terça-feira, 25 de outubro de 2016

"Magicians of the Gods" - Graham Hancock

Aqui há uns anos, mais ou menos na altura em que a hipótese cientifica foi proposta, vi um documentário no Discovery Channel acerca de algo a que têm chamado “O meteoro Clóvis”.
A hipótese, que tem, desde que foi proposta em 2007, resistido a todas as investidas para a desacreditar, uma vez que assenta em cima de proposições científicas sólidas, reza o seguinte:

-Há 12.800 a terra teve um “encontro imediato” com um cometa que se estima ser um calhau com cerca de 30 quilómetros de diâmetro. Esse calhau, por algum motivo, provavelmente a proximidade ao sol, fragmentou-se e alguns pedaços atingiram o planeta, tendo o maior deles cerca de 4 Km de diâmetro, mas também alguns outros com melos massa.
O impacto ocorreu nos glaciares, sobretudo ao longo do Canada, embora se admita que alguns deles tenham impactado já por cima da Europa.
O maior deles, ao explodir na alta atmosfera, causou uma explosão com uma força mil vezes maior do que todo o arsenal nuclear existente no mundo num só local.

Além da explosão ter lançado material super-aquecido a centenas de quilómetros de distância causando fogos incontroláveis que varreram toda a América do norte, provocou um rápido derretimento e fusão de cerca de 10% do gelo glaciar, não só lançando para a alta atmosfera toneladas de detritos junto com o vapor de água, que taparam a luz directa do sol, como causou uma frente de água com uma massa incalculável, com centenas de metros de altura, carregada com tudo o que lhe apareceu à frente, arrasando florestas inteiras, arrasando rochas e mudando para sempre, num espaço que se estima entre duas semanas a um mês, a América do Norte.
Dry Falls, por exemplo, os restos da maior catarata que já existiu, três vezes e meia maior que as cataratas do Niagara, foi formado assim, neste espaço de tempo.
(nessa atura, em cerca de três emanas, esta zona ficou submersa e tudo isto era um planalto que foi escavado pela brutal força de massas de água difíceis de imaginar, carregadas de detritos, que eram desde lama, rochedos, florestas inteiras e icebergues do tamanho de petroleiros)

Além disto, enormes massas de agua doce verteram para os oceanos, alterando a sua salinidade e no caso do atlântico interrompendo a circulação de água do equador para norte, arrefecendo de repente a temperatura. Isto aliado ao bloqueio do sol pêlos detritos na alta atmosfera, teve o efeito de reverter o aquecimento global que se vinha a verificar já à milhares de anos, estando nesta altura o planeta com temperaturas próximas das actuais, e mergulhando de novo o planeta num longo inverno que fez avançar os glaciares até à península ibérica e levou os níveis do mar para 120 metros abaixo daquilo que é hoje, isto no espaço de uma geração.

(tudo o que está a castanho foi submergido no espaço de 20 anos, no fim da era glaciar)

Estima-se que foi por causa deste evento que os mamutes, mastodontes, tigres dentes de sabre e outras espécies de grande porte se extinguiram.

Na altura em que vi este documentário achei curioso, mas não relacionei com mais nada.
Até ter começado a ver algumas palestras de Graham Hancock acerca do seu ultimo livro e, finalmente, ter lido o livro.
O livro é fascinante.
Graham Hancock, ao contrário de muitos outros autores do género, não propõe que vieram extra-terrestres de algures e que foram eles que nos deram a tecnologia para construir coisas como Machu Pichu, Gizé, e outros afins.
A hipótese dele é mais plausível. Propõe que antes deste impacto havia uma civilização global, tecnologicamente avançada e que foi dada como moribunda neste impacto e morreu em definitivo 1200 anos depois quando outro evento ainda não explicado, mas que se acredita ter sido a queda de mais fragmentos do mesmo meteorito, mas desta vez no mar e não em terra, e cujo vapor de água resultante levou à formação de nuvens densas que causaram um efeito de estufa e que fez a era glacial acabar em cerca de 20 anos, fazendo as águas subir 120 metros e submergindo tudo o que sobrava dessa antiga civilização.

Se olharmos para a nossa civilização actual, não é difícil imaginar isto. Aliás, nem era preciso um impacto de um meteorito. Basta uma super-erupção solar e voltamos à pré história. Dai ter publicado à uns dias atrás uma ordem presidencial da casa branca que determina que varias agencias Americanas devem, de imediato, começar a trabalhar em conjunto para prevenir uma situação destas.
Se uma erupção solar existir num futuro próximo, as redes eléctricas falharão, por sobrecarga, parando o mundo, de repente.
Mas um impacto de um calhau que ande à solta no sistema solar, do qual não estamos livres a qualquer momento, seria algo necessariamente pior.
Em 1908, sobre Tunguska, na Sibéria, um pedaço de gelo com 600 mt de diâmetro causou uma explosão que foi sentida pêlos sismógrafos ingleses. Por sorte aquilo caiu numa zona desabitada, mas por vários quilómetros tudo o que estava perto foi completamente arrasado e derrubado. Tivesse aquilo acontecido sobre uma grande cidade, e pouco teria sobrado da mesma.

Para os que pensam que esta hipótese não tem muito por onde se lhe pegue, imaginem o mesmo a acontecer hoje em dia. A primeira consequência seria o caos social. Depois, se pensarmos bem, nenhum de nós está muito bem equipado para sobreviver em condições extremas. Temos hoje em dia conjuntos de especializações que não passam por caça com arcos e flechas, distinção de plantas comestíveis e não comestíveis, agricultura, etc…
A grande maioria não sobreviveria, simplesmente por falta de alimentos.
No entanto, povos como os aborígenes do Kahlahari, os aborígenes Australianos, as tribos indias da floresta amazónica, os Tuaregues do Sahara não teriam grande problema em sobreviver. São caçadores recolectores e estão habituados a sobreviver em ambientes extremos. Seriam estes que iriam recomeçar tudo de novo.
Aqueles civilizados que quisessem sobreviver teriam de os procurar e juntar-se a eles, dando-lhes em troca, provavelmente, algum avanço tecnológico e quem sabe a centelha de uma nova civilização…

Para quem se interessa por este tipo de temáticas, para quem acha, como o autor, que somos uma espécie com amnésia e com traumas profundos no inconsciente colectivo, que manteve vivo no registo oral, nas lendas e tradições, os enormes cataclismos que aconteceram no fim da idade do gelo, este livro é obrigatório!
Mas é mais importante ainda para quem quiser reflectir um pouco no facto de estarmos num ponto da nossa história em que podemos fazer, de facto, algo para prevenir estes encontros imediatos com visitas indesejadas que nos podem limpar do planeta numa questão de dias, mas que muito pouco fazemos acerca disso, preferindo continuar a gastar  verbas absurdas em armas para nos matarmos em nome de ideologias que, mais dia, menos dia, desaparecerão para dar origem a outras…


Magicians of the Gods – Graham Hancock

6 comentários:

  1. Bota mais cenas destas, tanto quanto te for possível ;)

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    1. Tenho até posto aqui bastante tralha sobre este tipo de assuntos!
      Mas tenho consciencia que para a maior parte das pessoas isto é quanto muito uma curiosidade.
      Mas...

      ...quando o calend´rio Maia apontava como fim de ciclo para 21/12,2012 e quando aparece num pilar de Gobeke Tepe, o edifício mais antigo já descoberto, com cerca de 12800 anos (portanto desta era) uma configuração astrológica (o Sol a passar no centro da via lactea com algumas constelações à sua volta) que é exactamente a que bate com a mesma data, sendo que pode ser mais ou menos 40 anos (portanto entre 1970 e 2050 aproximadamente), se calhar fazia sentido pensarmos porque é que alguém se deu a enormes trabalheiras para nos mostrar que era matematicamente evoluído (caso da pirâmide de gize, que é um modelo à escala do mundo, implantado no centro exacto de todas as massas terrestres) e para nos chamar a atenção para uma altura específica, esta época.

      Há uma mensagem a ecoar ao longo das gerações...
      ...resta saber se alguma vez a conseguiremos perceber...

      :)

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    2. Eu gosto mas, sem grandes exageros, mais na parte histórica do que a cientifica mas não deixo de gostar certos assuntos.

      Não deixa de haver grandes incógnitas com o facto de serem tão altamente tecnológicos numas coisas e tão pouco noutras, mas grandes civilizações antigas têm muito para ensinar e muito escondido, que não se percebe como se pode ter sido tão perfeito como nos calendários, ou pirâmides/constelações... e o por aí

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    3. A parte cientifica aqui está completamente interligada com a parte histórica.
      Há cada vez mas fortes suspeitas de que a esfinge e as pirâmides foram reutilizadas pelos egipcios ao invés de serem feitas por eles.
      Ao longo da história egipcia a arquitectura foi ficando menos munumental, algo que é o contrário do esperado.
      Também gobeke tepe apresenta o mesmo problema. As construções mais antigas são as mais perfeitas, sendo que as mais recentes são menos elaboradas. O contrario do que se espera, como se o conhecimento trazido se fosse perdendo ao longo de algumas gerações.

      Há depois casos curiosos como baalbeq, templo romano a jupiter. Era o maior templo a jupiter no império romano. no entanto foi construido no norte da Siria, atrás do sol posto três dias. E, apesar de os romanos serem fanáticos por registos, não se sabe quem o mandou construir, de onde vieram as verbas e o primeiro registo escrito acerca deste templo data do Sec III quando o templo tinha já sido destruído pelo fanatismo religioso de uma jovem religião à altura, o Cristianismo.

      Mas há mais exemplos destas construções enigmaticas, como Angkor Wat, por exemplo, com toda a simbologia que está documentada nas suas paredes e estátuas.

      E há mais exemplos. Como, por exemplo, alguém construir um Tesseract em plena Paris...

      :)

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  2. Gil, cada um gasta os neurónios como quiser, mas aprecio quem, para lá da realidade devidamente cozinhada, pronta a tragar, se preocupa em ir mais longe. Só pretende aprofundar o passado quem se preocupa com o futuro.

    Abração :)

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    1. Mas sabes que é mesmo isso...
      Num suponhamos, como diria o Zézé da coversa da treta, imagina que esta civilização existiu e ganhou um grau tecnológico que lhes permitia cortar blocos da pedra mais dura com uma precisão laser que até hoje não consegue ser facilmente igualada por nós e levar blocos de centenas de toneladas de pedra por montes acima, que conseguiam fazer umas pirâmides no egito com uma técnica que não conseguimos hoje em dia duplicar, fazendo um edifício no centro exacto de todas as massas terrestres cujas medidas reflectem as medidas do planeta à escala de 1:43000, que codificam nelas o Pi, Phi e que, visto que conseguiam fazer algo que para nós seria demasiado difícil para ser executável teriam também outras capacidades tecnológicas. Supõe que estes tipos detectam o calhau no espaço e querem deixar uma mensagem inequívoca de algo...
      Imagina que eles calculam a órbita do calhau e, com o legado que deixam, querem ter a certeza que se saiba que a terra vai passar novamente na orbita desse cometa num determinado intervalo de tempo...
      ...como passa todos os anos, o que nos proporciona espectaculares chuvas de estrelas cadentes, mas que nesta altura as orbitas se cruzam ou estão muito próximas...
      Não seria um caso em que mais vale ter o espírito aberto às possibilidades, pôr de lado as opiniões pessoais em que muitas certezas da arqueologia se baseia, e fazer um trabalho verdadeiramente cientifico para demonstrar inequivocamente ou deixar a dúvida em aberto sobre todas estas anomalias espalhadas pelo planeta, estas estranhas coincidências que não podem ser tidas apenas como isso mesmo.

      Quem não sabe de onde vem dificilmente saberá para onde vai...

      :)

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