quinta-feira, 14 de abril de 2016

O mandamento único Nmista

Uma das primeiras coisas que ocorreu aos três sábios logo a seguir à criação do Necrofagismomacrobioticóexistencialismo, após se terem apercebido que se tinham apercebido que o Universo era absurdo porque evoluía sempre da simplicidade para a complexidade o que criava conjuntos inteiros de problemas que simplesmente não existiam antes da evolução, é que precisavam da simplificação mais absoluta por forma a encontrar a unicidade de tudo, pelo que resolveram beber mais algum do produto da fermentação da cevada a partir de pequenos recipientes de sílica fundida enquanto, meditavam, cogitavam e reflectiam, respectivamente cada um deles, acerca de como chegar a essa simplificação.

E ficaram muito tempo nisto! Não porque tivessem pressa em chegar a uma conclusão, porque na verdade não tinham e se o Universo já esperara tanto, bem que podia esperar mais um bocadinho, mas porque lhes estava a saber bem beber o produto da fermentação da cevada a partir dos pequenos recipientes de sílica fundida!

Foi quando viram que o produto da fermentação da cevada estava a acabar que resolveram deixar registados os principais mandamentos do Nmismo (para abreviar) e um deles tirou uma fina pena de ganso de dentro dos bolsos da toga e passou a outro, o único que ainda tinha o guardanapo de papel quase inteiramente por usar finamente dobrado debaixo do pires onde tinha empilhado as cascas dos tremoços, que usou a pena para escrever nesse mesmo guardanapo as fundações da nova corrente existencialista.

Após acesa discussão entre os três, o que tinha a pena acabou por escrever no papel:

-Não pensarás.

E depois disto não escreveu mais nada porque tudo o resto se tornou irrelevante.

Consta-se que este guardanapo de papel foi destruído junto com o restante conteúdo da biblioteca de Alexandria. Embora não haja certezas, há textos de um obscuro filosofo grego, Plucrates, o Obtuso, que afirmam que ele ouviu dizer que um conhecido de um amigo que tinha ido ao Egipto ver as pirâmides, não as achando nada de por aí além, tinha falado com um guia turístico que conhecia um sacerdote do templo que era intimo do director da biblioteca que tinha o papel emoldurado numa fina moldura de Oricalcum que mantinha em cima da sua secretária, o que prova de maneira inequívoca que:

-Os tremoços são já acompanhamento de produtos de fermentação da cevada desde templos imemoriais

-Os guardanapos de papel foram inventados muito antes do que se pensava

3 comentários:

  1. Gostei muito. Gostaria só de fazer um ligeiro acerto no magnifico texto/conto:
    O universo (e os seus habitantes, sem excepção) era absurdo porque evoluía sempre da simplicidade para a complexidade o que criava conjuntos inteiros de problemas...»

    E agora, já ia uma bejeca - era assim que se chamava naquele tempo, não era?

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  2. Impontual,

    Compreendo, mas se matutares um pouco na questão verás que a correcção, embora precisa, uma vez que a palavra "Universo" já contém em si todo o espaço, todo o tempo e todos os seus habitantes sem excepção, que não existem, porque sendo o Universo infinito haverá um numero infinito de estrelas e um numero infinito de planetas. No entanto o numero de planetas habitados será necessariamente menor que o numero de planetas pelo que será um numero finito. Ora um numero finito dividido por um numero infinito dá 0, pelo que qualquer criatura que encontres por aí não passa de uma aberração estatística, logo pode ser descartada como "não existente".

    Por acaso até ia, embora não saiba qual a terminologia que usavam naquela altura...

    :)

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  3. P.S. - Já agora, podes saber mais sobre isto lendo o texto abaixo deste...

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O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!