Ele deixou-a entrar à frente no quarto enquanto ficava para trás, para fechar a porta. Ela entrou vendo o quarto apenas iluminado por umas luzes led de ambiente no tecto e pelas luzes que entravam pelas enormes janelas, dos edifícios na baia, seguido por um mar que se esbatia num horizonte longínquo com um “Uau!” e, quando ele ia a acender a luz ela parou-o:
“Não acendas. Já viste esta paisagem?”
Para ele a beleza da paisagem, por mais de cortar a respiração que fosse, era neste momento realçada pela visão da presença dela, de olhos fixos no mundo lá fora, uns metros à sua frente. Era um sentimento, um momento. Talvez por tudo o que tinha passado até aqui, sabia que este momento iria ficar com ele. Não a noite, mas este singelo momento pontilhado por luzes num sitio que lhe era estranho, e ao qual a única ligação que teria era este momento.
Ela virou-se, reparou no olhar dele, sério e profundo. Sorriu-lhe. Sentia a hesitação dele. Percorreu os poucos metros que os separavam, prendeu-o no seu olhar. Ele olhava para aqueles olhos claros e límpidos que pareciam reflectir as luzes do mundo lá fora e pareciam faiscar completamente hipnotizado e ao mesmo tempo receoso, como se quisesse soltar-se daquele encantamento. Mas ela não o deixou e aproximou-se e colocando os braços à volta do seu pescoço colou os lábios aos dele com uma suavidade que o surpreendeu. Ela sentiu-o a ficar tenso nos seus braços. Quebrou o beijo, chegou ao seu ouvido e disse:
“Não há expectativas, não há ilusões, nem sequer há amanhã. Há esta noite e tu apeteces-me desde que ti vi pela primeira vez. Não há passado, não há futuro. Há agora.”
E dito isto voltou a colar os seus lábios aos dele, forçando a sua língua, envolvendo-o, devorando-o e dando-lhe um gosto do seu desejo que ele finalmente começou a corresponder.
Ela afastou-se dele, puxou-o para o sofá, onde o fez sentar, deu uns passos para trás, desapertou o vestido e este fluiu como agua até se depositar aos seus pés, revelando o seu corpo gloriosamente nu. Caminhou para ele, ajoelhando-se à sua frente e deslizou pelo seu corpo acima, procurando um outro beijo, mais calmo, menos voraz, enquanto ia-lhe desapertando os botões da camisa e acariciando o seu peito e tronco enquanto o fazia e quando acabou deslizou a mão pela sua erecção, por cima das calças e soltou uma risada.
“Esta já vem mais a propósito…” disse com uma gargalhada, fazendo-o rir também. Despertou-lhe cinto e tirou-lhe as calças e depois os boxers, revelando-o, agarrou-o, sentiu-o massajou-o.
“Vai devagar.” pediu ele meio embarassado “Já faz uns dias…”
“Não te preocupes…” disse ela com um ar malandro “ Se disparares antes do tempo eu sei maneiras de… recarregar…”
E com isto ela envolveu-lhe a glande com a língua, tomando-lhe um primeiro gosto e surpreendendo-o, descendo com a língua devagar ao longo do seu sexo e subindo novamente, agarrou-o com os seus lábios e sorveu-o devagar.
Continuou a beijá-lo, chupá-lo, massajá-lo, sempre com os olhos nos dele e com uma expressão de satisfação que parecia aumentar ainda mais as sensações de prazer que preenchiam os sentidos dele e que aumentavam de intensidade a cada momento. As sensações tornaram-se incontroláveis e ele acaba por se ver repentinamente apanhado por um orgasmo que abana todo o seu ser enquanto se sente sugado por aquela boca que não lhe dá descanso.
Ele finalmente quase colapsa e ela vem beijar-lhe a boca ainda plena do seu sabor, que partilham os dois plenamente, num beijo apaixonadamente voraz.
“Agora que já resolvemos o problema das explosões mais imediatas…” disse ela, com um fogo liquido no olhar “…que tal tratarmos das mais prolongadas?”
Ele levantou-se, pegou nela ao colo e levou-a para a enorme cama onde a deitou com suavidade. Livrou-se finalmente da camisa e ajoelhou-se no chão, no meio das pernas dela, cobrindo de pequenos beijos o interior das suas coxas, até finalmente sentir o adocicado sabor dela, provocando-lhe um arrepio e fazendo-a soltar um gemido. Ele continuou a lambê-la, a chupá-la, ora provocando-a suavemente ora lambendo ou chupando com intensidade. A respiração dela aprofundava-se e ele tentava segui-la instintivamente variando a intensidade ora para a provocar, ora para lhe dar precisamente o que ela queria.
Ela, que já tinha tido alguns bons amantes, sente-se a derreter na boca deste homem uma e outra vez, sem que ele lhe dê descanso. Cada vez que se sente a descer à terra uma nova onda toma conta do seu corpo e dos seus sentidos, leva-a a um novo pico, perde noção do tempo e até de si, deixando-se envolver pelas ondas de prazer que a fustigam.
Finamente, absolutamente rendida, olha-o nos olhos com ferocidade puxa-lhe a cabeça e diz de forma quase gutural “Quero-te” e ele obedece ao chamado dela, segue-a, colando a boca à dela, cheio do sabor do seu prazer, e começa a invadi-la lentamente sentindo a impaciência dela debaixo de si enquanto as ancas se empurram de encontro a ele, tentando ter mais dele, e ele entra finalmente por inteiro nela, de uma única vez, fazendo-a soltar um grito dos pulmões enquanto crava as unhas nas costas dele e o olha nos olhos e suplica “fode-me” a que ele acede com gosto, tomando conta dela, acompanhando-a, perdendo-se ela, rendendo-se por inteiro.
A noite prolongou-se até o sol começar a lançar a sua luz no horizonte, e só então se renderam, exaustos, satisfeitos.
Paola foi acordada suavemente.
“Tenho de ir. Tenho avião marcado daqui a pouco” disse-lhe Alex com um sorriso que mascarava a pena que tinha de a deixar agora.
Ela ergueu-se, deu-lhe um beijo apaixonado e disse-lhe com um sorriso que não deixava dúvidas:
“Sempre que estiveres por perto, tens o meu número.”
Ele olhou para ela com um sorriso malandro e respondeu:
“Isso é um bom incentivo para ir aparecendo…”
Ela piscou-lhe o olho.
Ele deu-lhe mais um beijo, pegou nas malas e saiu.
Horas depois estava de volta à sede do seu trabalho. A primeira coisa que fez, assim que chegou acompanhado por Miguel foi falar com o pessoal da segurança. Fez questão de agradecer pessoalmente a todos eles. Só depois voltou ao que era agora a sua casa, sendo efusivamente saudado pelas suas duas empregadas.
Nessa noite recebeu um telefonema do seu colega Paulo.
“Viva, Paulo, tudo bem.”
“Tudo bem. Já estas de volta. Por esta altura já deves estar com saudades dos quartos do Dubai, não?”
“Não, está tudo bem. Conta coisas.”
“Olha, só para te dizer que temos um substituto para ti.”
“Um substituto?”
“Sim. Um gajo ambicioso e com sangue na guelra. E a quem também interessa o dinheiro, claro.”
“Mas querem substituir-me?”
“Não. Mas quero dizer-te que quando quiseres sair desse buraco não vai haver impedimentos. Basta dizeres. Mas enquanto ai quiseres estar, o lugar é teu. Todos vemos o trabalho que tens feito, mesmo quando estavas numa cama do hospital. Ninguém vai fazer nada nas tuas costas. Mas quando quiseres…”
Alex sorriu.
“Obrigado Paulo, fica anotado.”
Continuaram a falar de outros tópicos até ao fim da chamada e o assunto caiu ali.
A vida voltou a cair numa relativa rotina, se bem que ele agora estava muito mais alerta para o que o rodeava.
E agora, de vez em quando, fazia uma viagem de fim-de-semana ao Dubai.
Com a terapia completa, para o corpo e para alma, lá volta Alex para os seus deveres profissionais.
ResponderEliminarAcho bem>>>>>>! Que tanta marmelada acaba por enjoar...
Um abraço, Gil.
Bom domingo.
Um bocado de marmelada tb é necessária... :)
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