sexta-feira, 31 de julho de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXIX

XXIX – Um brinde à Elita Svenson!

Enquanto tudo isto se passava, o João estava sentado no mesmo bar do dia anterior, completamente deprimido. Volta e meia levantava a cabeça e via o Eleutério que se arrastava penosamente de um lado para o outro.
Findo o seu turno, Eleutério despiu a farda e juntou-se a ele, no balcão! E beberam em silêncio. E depois beberam mais. E depois continuaram a beber. Ambos os dois deprimidos, com as lágrimas a escorrer timidamente pelo canto dos olhos, as do João mais disfarçadas do que do Eleutério por uns óculos escuros.
De repente, o João saca do telemóvel e manda um SMS à Lita.
-Não pode ser verdade! – disse ele para o Eleutério enquanto escrevia uma simples pergunta “É verdade?”…
…e recebe, quase logo a seguir um “Desculpa!” como resposta e desatam os dois a chorar profusamente:
-Porquê? Porquê? – perguntava o Eleutério desconsolado.
-Será que ela não percebe que nós temos sentimentos?
E abraçaram-se reconfortando-se um ao outro na dor comum!
Quando se recompõem minimamente, o João agarra no seu copo, ergue-o, volta-se para o Eleutério e diz:
-Seja como for, um brinde à Elita Svenson!
-À Elita Svenson! – responde o Eleutério.
-Eu bebo a isso… - diz uma outra voz, feminina, juntando o copo aos deles! Era a Cris!
-Mas tu tabém…
-Não! Quer dizer… Bem, é complicado!
E lá ficaram os três a falar acerca do assunto comum, e assim ficaram até o bar fechar e eles terem de sair, altura em que o João perguntou se não queriam ir até casa dele, e foram os três…

***


Já era bem tarde quando a… a… a rapariga que estava comigo acordou, depois de desfalecer exausta!
Abriu os olhos de repente, como que assustada por alguma coisa, olhou para mim, ficou com uma expressão triste e disse:
-Não devíamos ter feito isto…
-Como assim?
-Pá, tu estavas como uma espécie de paciente meu… E devia estar a tentar ajudar-te e… estraguei tudo!
-Não, não estragaste! Aliás, acho que nunca esteve tudo tão bem comigo…
-Mas… Não devíamos! Eu…
Levantou-se de repente!
-Desculpa, eu não posso ficar!
-Mas passou-se alguma coisa? Fiz algo errado?
-Não, o problema não és tu… - “é a minha tese”!
E saiu de repente, sem quase me dar a oportunidade de lhe tentar dizer mais alguma coisa!
“Será que há alguma mulher no mundo que seja uma pessoa normal?” perguntei-me!
Mas entretanto estava cansado, a minha mandibula doía, e eu deixei-me arrastar para um delicioso sonho retemperador! Apesar de tudo, neste momento, tudo estava bem!

2 comentários:

O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!