terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Consequências (XXV de XLIII)



Alex sentiu-se a acordar lentamente. Tentou abrir os olhos mas o esforço parecia incomensurável. Tentou mexer-se, mas era como se o seu corpo não estivesse lá. Deixou-se ficar um pouco e as recordações do ataque vieram-lhe à memória. “Fui atingido” pensou. 

Tentou respirar fundo, mas o ar parecia queimar os seus pulmões. Finalmente conseguiu entreabrir os olhos e ficou ofuscado pela luz que inundava o espaço onde ele estava. Aos poucos os olhos habituaram-se à claridade e ele viu que se encontrava num quarto de hospital, mas sentia-se completamente desorientado. Foi então que viu Miguel, que parecia dormitar numa cadeira ao fundo do quarto.

Tentou falar, mas apenas um débil gemido lhe saiu dos lábios. No entanto foi o suficiente para despertar Miguel que, assim que olhou para ele levantou-se e dirigiu-se a ele, ao mesmo tempo que carregava num botão que estava ao lado da cama.

“Bem-vindo, pá. Por momentos a coisa parecia que estava má…” Disse ele com um sorriso.

Alex queria responder, mas o seu corpo parecia não querer reagir.

“Tem calma. Estás no hospital e já não corres perigo de vida. Já agora, só para que saibas, estás no Dubai, num hospital privado.”

Entretanto uma enfermeira entra no quarto rapidamente e olha para Alex com um sorriso.

“Olha, o nosso paciente dorminhoco acordou. Seja bem-vindo, senhor Alexandre.”

Alex sentia o torpor dos sentidos a deixá-lo aos poucos enquanto a consciência parecia retornar devagar à sua mente. Mas, ao mesmo tempo uma dor lancinante começava a percorrer-lhe o corpo. Tentou mexer-se com o desconforto, mas não conseguiu.

A enfermeira aproximou, agarrou numa seringa com um liquido que injectou na linha de soro que estava ligada ao seu braço.

“Isto deve ajudar às dores. Sei que deve estar confuso mas esteve a dormir por mais de uma semana e as drogas ainda estão a sair do seu sistema. Daqui a algumas horas já deve sentir-se menos confuso”

A enfermeira destapou-lhe os pés e deu pequenas picadas neles. Alex não as sentiu e os pés não se moveram. Ela ficou sem expressão e apenas continuou a falar.

“Agora tem de descansar e dar algum tempo à sua cabeça para assentar. Mais logo um médico virá falar consigo. Agora feche os olhos e descanse.”

Talvez porque ainda estava zonzo, ou por causa daquilo que ela tinha posto no soro, Alex sentiu o enorme cansaço ao mesmo tempo que o alivio das dores. A enfermeira saiu e, mesmo antes de deslizar para o sono ouviu Miguel a dizer:

“Alex, tens que te aguentar. O pior já passou. Alem disso, ia ficar muito mal no meu currículo o ter-te deixado morrer, portanto, não é uma opção.” E a última coisa que Alex ouviu foi Miguel a dizer-lhe com um tom algo emocionado e pouco característico nele “E obrigado por me salvares a vida.”


2 comentários:

  1. A história continua a adensar-se e o Alex, que não escolheu nada daquilo, a ficar desorientado. É ele eu!!
    Que raio de vida aquela!
    Onde irás buscar as fotos tão bem ajustadas às cenas que contas? O homem está todo musculado pelos exercícios físicos que andou a praticar. E agora... quando os músculos começarem a ficar flácidos e virar gordura?
    Um abraço, Gil!

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. IA :) Das-lhe a história, ela dá-te a foto
      Mais concretamente Flux AI pro

      Abraço Janita :)

      Eliminar

O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!