quarta-feira, 22 de julho de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - IX

IX – Eles foram tããããooo maaaauus…

Quando estava a voltar a mim aparece de repente a Cris, a vir na minha direcção e diz-me:
-Empresta-me o teu telemóvel, depressa.
Pensei rápido:
-Só se me deres o bronzeador.
-Feito! – Respondeu ela pondo-mo na mão e esticando-a à espera do telemóvel que lhe dei logo em seguida. Depois arrancou a correr em direcção ao sítio onde estava Lita, levando-me no seu encalço. Quando lá chegamos, ela à minha frente e já a preparar a câmara do telemóvel, deparo-me com o Abel e o Francisco a passar bronzeador por todo o corpo de Lita e apenas vestidos com umas tangas minúsculas.
-Tira a T-shirt e vai lá para o meio – ordenou a Cris.
-O quê?
-Tira a t-shirt, pá. Despacha-te.
-Por falar nisso,… - disse eu quando finalmente me apercebi - …o que é que aconteceu à tua?
A t-shirt dela, completamente rasgada estava enrolada à sua volta, praticamente apenas a esconder o peito!
-Isso não interessa pra nada! Agora tira a t-shirt.
-Não – disse eu já a corar.
-Porquê?
-Sou tímido…
Nisto, o Abel, mais próximo de nós, apercebeu-se de que estávamos ali.
-O que é que se passa aí? – Perguntou.
-Estamos a jogar um jogo. – Respondeu a Cris – Chama-se “Arranca a t-shirt”. O Freddy já me arrancou a minha e eu estou a tentar arrancar-lhe a dele… Ajudas-me?
-Mas claro! – E saltou para o pé de nós, mandando-se a mim querendo agarrar-me e eu a tentar esquivar-me e a protestar e ele finalmente consegue agarrar a t-shirt que ameaça rasgar, mas eu consigo evitar, mas não me consigo soltar e reparo no olhar maquiavélico da Cris, ao nosso lado (soube mais tarde que pensava que se conseguisse que eu curtisse com o Abel este seria o melhor dia no parque de sempre, o que lhe deu a ideia a seguir) e a t-shirt não aguentou e rasgou e a Cris esguichou a garrafa de creme bronzeador para cima de nós, cobrindo-nos daquilo e deixando-nos atónitos a olhar para ela, sendo que a reacção dela foi rir-se…
…e nos agarramo-la, pusemo-la entre os dois:
-Ai queres guerra? – perguntei eu – Atão vais ver! Abel, vamo-nos esfregar nela e enchê-la de creme?
-Bora!
-Não, rapazes,… - protestava ela - …não façam isso, NÃÃÃO, vão-me lambuzar toda, opá, não… vá lá… nãããããoooo… - e a sua voz tornava-se lânguida e arrastada e eu e o Abel riamo-nos e de repente parou tudo!
-O que é que focês estoum a fazer? – O tom autoritário naquela voz normalmente tão doce deixou-nos em sentido – Isso faz-se à piquinina?
Lita estava de pé, e pela voz devia-nos estar a olhar com uma expressão assustadora, mas estava de pé, em topless e todo o meu horizonte estava focado naquele maravilhoso e glorioso par de mamas, pelas quais naquele instante eu poderia compor odes e sinfonias, operas completas, se algum dos meus neurónios conseguissem fazer algo que se parecesse com uma sinapse!
-Não, Lita, não é… - tentava a Cris impedi-la.
-Anda cá já! Sai do pé desses grosseirões! – E a Cris, obedientemente, foi e a Lita, num gesto doce e protector, abraçou-a, deixando também a Cris embasbacada com os peitos que quase lhe batiam na cara – Os rapazes devem prrouteger as meninas, e não atacá-las, não é? Eles forram maus!
-Não eles… - balbuciava a Cris, sem saber o que fazer, sabendo que fosse qual a decisão que tomasse já tinha perdido qualquer coisa, no caso uma das partes - …eles,… Eles foram tããããooo maaaauus… - Choramingou, e a Lita puxou-a mais para si, encostando a cabeça dela ao seu peito e reconfortando-a enquanto ela aproveitava para pousar as mãos naquele rabo que devia ser eleito uma das sete maravilhas (tirava-se uma das que já lá estão, porque, afinal, perto daquilo qual é a importância da muralha na China ou das pirâmides), deixando-me a mim e ao Abel atónitos, ao Francisco, que assistira a tudo impávido e sereno a rebolar a rir, e, vá-se lá saber porquê, num raio à volta, bastantes acidentes pequenos, como quedas de bicicleta ou choques contra postes, vá-se lá saber porquê!
E nisto toca uma buzina a alguma distância e ouve-se alguém a chamar:
-Lita? És tu?
E ela vira-se, largando a Cris que tinha uma expressão no rosto que apenas tinha visto a algumas grandes actrizes porno, em especial à minha preferida, a Tisha Montes, nos mais intensos momentos de satisfação e grita:
-António? És tu?
-É João, mas tudo bem… Sim, sou eu – respondeu o estranho com um sorriso.
-Tens um carro novo?
-Tenho, fui busca-lo à pouco… Se quiseres podíamos ir dar uma volta…
-A serrio?
-Sim, bora.
-Ok! – E voltou-se para nós – Bem, pessoal, vou com o António estrear o carro, ok?
-É João! - Respondi eu com uma nota de desilusão na voz, desilusão essa partilhada por todos nós.
-E vais assim? – Perguntou a Cris.
-Eu sei, é repentino, mas já não vejo a Antó…
-João.
-…Coiso há tanto tempo…
-Não, assim! – E fez um gesto apontando-lhe para o corpo e fazendo evidenciar a sua falta de roupa, altura em que ela se apercebeu, corou, apanhou a roupa, vestiu-se rapidamente, e foi.
-Até logo pessoal.
Vimos o carro a arrancar e a nossa boa disposição foi com ela.
Acabei por passar o dia com a Cris, fomos às compras, acabamos por jantar fora, chegamos a casa tarde e, quando entravamos tentamos não fazer barulho, uma vez que não sabíamos se ela já tinha chegado ou não.E fechávamos a porta devagar quando ela entra com o Ant… João ao colo, colados um ao outro com uma febre desgraçada, completamente de rompante, mandando a porta contra a parede e ele pergunta:
-E os teus colegas de casa?
-É tarde, eles já devem estar a dormir -Responde ela – Não podemos fazer barulho – e entram aos baldões pelo quarto dela adentro e fecham a porta, sem sequer darem por nós.
Quer eu, quer a Cris, ficamos destroçados.
-Boa noite. – Disse eu à Cris, dirigindo-me para o meu quarto.
-Boa noite  - respondeu ela indo para o seu, e deitamo-nos, mas ela não nos saia da cabe-ça…
…nem dos ouvidos, gemia que nem a mais apurada estrela porno, a Tisha Montes, e os gemidos foram subindo, e subindo e subindo de intensidade até que se tornaram quase insuportáveis e eu levantei-me para descobrir que a Cris estava como eu, na sala.
-Xiça, ela é um bocado histérica, não? – Perguntei eu.
-O quê?
-Ela é um bocado histérica!
-O quê?
-Pá, tou a dizer que ela é um bocado histérica…
-Não ouço, que ela é bué histérica! Queres ir beber um café?
-Pá, adorava!
E saímos. Entramos num café, ela foi ao balcão, eu sentei-me, ela voltou do balcão e pôs-me um expresso à frente.
-O teu café.
-Pá, por acaso detesto café…
Ela ficou a olhar para mim meio estranha.
-Hum! – Disse enquanto parecia reflectir um pouco e depois pergunta, na descontra – Então virgem, né?

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