segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Consequências (XLII de XLIII)



Com a gravidez de Patrícia a complicar-se para o fim, Marie quase se mudou para casa da filha, com Alex a aparecer para jantar todos os dias, levando Marie para casa e deixando-a no dia a seguir a caminho do trabalho. Na última semana da gravidez a nas semanas a seguir ao parto Marie mudou-se em definitivo, ajudando a filha e o genro a cuidar da casa e do pequeno Filipe, que nasceu saudável.

Entretanto, a quinze dias da data prevista para o parto de Paola, Alex arrancou para o Dubai, para assistir Paola no que fosse necessário, com Marie a chegar uma semana depois.

Marie foi recebida calorosamente por Paola, se bem que percebia haver alguma reticência da parte dela, que sem dúvida conhecia toda a sua história com Alex. Perante a insistência dela de que estava bem, Paola encorajou Alex a mostrar a Marie os sítios mais visitados do Dubai, se bem que os passeios eram sempre de telemóvel na mão, à espera de novidades.

Foi com a chegada de Gabriela, cujo nome foi dado por Paola em honra da sua avó materna, que as reticências de Paola em relação a Marie se dissiparam por completo, e, como preverá Lisa, plantou-se ali a semente de uma amizade, mas mais do que isso, ambas sabiam que estariam sempre ligadas por Gabriela e por Alex.

Alex e Marie regressaram um mês depois, Quando Paola se sentia já recuperada e Gabriela foi recebida como seria de esperar pêlos irmão, mas sobretudo por Tiago, que se apegou à irmã e fazia questão de passar o máximo tempo possível com ela quando vinha visitar, agora quase sempre acompanhado por Rebeca.

“Pelo menos sabes que ele vai ser um bom pai.” Dizia Marie em jeito de provocação a Rebeca.

“É filho do Alex. Era estranho não ser.” Respondia Rebeca com um sorriso.-*

Alguns meses depois, Tiago pediu Rebeca em casamento.

Ao longo do tempo, e no princípio, as conversas com Paola eram semanais. Era sobretudo Marie, com Gabriela ao colo numa videochamada a falar acerca da semana. Com o tempo, e com Gabriela a crescer, as chamadas foram ganhando mais periodicidade, com Paola a iniciá-las cada vez mais. No seu segundo aniversário, Alex e Marie levaram Gabriela ao Dubai, para estar com Paola a pedido dela.

A felicidade de Paola ao longo daqueles dias era evidente, embora o fosse também que não queria de maneira nenhuma perturbar a relação entre mãe e filha que claramente existia entra Gabriela e Marie.

Foi por volta do terceiro aniversário que Paola finalmente quebrou e perguntou a Alex se se importava que ela estivesse mais presente na vida da filha.

Alex e Marie discutiram o pedido, não havendo qualquer oposição por parte de Marie. Alex conseguiu, através de alguns contactos arranjar um emprego para Paola e um apartamento de dois quartos na cidade, a cinco minutos de distância a pé de sua casa.

A chegada de Paola alterou a dinâmica da família, com ela a insistir levar Gabriela ao jardim-de-infância e a ir busca-la depois, levando-a de volta para Marie, que a convidava sempre a ficar e a jantar com eles. Tornou-se uma presença constante, e a consequência foi que ambas começaram a desenvolver uma amizade especial. Como melhores amigas adolescentes. Iam para todo o lado e faziam tudo em conjunto. A elas acabou por se juntar Lisa, sendo que o trio andava junto frequentemente.

Alex e Fernando acabaram por desenvolver uma grande amizade também. Fernando, incentivado por Alex, acabou por comprar um Dodge Charger que também restaurou meticulosamente e ambos iam por vezes a encontros de automóveis antigos.

Um dia, enquanto estavam deitados, encaixados um no outro enquanto deixavam o corpo relaxar depois de um orgasmo conjunto, Marie perguntou:

“Alex, o que é que achas de Paola vir viver connosco?”

Alex ficou surpreendido com a pergunta.

“Vocês têm falado acerca disso?”

“Não. É só algo em que tenho pensado. Ela passa a maior parte do tempo aqui, de qualquer maneira…”

“Mas não achas que ela quererá manter alguma independência?”

“E não a teria aqui, na mesma?”

“Sim…” concedeu Alex.

“Então? Que achas?”

Alex respirou fundo e ficou pensativo durante bastante tempo e acabou por responder:

“Se calhar não é boa ideia?”

“Porquê?” perguntou Marie, deixando a pergunta no ar durante algum tempo e continuando depois “Por causa da maneira como ela olha para ti quando pensa que ninguém vai reparar? Ou pela maneira como tu por vezes olhas para ela?” o tom de voz de Marie não tinha qualquer reprovação ou acusação e ela continuou “Eu não sou idiota, Alex. Mas também sei que tu jamais farias alguma coisa para me magoar.”

Alex deixou-se ficar em silêncio e ela continuou.

“Alex, eu sei que me amas. Mais que tudo. E eu sei que já tive o teu coração por inteiro, mas que pelas minhas acções, perdi um bocado dele. Mas eu sei que te tenho quase todo. Mas tu tens medo que se ela estiver na mesma casa a tentação seja demais…”

Não foi uma pergunta. E Alex sabia que ela tinha razão.

“Eu não tenho medo, Alex. O que dizes?”

Alex beijou-a ternamente e disse-lhe:

“Faz o que achares melhor.”

E Marie falou com Paola, que ficou reticente a principio. Alex nunca soube os detalhes do que falaram, mas Marie convenceu Paola que acabou por se mudar.

Alex já não se lembrava do que era ter uma casa tão viva desde que os filhos eram adolescentes. Aliás, já não se lembrava do que era ter duas mulheres em casa desde que Patrícia era adolescente. Mas Marie e Paola tinham uma cumplicidade incrível, por esta altura.

Alguns meses depois de Paola se mudar, estavam os três na sala a ver um filme à noite, Alex no meio, com o braço direito por cima de Marie aninhada a ele, e Paola com a cabeça em cima do seu ombro esquerdo e ambas as mulheres com os braços por cima da sua barriga, quando Marie lhe começa subitamente a fazer festas com a ponta dos dedos. Alex olhou para ela, com aquele brilho que ela já conhecia no olhar e sorriu de volta.

Voltaram os dois novamente a atenção para o filme que estavam a ver, mas Marie continuou com as carícias, tocando por vezes ao de leve a mão de Paola.

Paola olhou para ela, viu o que ela estava a fazer, e fez tenção de retirar a mão, mas Marie segurou-a, para sua surpresa. Depois guiou a mão dela para a acompanhar nas caricias que fazia a Alex. Paola olhou para Marie com uma expressão preocupada, mas Marie devolvia-lhe um sorriso carinhoso.

Alex, apercebendo-se, observava-as, percebendo de imediato que nada disto tinha sido premeditado. Marie olhou para ele e avançou para um beijo que não deixava qualquer duvida quanto ao desejo de Marie. Depois Marie desviou a sua atenção para Paola, que os observava atentamente, levando a mão ao seu rosto e puxando-a para si num suave beijo terno. Quando quebraram o beijo, Marie afastou-se com um sorriso maroto, acenando levemente com a cabeça para Paola que, percebendo Marie, se volta para Alex e se lança a ele num beijo que parecia desejado há muito.

Quando se separaram, Marie levantou-se do sofá, começou a dirigir-se às escadas para o piso de cima e disse:

“Não façam muito barulho. A Gabriela está a dormir e… Ainda posso sentir-me tentada a juntar-me a vocês…”

Quando ela ia quase a desaparecer na escada, Alex respondeu-lhe:

“Sabes, isto do sofá já não é para a minha idade…” e olhou para Paola que, entendendo-o, simplesmente anuiu “E se subíssemos também?”

Marie olhou para ele e respondeu com um sorriso pensativo:

“Era capaz de ser interessante…”

Alex levantou-se, deu a mão a Paola, ajudando-a a levantar se seguiram Marie.

Uma das prioridades de Alex na semana seguinte foi comprar uma cama maior


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