto quase
infantil. Ficou ali, a olhar, e por um instante Óscar viu nela a mesma
expressão que vira em si próprio no dia em que a sua vida ruiu — aquela mistura
de dor e teimosia que sobrevive ao desastre.
No dia seguinte, a
Torre Eiffel apareceu como um esqueleto de ferro contra o céu. Subiram juntos,
o vento a brincar com o cabelo dela, a gravata dele a agitar-se. Lá em cima, a
cidade estendia-se, perfeita de longe.
— É como olhar para a
vida de fora… — disse Benedita, com um sorriso breve. — Parece perfeita até
repararmos nas ruas estreitas e nas sombras.
— Nunca pensei ouvir
isso de ti.
— E o que é que
esperavas?
— Que dissesses que
querias uma fotografia. — E riram, o som a perder-se no vento.
Depois vieram as
lojas. Tecidos que pareciam deslizar sozinhos, espelhos que multiplicavam os
gestos. Benedita provava vestidos com uma curiosidade quase desconfiada, como
se cada peça testasse a imagem que tinha de si. Óscar, afundado numa poltrona,
atirava comentários secos:
— Esse é perfeito…
para alguém com mais vinte anos e menos juízo.
Ela saía do provador a
fingir que se ofendia, mas os olhos riam-lhe antes da boca. Comprou pouco, mas
quando saíram, o jeito como segurava o saco denunciava que trazia algo que era
verdadeiramente dela.
Na terceira noite, ele
apareceu com dois bilhetes na mão.
— Ópera Garnier. Esta
noite.
— Isso é música para
dormir — protestou ela.
— Então vamos dormir
com estilo.
Mas não dormiu. La Traviata tomou-a por dentro,
arrastando-a com aquela história de amor condenado. Durante o intervalo, ficou
em silêncio, e quando falou foi num tom quase ferido:
— É estranho… Sei que
ela é só uma personagem, mas sinto-me revoltada.
— Porque é verdade. —
Óscar olhou-a de lado. — E a verdade, quando a reconhecemos, incomoda sempre.
Três dias inteiros.
Caminharam até os pés doerem, partilharam silêncios que não precisavam de ser
quebrados. Jantaram em restaurantes onde os nomes dos pratos soavam como
poemas: magret de canard, bouillabaisse, crème brûlée estalando sob a colher.
Na rua, as luzes refletiam-se nas poças, transformando-as em pequenos céus
deitados no chão.
E no meio de tudo,
havia aquele pacto não dito: estavam simplesmente aqui, num intervalo, num
adiar, mas neste momento não importava. Paris foi o cenário, mas os dois eram
já protagonistas de uma história que não sabiam aonde ia dar — e talvez fosse
isso que tornava cada momento tão vivo.
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