terça-feira, 26 de março de 2024

Conscientização - XXIII

  

Entram no ginásio. Ele faz sinal para esperar, agarra numa cadeira que está encostada à parede, perto da porta, leva-a até ao centro da sala e pousa-a colocada de frente para o sofá que está encostado à parede mais distante. Depois, olha em volta como quem procura algo e quando parece ter encontrado, dirige-se a uma tiras de seda que estão por ali e que ela costuma usar, quer nas suas actuações, quer nos treinos. As luzes não estão acesas, pelo que a única claridade é a que entra pelos vidros enormes vinda das luzes da piscina e que lança ondas de luz pelas paredes que imitam o suave ondular da água.

Ele volta, leva-a pela mão através da sala, sem dizer uma palavra. Tira um lenço do bolso, dobra-o num triângulo e enrola-o, estende a tira de pano na mão, à altura dos olhos dela e olha-a, procurando o seu consentimento. Ela dá-o com um aceno de cabeça e ele coloca a venda sobre os seus olhos, o que, com a fraca luz, a impede totalmente de ver.

- Quero todos os teus outros sentidos bem despertos. – Diz-lhe ao ouvido.

A seguir chegam a ela apenas ruídos de movimentos dele até que sente outra tira de pano junto aos seus lábios, instando-a a abrir a boca, o que ela acaba por fazer e sente o pano a passar na sua boca aberta e a ser atado atrás, na sua nuca, amordaçando-a.

Ela pergunta-se onde é que ele irá com tudo isto, mas está tão quente e a sua cabeça tão leve que, neste momento, estaria disposta a quase tudo.

Só então, começou a despi-la com calma e é pena que ela não veja o brilho nos olhos dele enquanto a admira. Faz a sua roupa deslizar por cima da sua pele, deixa um dedo percorrer o seu braço, do ombro ao pulso de forma extremamente suave. Ela deixa-se ficar quase imóvel, mexendo-se apenas o indispensável para que ele termine a tarefa de a despir e ele retira toda a sua roupa evitando dar o mínimo toque que seja na sua pele ou em qualquer parte do seu corpo, fazendo com que seja apenas o tecido a deslizar nela. Deixa-lhe apenas os sapatos de salto, que ela sabe que fazem as suas pernas deliciosas ficarem mais esbeltas ainda, definindo os seus músculos, empinando o seu rabo. Nada mais fica no seu corpo.

Ele, com cuidado, senta-a. Com as tiras de seda começa a atá-la à cadeira. Primeiro as mãos atrás das costas, que a obrigam a ir para trás e a empinar o seu peito firme, que ele olha como quem lhe apetece tocar ou beijar, mas contêm-se. Em seguida ata os tornozelos, aos pés da cadeira, mas faz o excedente das tiras de seda subirem enroladas nas suas pernas até aos seus joelhos e depois passa-as para trás dela e da cadeira, onde as ata uma à outra de maneira a forçar as suas pernas a ficarem abertas e a mantê-la ali, exposta.

Ela continua apenas a sentir tudo isto na sua pele e o seu coração começa a bater, sentindo-se um pouco receosa.

Por fim, ele agarra numa garrafa de água que está por ali e senta-se à sua frente e olha para ela, observando a mulher magnífica que tem diante de si.

Abre a garrafa de água, e deita um pouco para dentro de um copo, acende um cigarro de erva, espalhando o cheiro e o fumo pela sala, dá uma baforada lenta, longa, sempre sem tirar os olhos dela, levanta-se, caminha de novo até ela, tira-lhe a mordaça, dá-lhe o cigarro à boca, e ela dá também uma passa longa, trava longamente, e sente um abandono e uma leveza, ao mesmo tempo que o seu corpo parece electrificar-se ainda mais. Ele volta a pôr-lhe a mordaça, afasta-se e senta-se novamente, continua a fumar, e ela, embora não consiga ver, consegue sentir o olhar dele e isso dá-lhe… prazer!

- Sabes o que talvez te faça daqui a pouco? Ele observa a sua reacção à voz.

- Daqui a pouco vou pegar numa pena. Vou até ti e, o mais suave que conseguir, vou passá-la pelo teu lado, desde o teu sovaco até à tua anca.

Ele observa-a intensamente, lendo as suas reacções.

- Faz cócegas, não faz? Eu sei que sim. Vê uma pequena contorção nela. Sorri.

- Vou desenhar arabescos na tua pele com a pena, sabes? Passá-la no peito do pé e subir pela tua perna, devagar, sempre em desenhos não muito lineares. No teu pescoço. Arrepia, não é?

Ele vê claramente o arrepio que passa na sua pele, enquanto lhe diz isto.

- Vou fazê-la descer pelo teu corpo, assim pelo meio do teu peito. Depois numa espiral, vou fazê-la subir pelo teu peito esquerdo, até chegar ao mamilo, e vou afagá-lo.

Um rubor que sobe pela face dela, sinal claro de a ter afectado. Ele consegue ver o mamilo a ficar rijo, erecto, e observa-o atentamente. Bebe um gole de água, sentindo a boca seca e percebe que é ela que o está a deixar sem saliva.

- Depois vou pegar num cubo de gelo, vou fazê-lo derreter um bocadinho nos meus dedos e deixar pingar a água gelada mesmo abaixo do teu pescoço, ao cimo da tua espinha, gota a gota, e vou deixá-las correr pelas tuas costas.

O objectivo dele é claramente alcançado quando vê um arrepio que percorre o corpo dela.

- Aposto que gostavas que te tocasse, não? – Ela nem tenta responder – Sei que sim. Sei que quando fizer isso os teus mamilos vão ficar ainda mais erectos e quando acontecer vou sorvê-los com meiguice para a minha boca, chupá-los suavemente, passar a minha língua só na ponta… Gostas? – Ela continua imóvel, com a respiração a ficar ofegante – Vou agarrar os teus peitos com as minhas mãos, juntá-los para poder beijar ora um ora outro. É isso que queres, não é?

Não há resposta, mas ela é óbvia no brilho da humidade que começa a envolver o seu sexo. Ele olha com mais atenção nesta luz e vê difusamente a humidade no clítoris que começa a ficar excitado.

Depois vou descer devagar do teu peito, em beijos suaves. Vou beijar o teu corpo e saboreá-lo, sabias? – Ele vê como ela se contorce ligeiramente ao som das palavras, dá mais uma passa longa, levanta-se novamente e aproxima-se, o coração dela dispara, quer ser tocada, por ele, anseia pelo seu toque, mas apenas sente de novo a mordaça a ser afastada e o cigarro nos seus lábios. Dá mais uma passa longa com a esperança que a droga ajude a adormecer um pouco este turbilhão de sentidos, embora saiba que, provavelmente, vai acontecer precisamente o contrário, e sente-se triste, quase desesperada quando ele lhe volta a pôr a mordaça e o sente a afastar-se novamente e sentar-se. Fica à espera que ele continue.

- Vou descer até beijar a tua virilha, passar a minha língua devagar. Gostas?

Sente-se o cheiro do sexo dela no ar e é mais que óbvio, no tom de voz dele, que isso o excita, o facto de a saber excitada.

- Sabes, depois disso tudo vou colar a minha boca ao teu sexo, vou sugar o teu clítoris com suavidade, … – ela contorce-se na cadeira – vou saboreá-lo como se fosse um prato num menu de degustação.

Ela contorce-se ainda mais. Ele dá mais uma passa longa e trava, fecha os olhos tentando fazer diluir um pouco as emoções. Finalmente expira e confessa:

Quero-te, sabes? Muito mesmo. Quero beber-te, porque estou completamente sedento de ti e vou fazê-lo. Quero muito passar a minha língua pelos lábios do teu sexo, metê-la bem dentro de ti, foder-te com ela, senti-la inundada do teu sabor...

As palavras atingem-na com a força de um carro a alta velocidade e a mordaça apenas abafa os seus gemidos. Gemidos de prazer. Gemidos de tesão, mesmo. Começa a ser cada vez mais óbvio o prazer que ele tem em conseguir provocar-lhe tudo isto apenas anunciando-lhe as suas intenções.

- És uma mulher linda, uma fêmea magnífica e eu vou beber-te toda, até sentir o teu orgasmo. Vou colar a minha boca ao teu clítoris quando ele estiver a chegar. Quero sentir o teu corpo a tremer de tesão,... – E ela sente o corpo tremer – …quero-te quente na minha boca. Quero que me dês todo o teu prazer, e tu vais dar não vais? Vens-te toda para mim, não vens? Dás-me o teu gozo todo a beber? Dás?

Ela não consegue conter mais a torrente de sensações que se espalham e liberta-se num orgasmo violento que começa a percorrer o seu corpo amarrado e vendado com uma intensidade que faz tudo o que já fez esta noite parecer um mero rato ao lado de um elefante. Está plena de sensações.

- Eu sei que te vais vir assim para mim, e eu vou querer que o teu orgasmo seja longo. – E é – Quero que mate a minha sede de ti. – Ela continua a contorcer-se, com gritos abafados e com o seu corpo perfeitamente ao rubro, sacudido violentamente pelo que sente.

- Dás-me tudo não é? Sem parar…

Ele sente o gozo dela, vê o líquido que escorre do seu sexo e que molha o tampo da cadeira. Ela, sem dúvida alguma, apetece-lhe

Quando ela finalmente se acalma, quando o seu corpo relaxa, deixa-a ficar um pouco em descanso, no silêncio.

Ele acaba de beber a água. Está sedento, mesmo. Mas não é de água a sede dele e a água não a mata.

Levanta-se e dirige-se a ela.

Desata-a com calma e passa as mãos ao longo dela, sentindo o calor da sua pele.

Tira-lhe a mordaça e dá-lhe, finalmente, um longo e lânguido beijo nos teus lábios e deixa que a sua língua se envolva na dela, que dancem ambas ao ritmo do desejo que sentem.

Sussurra-lhe ao ouvido:

- Espera um minuto.

Ela faz-lhe a vontade até que ouve a porta a encostar devagar e tira a venda, por fim.

Ele já saiu.

Ela levanta-se, veste-se e volta para o quarto sem saber o que pensar… Mas com um sorriso nos lábios…


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