COnscientização - XXXIX

 

A satisfação que lhe era dada pelo sexo era algo que ela não descurava. Se muitas vezes não tinha paciência para aturar ninguém e um mero brinquedo sexual era capaz de a satisfazer, noutras, como era o caso agora, sentia necessidade do cheiro da pele, do toque e de se sentir preenchida por um membro vibrante e pulsante.

As investidas fortes e ritmadas faziam-na esquecer tudo por momentos e concentrar-se apenas no seu próprio prazer. Deixou-se ir e acabou por chegar a inevitabilidade de um orgasmo longo que lhe entorpeceu os sentidos, mas não o suficiente para deixar de perceber que o jovem estava à beira do descontrolo e ela queria mais, muito mais, apenas aquilo não chegava e empurra-o, força-o a sair de si, agarra-lhe os cabelos, puxando-o, obrigando-o a deitar-se a seu lado, na cama e levanta-se, ajoelhando-se por cima da face dele e força o seu sexo de encontro à boca, sentindo-o a chupá-la e a sua língua macia espalmada contra si…

O telemóvel toca, anunciando a chegada de uma mensagem. Estica-se para lhe chegar sem sair de onde está, lê a mensagem e, de imediato, levanta-se e diz numa voz glacial – Sai. – deixando o jovem a olhar para ela atónito com a sua luxúria por satisfazer. Não se mexendo ele, ela pergunta:

- Queres que te faça um desenho? Sai.

- Mas…?!

- Mas nada. Desaparece que tenho coisas para tratar. – Afirmou enquanto vestia um robe de seda.

Irritado, o jovem começa a vestir-se enquanto ela aguarda impacientemente, sem dar grande importância ao que ele devia estar a pensar. Não importava. Ele voltaria assim que ela o chamasse. Voltavam sempre… à excepção de César.

Assim que o jovem saiu dirigiu-se à sala e ligou o enorme ecrã.

- Fala.

- Tenho algumas novidades. Não há certeza absoluta, mas há mesmo fortes indícios de que o Sr. César e a tal bailarina, Veronika, têm uma relação. Sempre que ela está de folga vão os dois para a herdade no Alentejo e são vistos com alguma frequência na vila mais próxima.

César e uma qualquer Stripper? Não podia ser!

- Alguns relatos até os dão como um casal bastante próximo… Ela ficou em silêncio por mais alguns instantes enquanto pensava no que iria fazer.

- É tudo?

- Sim. Disse-me para a informar quando houvesse desenvolvimentos e este foi o único até agora.

- Muito bem. Continue. E desligou.

Algo tinha de ser feito.