sexta-feira, 15 de abril de 2016

As correntes Nmistas

O começo do Nmismo, ao contrário do que seria de esperar, porque normalmente há alguma resistência a novas ideias por parte dos que não estão preparados para as abraçar ou seja, por todos quantos não as tiveram, foi auspicioso!
Os muito poucos ao longo da História que se debruçaram sobre este fenómeno nunca encontraram uma explicação para este facto. No entanto muito sempre suspeitaram que isso se deveu ao facto de os Nmistas, por norma, passarem as tardes de sábado reunidos a beber o produto da fermentação da cevada a partir de pequenos recipientes de sílica derretida e a comer tremoços, sem pensarem! Esta tradição manteve-se até aos dias de hoje, embora o Nmismo tenha já desaparecido há muito. Ainda hoje, durante os sábados e os domingos à tarde, milhares se reúnem com o propósito de beber o produto da fermentação da cevada e a comer tremoços sem pensar. O problema é que na altura os lugares de reunião não tinham ainda TV´s de grande formato e o futebol ainda não tinha sido inventado pelo que, ao fim de algum tempo as reuniões começaram a ficar aborrecidas.
Foi nesta altura que o Nmismo acabou por se dividir em duas correntes distintas:

-O Nmismo radical, que impunha a obrigatoriedade de beber o produto da fermentação da cevada de recipientes de sílica derretida sem pensar, mas que era tão aborrecido que não demorou muito a ganhar um certo cunho religioso

-O Nmismo racional, que advogava que o mandamento único “Não pensarás” não implicava que não se pudesse raciocinar, meditar, cogitar ou até mesmo reflectir sobre um assunto

O Nmismo racional acabou por ganhar muitos mais adeptos, simplesmente porque não era tão chato, mas o seu sugimento pôs logo em causa o facto de ninguém saber ao certo o que era um electrocardiografo nem um electrencefalografo, problema este que nunca se tinha posto antes nem se punha à corrente radical, simplesmente porque não pensavam nisso!

Os racionais chegaram à conclusão que tais coisas não existiam nem nunca tinham existido o que punha em causa toda a fundação desta filosofia existencialista.

Foi Oratestes de Pua, talvez o mais brilhante Racionalista daquele tempo o primeiro a tentar conciliar esta questão, afirmando que a criação seja do que for está na sua conceptualização e não na sua manufactura, pelo que o electrocardiografo e o electroencefalografo tinham sido criados de facto pelos três sábios cujo nome se tinha perdido já por aquela altura, o que foi pena, pois graças a esta linha de pensamento ainda hoje os seus descendentes teriam direito a "royalties" pela patente!
No entanto, isto veio a criar duas novas correntes no Nmismo Racional:

-O Nmismo Racionalista Absoluto, que afirmava que, uma vez que o conceito estava criado, o electrocardiografo e o electroencefalografo haviam de aparecer quando o mundo estivesse preparado para eles

-O Nmismo Racionalista Cientológico, que afirmava que se ainda não existiam, nem se sabia quando ou se existiriam, o melhor era inventarem eles próprios o electrocardiografo e o elecroencefalografo.

Os Absolutistas afirmavam categoricamente que nunca se poderia ter a certeza de que um electrocardiografo ou um electroencefalografo produzido pelos cientologistas seriam de facto um electrocardiografo ou um electroencefalografo de acordo com o que tinha sido definido pelos antigos. Afirmavam mesmo ser uma blasfémia tentar criar tais coisas. Começaram até a acusar o Cientologistas de pensar, o que não caiu bem!

Já os Cientologistas achavam os Absolutistas uns patetas enquanto gastavam tudo o que podiam reunir em mansões para os seus líderes e também usavam uma pequena parte para financiar o desenvolvimento do electrocardiografo e do electroencefalografo. No entanto viam constantemente os seus esforços frustrados pelo simples facto de ainda não ter sido inventada a electricidade, e começaram a ficar ressentidos pelo ar de gozo com que eram encarados pelos Absolutistas. Este ressentimento, a par com a cada vez maior influência monetária e política dos Cientologistas, levou-os a tentar controlar toda a cevada, limitando assim o acesso quer aos Absolutistas, quer aos Radicais.

Os Absolutistas, por sua vez, tomaram conta de toda a produção de tremoços, criando assim um braço de ferro entre as duas facções que durou algumas gerações.

Mas no fim tudo se precipitou quando os Radicais declararam uma guerra contra todos os falsos Nmistas afirmando que todos deviam ter acesso ao produto da cevada fermentada, bem como aos tremoços, visto que a situação tornava incrivelmente aborrecias as reuniões semanais em que se limitavam a não pensar!

Os Absolutistas, por conveniência, puseram-se do lado dos Radicais, uma vez que eram estes que continuavam a produzir os recipientes de sílica derretida e deu-se assim a primeira guerra Nmista, que culminou com a prisão dos líderes Racionalistas Cientologistas bem como a proibição daquela corrente.
Ainda assim,  foi Uruk, o pequeno, um dos poucos líderes que conseguiu escapar ao cruel destino de todos os outros (ser encerrado dentro das próprias mansões com todas as mordomias mas proibidos de falar a toda a imprensa excepto às revistas Vidas e Caras e à CMTV desde que não tocassem nunca em assuntos Nmistas ou relacionados) que, fugido para as bandas da Babilónia fez uma descoberta notável:

Se pegasse num vaso de barro, o enchesse de sumo de limão e depois pusesse lá dentro um cilindro de cobre e por dentro deste pusesse uma barra de ferro e depois fizesse a língua tocar no cilindro de cobre e na barra de ferro sentiria umas comichões esquisitas na ponta da língua.
Quando mostrou esta sua invenção ao seu aprendiz, Matatturru, o filho de Matturro, o rei do grande reino de Lupulónia, reino abastadíssimo por ser o único sítio no mundo onde se produzia o Lúpulo necessário para manter o produto da fermentação da cevada fresco, após a fermentação, este sorriu e afirmou:

-Eina, man, isto é memo p'ra lá de Bagdad... - e foi assim que a invenção se tornou conhecida como a Bateria de Bagdad!

Mal ele sabia as implicações que esta descoberta teria no futuro…


7 comentários:

  1. ahahahah
    Para uma sexta estás muito pensante

    :)

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  2. noname,

    é um facto sobejamente conhecido e divulgado que eu não penso...

    Considero essa afirmação quase uma provocação...
    ...ou consideraria, se por ventura pensasse nela, mas aí comprovaria a veracidade da mesma pelo que deixaria de ser uma provocação, razão pela qual não se justificaria que pensasse nela!

    Pronto! Lixaste-me o dia!

    Achas bem? Hã?

    :)

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  3. A Rapariga,

    -Podes dizer asneiras à vontade
    -Se não te apetece dissertar, não dissertes!
    -É, mas está um dia da treta!
    -Acredito que não senão tinhas fundido um fusível a ler isto, que sim, é algo de estupidamente parvo, mas é o que se pôde arranjar! Caso estejas interessada em ler coisas menos parvas, posso dar-te links para outros blogs...

    :D

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  4. Finalmente compreendi a razão de ser desta 'bola negra'!

    Dela, do mais profundo da sua imensurável profundidade, estão a emergir relatos histórico-filosóficos, nunca, jamais, antes divulgados. (repara que nem uma só vez usei a palavra proibida)

    De tudo o que li, e li pouco, apenas porque os meus olhos não enxergam letra tão miudinha, uma coisa aprendi: A super invenção mais conhecida como Bateria de Bagdad, nasceu de uma vulgar exclamação:

    « Ena, man, isto é memo p'ra lá de Bagdad.»

    Ele há coisas fantásticas, não há?!

    Bom fim-de-semana CN Gil.

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  5. Janita,

    Fico imensamente feliz que tenhas percebido e me tenhas dito, porque eu, pessoalmente, não fazia ideia! Muito provavelmente porque não pensei nisso, embora tenha meditado no assunto por algum tempo...
    ...mas depois passou uma miuda com um micro-vestido de licra colado ao corpo completamente ensopado pela chuva e, de alguma maneira, aquilo interrompeu as minhas meditações!

    Caso pretendas ler mais do que leste, poderás verificar que se colocares o dedo em cima da tecla "ctrl" e depois andares com a rodinha que está ao meio do rato para a frente e para trás poderás pôr qualquer texto no ponto pretendido para ler confortávelmente, seja qual for a aplicação que estejas a usar, isto, claro, caso estejas a ler num PC!

    O nome aparecei da exclamação. Já o objecto apareceu porque, alegadamente, Uruk o pequeno estava a tentar fazer uma palhinha para beber a sua limonada descansado, enquanto se refastelava numa das praias do Mar Vermelho, mas, como tinha problemas de visão, fez o tubo de cobre demasiado largo! Como aquilo não dava jeito nenhum, acabou por meter a barra de ferro no meio para tentar fazer com que a palhinha ficasse no sítio e foi quando quis dar o primeiro gole que descobriu a impressão estranha na língua!
    Mas nada disto está confirmado, são só lendas e rumores!

    :)

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  6. E de Lendas e Rumores se faz a História...

    Grata pela informação, Gil. Claro que estou a ler e a escrever num PC. Ainda não tenho essa modernice a que dão o nome de tablet e outras engenhocas afins...:)

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  7. Janita,

    É verdade...

    Não precisas de agradecer... E olha que não funciona só na Internet, funciona com quase tudo! Pelo menos no PC...

    P.S. - Acho que a tua explicação do ponto negro é tão boa que vou adoptá-la, com a tua permissão, claro! Assim, pelo menos, sempre terei uma...

    LOL

    :)

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O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!