terça-feira, 11 de agosto de 2015

Algumas considerações acerca do que se tem lido por aqui nas últimas semanas

A bem dizer nunca escrevi algo tão longo, tão depressa!
Levando em conta que isto foi escrito e, por norma, publicado na hora ou pouco depois, sem qualquer planeamento da minha parte e sem sequer saber do que é que a história ia tratar, não se pode dizer que tenha saído assim tão mal…

Não que eu, por norma, planeie o que escrevo! Aliás a única coisa que estou a escrever planeada já foi recomeçada umas quatro ou cinco vezes e é uma história tão grande que parece ser areia demais para a minha camionete!

Gosto de deixar as histórias e os personagens fluírem por si, fazerem o que têm a fazer sem grandes interferências minhas! Eu só lá estou para relatar os acontecimentos! Gosto de me surpreender com a história!

Para pôr em perspectiva aquilo de que falo, quando estava quase no fim do “Conscientização” o editor, Paulo Afonso Ramos da Lua de Marfim Editora, voltou-se para mim e perguntou:
-Olha lá, mas isto é acerca de quê, afinal…
Claro que esta pergunta tinha alguma relevância, uma vez que ele aguardava a conclusão do livro para o mandar para a prensa e já tinha lido uns três quartos! Acho que ficou surpreendido quando a resposta foi:
-Não faço a puta da ideia, mas quando eu descobrir aviso-te!

E depois descobri! E ele também!

Aqui foi a mesma coisa, com a diferença de que nunca me diverti tanto a escrever! E acabei por escrever isto tudo simplesmente porque foi divertido, porque me escangalhei a rir montes de vezes.

Vou ter saudades das parvoíces desta gente toda que para aqui andou!

Esta história não tem pretensões a ser alguma coisa, ou a servir algum propósito, não foi escrita para ninguém, a não ser para mim (eu sei, foi um exercício puramente egoísta), mas está aqui partilhada para quem a quiser ler, no formato de primeiro rascunho, com tudo o que lhe é inerente! Não me preocupei com correcções, muitas vezes nem reli o que escrevi e, em alguns casos tive mesmo de andar a corrigir algumas coisas depois de publicar, sobretudo frases confusas, fruto de ter demasiada pressa para não deixar as ideias escapar,, mas ainda assim está pejado de erros, que são normais quando se escreve ao sabor da pena!

Em formato de romance (22 X 15) são 259 páginas de texto!

Foi feito para mim, da tal forma egoísta, mas agora já não é meu, é vosso!

Leiam se quiserem!

Um forte abraço a todos os que ainda se vão dando ao trabalho de me ler…
…e aos outros também, que eu não descrimino ninguém!

C. N. Gil

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XLVI & Epílogo (post final da série)

XLVI – Combinados!

O ambiente em casa, com a Lita, continuava mais ou menos na mesma! Quando a Cris vinha estava tudo mais ou menos bem, mas a Cris estava cada vez mais tempo com a banda e com o João…
Tinham passado uns dias desde a rebaldaria e a Lita pare-cia mais ressentida comigo que nunca! E eu, continuava sem ter ideia do porquê!
Mas nesse dia ela entrou em casa com um ar absolutamente admirado e com uma revista na mão!
-Jáa viiste iisto? – Perguntou logo que me viu.
-O quê?
E mostrou-me a revista. Era a Vogue e na capa estava uma rapariga ruiva que me era algo familiar, sem eu saber bem porquê!
-Sim, e…?
-É a Saara!
-O deserto?
-Nãão! A Saara! Nãão te leembras deela?
-Não, francamente… Quer dizer, a cara não me é estranha, mas não estou a ver de onde…
-Caaramba! Nãão coonheceste a Saara? Minha colega, naamorou o Chiico…
-Não, acho que não…
Vim a saber depois que era a ruivinha bonita com quem me cruzei no dia em que fui falar com ele cheio de dúvidas acerca da minha sexualidade.
A Lita contou-me a história toda, das dúvidas que também tinha tido e que se originaram naquele beijo que me deu... E embora eu soubesse de muita coisa, havia muitas outras que eu não sabia e que me deixaram admirado.
Ela foi contando, e eu estava a gostar, mesmo muito, de estar assim com ela, falarmos, rirmos. Há muito que isso não acontecia!
Depois da história, ainda nos riamos, quando eu lhe per-guntei, em tom de brincadeira:
-Então mas nunca tinhas tido um orgasmo? – E presumi a resposta, sobretudo depois de ela ter namorado com o Chico.
-Nãão, nuunca tive!
-Nunca tinhas tido, queres dizer…
-Nãão, nuunca tive meesmo!
E eu fiquei sem palavras! E o sorriso desapareceu-lhe da face e voltou a ficar mais fria comigo, como se aquele boca-dinho se perdesse com apenas uma pergunta estupida!
Mas hoje não ia deixar passar!
-Lita, eu fiz-te alguma coisa?
-Coomo assim?
-Eu fiz alguma coisa que te chateasse?
-Poorquê?
-Porque tu ages como se estivesses chateada comigo e eu gosto tanto de ti e de estar contigo e de falar contigo e de estar a rir como há pouco… O que é que eu te fiz, Lita?
Ela corou!
-Naada! Tuu nãão fizeste nada!
-Então?
-Eeu… Eu não quero falar disso poorque aacho quee eera maau para a noosa aamizade!
-O que é mau para a nossa amizade é estarmos assim, quase sem falar… Seja o que for, podes dizer! E depois logo se vê!
-Eeu pensei poor muito tempo pedir-te paara me daares um oorgasmo! Coomo os que daavas à Maargaux, à Soofia… Eu oouvia-as diizer que eeras um deeus dos oorgasmos e eu sem nuunca ter tiido neenhum! A Criis fez-me veer que se caalhar eera mau… e ela tiinha raazão e eu coomecei a naamorar com o Chiico e eele eera maaravilhoso… e meesmo aassim nãão me leevou lá e eeu nãão paarava de peensar em tii… Maas nãão poosso…
Fiquei abismado! Completamente! A mulher mais des-lumbrante a mais desejada desejava-me a mim?
-Nãão podemos, poois nãão? Háa um teempo atráas… Maas eeu naãão te coonsigo veer sóo coomo amiigo… e nãão mee queero maagoar maais… - disse ela com lagrimas nos olhos!
Isto era diferente! Isto não era uma guerra entre a Margaux e a Sofia! Isto eram sentimentos a sério, de alguém a sério, alguém que me conhece, que sabe como eu sou e me quer pelo que eu sou!
E eu olhei para a Lita, a doce, doce Lita, que apesar de ser uma amazona de um metro e noventa parecia tão pequenina, levantei-me e cheguei-me ao pé dela que, sentada, ficava pouco mais baixa que eu e dei-lhe um beijo, mas não foi um simples beijo! Pela primeira vez apliquei o tornado centrifu-gador para fins lúdicos e não instrucionais no sítio para o qual tinha sido desenvolvido e a Lita rendeu-se, levantou-se, pegou-me ao colo e levou-me para o quarto onde eu me dediquei com trejeitos de adoração a retirar a roupa que a cobria e a revelá-la, tendo ela feito o mesmo, e pude senti-la, e beijá-la e mimá-la e depois olhei-a nos olhos e perguntei:
-Estás pronta?
Ela deitou-se para trás, acenou afirmativamente e pergun-tou, meio receosa:
-Aachas que vaais coonseguir?
Eu fiz o meu sorriso sacana numero três e mergulhei…
…e creio que num raio de uns dez quilómetros todos sou-beram da efeméride, porque a Lita tinha, pela primeira vez na sua vida tido, não um, mas uma série de orgasmos que deixariam qualquer mulher devastada…
…mas não a ela, que se levantou, me agarrou e lançou para a cama, se sentou em cima de mim e disse, com um ar absolutamente selvagem realçado pelo seu cabelo desgrenha-do:
-Aagora ée a minha veez!
Mas eu também já não me rendia com facilidade! Ainda assim percebi perfeitamente o que levava qualquer homem à loucura… Todos os seus músculos, mas mesmo todos, esta-vam tonificados e a verdade é que não era fácil, mas, para surpresa de ambos, fomos atingidos por um terremoto seguido de um tsunami de proporções bíblicas…

***

Depois de algumas horas intensas, paramos finalmente exaustos, suados, completamente satisfeitos e ela olha para mim e diz:
-Aalfredo, eeu queero iisto peelo meenos uma veez poor diia, oouviste?
-Eu também! – Respondi eu!
-Estaamos coombinados?
-Combinados!



Epilogo

Tinha passado um ano desde o meu aniversário e, final-mente, conseguimos juntar toda a gente! Até a Sara, convi-dada pela Lita, conseguiu passar por Lisboa de propósito para jantar connosco!
Era cada vez mais difícil estarmos todos juntos, mas o dia de hoje era prova que não era impossível.
A Sara trouxe a Cármen, que eu só tinha visto naquele dia em casa do Chico, e a verdade que tivemos atenções extra de todos os empregados do restaurante que quase andavam à porrada para virem atender a nossa mesa! Afinal estavam duas modelos de lingerie de fama internacional na nossa mesa…
…tá bem que uma das modelos é um gajo, mas nós não lhes dissemos…
Além de uma estrela de cinema e ex estrela porno que era obviamente conhecida por todos!
Comecei a olhar para os meus amigos. É giro como as coisas são…
A Cris, apesar de continuar completamente esgrouviada, está mais que apaixonada pelo João! Já saiu de casa e foi morar com ele e estão, aparentemente, felicíssimos!
A Margaux e a Sofia, embora continuem a espicaçar-se insistentemente, estão juntas! Nenhuma delas admite ser lés-bica, mas o facto é que a Sofia não tem olhos para outra pes-soa que não a Margaux e a Margaux é igual em relação à Sofia! E isto é um descanso para a Cris! Cada vez que uma delas lhe manda uma boca, a outra tem uma crise de ciúmes!
A Tisha conseguiu dar a volta à sua carreira e acabou por arrastar a Marta com ela! O filme que estava a fazer com o Abel foi um sucesso e ambos foram catapultados para o auge da fama! Entretanto a Tisha voltou a vir ter comigo por causa dos tornados, mas eu já estava com a Lita… No entanto disse-lhe que o Chico conhecia a técnica e ele teve todo o prazer (literalmente) e servi-la… E à Marta também, ocasionalmente!
Por causa desta estranha relação e da amizade que acabou por se desenvolver entre os dois, a Tisha ficou a saber que o Chico ainda adorava o Abel e que um dos grandes arrepen-dimentos dele era a maneira como as coisas tinham acabado, precisamente por causa da Sara! E, uma vez que morava com o Abel, fez-lhe a cabeça até que ambos esclareceram tudo! O Chico acabou por ir morar com o Abel e a Tisha e têm, todos, uma relação… interessante! Mas que funciona, portanto as convenções podem ir à fava!
O Rui acabou por se despedir da BD’r’Us e está a trabalhar com a Cris, desenhando os fatos a banda e para os elementos todos do espectáculo que vai arrancar em digressão daqui a umas semanas!
A Lita perdeu aquelas formas divinais que sempre a carac-terizaram…
…porque está grávida! De gémeos! Vem ai uma pequena Lita e um pequeno Alfredo para nos darem cabo da cabeça!
E eu?
Bem, depois disto tudo e antes de se saber que eu e a Lita andávamos, a Cris, nas suas maluqueiras, partilhou a foto do meu dia de anos, com algumas partes censuradas, claro…
…e eu passei a ser uma espécie de celebridade local do dia para a noite! Houve gajas, que eu nunca tinha visto antes, que me vieram bater à porta, a implorarem-me para ir para a cama com elas! Claro que depois a Lita resolvia a questão muito rapidamente!
Mas eu aprendi, sobretudo, que um verdadeiro garanhão não é o gajo que consegue ir para a cama com todas as mulheres…
…isso até nem é muito difícil…
Difícil mesmo é conseguir conquistar e ter ao nosso lado a mulher que amamos e conseguir satisfazê-la a cada dia que passa!


F I M

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XLV

XLV – Fazes trinta anos, não é?

E foi assim que cheguei ao dia do meu trigésimo aniversário!
Era uma sexta-feira! De manhã, em casa, ninguém me deu os parabéns! Aparentemente andava toda a gente demasiado ocupada e ninguém se lembrou.
Durante o dia recebi uma chamada ou outra de velhos amigos, dos pais, de um ou outro primo que se lembraram, os colegas de trabalho organizaram uma pequena festa com um queque de aniversário que teve de ser dividido por cinco…
Entretanto ainda liguei a um ou outro amigo para sair mas, não só ninguém se lembrou de mim como, ainda por cima, toda a gente parecia ter alguma coisa marcada para essa noite! Até o Rui estava ocupado!
“Excelente!” pensei “mesmo do melhor!”
Lá passei por um supermercado para levar alguma coisa já cozinhada para casa, comprei-me um pequeno bolo para soprar as velas e preparei-me para um serão sozinho!
Entrei em casa e não havia ninguém! Até a Lita que andava muito caseira nos últimos tempos, tinha saído! Encolhi os ombros, pus a comida no micro ondas, cantei-me os parabéns e mordi a vela e depois mandei-me para cima do sofá e fiquei apaticamente a ver televisão!
Batem à porta!
Levanto-me, vou ver quem é! Abro a porta! Tisha!
-Olá jeitoso!
-Oi Tisha! Entra!
Abri-lhe a porta, ela entrou.
-O que é que fazes por aqui?
-Sabes, ouvi dizer que estavas sozinho!
-E estou, como vês!
-E diz-me, já sopraste as velas?
Olhei para ela, intrigado!
-Por acaso já, mas como é que tu sa…
-E o que é que pediste como desejo? – Perguntou ela com um olhar malandro.
-Pá, se eu disser não se realiza!
-Pois, é verdade! Então não digas…
Chegou ao meio da sala, desabotoou o vestido e dei-xou-o cair revelando a sua gloriosa nudez!
-Mas o que é que se passa? – Perguntei eu, já com algum receio, sou franco!
-Trouxe a tua prenda de aniversário!
-Trouxeste? E o que é?
-Estás a olhar para ela…
E veio direita a mim, beijou-me, despiu-me e largou-me despido no meio da sala, para minha ainda maior surpresa. Foi direita à porta, abriu-a e entrou a Marta Vergas que se despiu imediatamente!
-Achámos que devias entrar nos trinta em grande!
Por esta altura o meu cérebro já tinha parado, completamente! Tive de me beliscar para ter a certeza de que não estava a sonhar!
-O teu sofá é desdobrável, não é? – Perguntou a Marta!
-É…
-Ajuda-nos abri-lo!
-Mas e se chega alguém?
-Meu querido, hoje não chega ninguém!
Percebi tudo de imediato! Ajudei-as a abrir o sofá! Já transformado em cama, a Tisha chegou ao pé de mim e pediu:
-Olha, fazes-me um favor para abrir as hostilidades?
-O que quiseres…
-Sabes, a Marta já ouviu falar no Tornado, mas não acredita… Não te importas?
Mas é claro que não me importava! E fiz a demonstração… Várias vezes… o mais violentamente que consegui! E ela gemeu, suspirou, gritou, chegou a perder os senti-dos… Quando parei, olhou para mim, em choque, e disse:
-Como é que é possível? Eu nem sinto as pernas? Ai meu Deus!
E arrastou-se para fora da cama, até onde tinha deixado a sua bolsa, deixando-me entregue à Tisha, agarrou no telemóvel e fez uma chamada! Uns dez minutos depois bateram à porta, estava eu ocupado com a Tisha!
-Não se incomodem que eu vou lá! – Disse a Marta, isto apesar de nós nem termos dado pela campainha! A Marta lá se arrastou pelo chão até à porta, abriu-a e, uma a uma, entraram mais vinte e oito mulheres! Quando eu finalmente dei por elas, estavam todas à volta da cama, nuas!
-Mas o que é isto?
-Meu querido,… - disse a Tisha – …fazes trinta anos, não é? Ora aqui tens, uma rapariga por ano!
Conhecia-as quase todas da indústria pornográfica! Era o sonho que qualquer marrão! Escusado será dizer que a noite foi o mais completo deboche! E no fim da noite eu era oficialmente um garanhão!

***

De manhã a Cris abriu a porta meio a medo! Quando entrou encontrou trinta estrelas pornográficas espalhadas pela sala inteira, completamente esgotadas e eu a dormir no meio delas como um sultão no meio do seu harém!
Sorriu!
“Vês, Fredy? Eu não te prometi que até aos trinta havias de estar a nadar em ratas até ao pescoço?”
De seguida, tirou uma série de fotos ao cenário e fechou a porta com um sorriso sacana!
Só depois soube que tudo aquilo tinha sido organizado pela Cris e contou com a cumplicidade de todos! Foi no sábado que comemoramos finalmente os meus anos, mas agora com toda a gente a fazer-me companhia!
Foi o melhor dia de anos de sempre!
E sim, a Cris cumpriu o prometido! À grande!

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XLIV

XLIV – Pelo menos eu tratei dele

Apesar do meu upgrade e dos momentos maravilhosos que passávamos juntos, a verdade é que Sofia, ainda assim não se sentia preenchida com a nossa relação!
O lado sexual era espectacular! Mas depois…
…Depois ela dava consigo própria a pensar porque é que eu não a satisfazia, porque é que não se sentia plena…
E um dia, num final de tarde, antes de ir para o ensaio, estava ela perdida nestas divagações, quando chegou à con-clusão que a relação, a longo prazo não nos faria bem! E volta-se para mim, de repente, e diz:
-Fredy, tenho pensado bastante e acho que devíamos aca-bar…
Devo dizer-vos que a frase me apanhou completamente de surpresa! Abri os olhos e lá estava ela, nua, em cima de mim, que estava nu, por baixo dela, os dois em plena cópula e admito que a primeira coisa que me ocorreu perguntar foi:
-Mas acabamos a queca primeiro, ou…
Em minha defesa devo dizer que, como é normal em qualquer homem, ela apanhou-me numa altura em que tinha o cérebro praticamente desligado!
Claro que paramos ali! Falámos e eu percebi-a perfeita-mente! Realmente o sexo era brutal, mas, assim como ela achava que faltava qualquer coisa, o mesmo se passava comigo! Ao fim ao cabo as duas namoradas que tinha tido na minha vida nunca foram propriamente uma escolha minha, simplesmente foram algo que aconteceu e eu deixei acontecer!
Depois de falarmos, ela vestiu-se e ia já a sair quando, no seu estilo de sempre, se voltou para mim e disse:
-Olha, já agora, mesmo não sendo namorados, podes conceder-me privilégios especiais para aceder ao Tornado Centrifugador uma vez por outra?
Rimo-nos os dois! E depois ela saiu em direcção ao estúdio de ensaio!
Pelo caminho recebeu uma chamada da Cris a avisá-la que iria chegar atrasada, isto se conseguisse ir! Ia junto com o João para uma reunião com uma editora que parecia estar interessada. Podia ser que fosse desta.
Chegou ao estúdio, que estava vazio, ligou o seu baixo e começou a praticar. Dai a pouco apareceu a Margaux.
-A Crris? – Perguntou assim que entrou.
-Boa noite para ti também! – A picardia e as discussões entre as duas continuavam - Telefonou-me e pediu para te dizer que ia chegar atrasada ou nem sequer viria hoje porque tinha de ir a uma reunião com uma editora! Eu disse-lhe que te dizia, uma vez que vinha na mesma, portanto se quiseres ir andando…
-E tu?
-Eu fico a praticar! Vai-me saber bem!
-Então eu fico também e prraticamos as duas…
-Ok!
E foram tocando!
No decorrer do ensaio a Margaux reparou que a Sofia estava algo triste, parecia distraída, esquecia-se de algumas partes. Não que a tristeza dela lhe interessasse, mas o esque-cer-se de partes das músicas…
-Olha lá, mas o que é que se está a passarr contigo? Hã? - Perguntou já irritada!
-Não estou lá muito bem, por isso não me chateies!
-Não chateio se meterres a cabeça no sítio! Se tocarres como deve de serr eu não te chateio de cerrteza…
-Pá, larga-me da mão! Porque é que és sempre tão impli-cante? Eu acabei com o Fredy e…
-Tu o quê?
-Acabei com o Fredy!
-Mas,… tu deixaste o Frredy? Tu és maluca?
-Não, e além disso tu não tens nada a ver com isso!
-Ai isso é que tenho! Eu deixei-o porrque achava que ele não erra feliz comigo e tu largas assim o rrapaz?
-E olha, foi mais feliz comigo do que contigo, de certeza! Pelo menos eu tratei dele, não fui uma egoísta da treta!
E se a Sofia não se desviasse tinha levado com uma baqueta na mona! Pousou o baixo, já a olhar de lado para a Margaux!
-Rrepete lá isso se querres verr…
-Tu foste uma egoísta da treta com ele!
E a Margaux voou de trás da bateria, mandou-se à Sofia como uma gata assanhada, a Sofia não se ficou atrás, rebola-ram pelo chão, puxaram cabelos, deram estalos uma à outra, morderam-se, arranharam-se, as roupas cederam e resgaram-se até que por fim a Sofia consegue de alguma maneira agarrar e imobilizar a Margaux por baixo dela, estando ela seminua e a debater-se como um animalzinho selvagem e adorável, com os mamilos mais perfeitos e redondos e arrebitados, excitados pela luta e ela não aguentou e para enorme surpresa de Margaux começou a lambê-los e beijá-los e a Margaux consegue soltar um braço, agarra-lhe o cabelo para a afastar e conforme a consegue descolar o seu peito olha para ela, puxa-a para si, dão um enorme beijo e depois outro e a Sofia diz – Olha que eu não sou lésbica! – e a Margaux responde – Olha, eu também não! - e os pedaços de roupa, inteiros ou rasgados, que ainda tinham vestidos voaram e entregaram-se uma à outra…
…e quando a Cris chegou finalmente, umas duas horas depois estavam ambas nuas, exaustas, carinhosamente abra-çadas uma à outra!

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XLIII

XLIII – Preferes loira, morena ou ruiva?

Se houve uma coisa que se tornou evidente, logo nos primeiros dias de namoro com a Sofia, é que apesar de a levar à exaustão com o tornado centrifugador, no resto não estava à altura! Era incontrolável!
Ora isto era um golpe na minha auto-estima!
Ao perceber o problema, achei que tinha de arranjar maneira de o resolver! O meu primeiro pensamento foi ir ter com a Tisha! Não tenho qualquer dúvida que ela seria a pes-soa ideal para me dar toda a instrução que necessitava! No entanto, apesar disso, havia alguns problemas! Por exemplo, não me sentia bem em ir ter com ela e dizer:
-Tisha, tou com problemas a nível de performance, podias ensinar-me para eu poder satisfazer melhor a minha namo-rada?
Convenhamos! Seria no mínimo ridículo! Provavelmente não totalmente descabido, mas ridículo de qualquer forma!
Dei voltas à cabeça e acabei por perceber que a melhor opção era ir falar com o Chico! Afinal, o ter ido falar com ele anteriormente foi o suficiente por me desembrulhar a cabeça… E o Chico é alguém para quem o sexo é, pratica-mente, uma forma de vida! Se tiver olhinhos ele cai em cima!
Cheguei a casa dele, bati à porta e esperei! Provavelmente estaria no sofá com alguém…
Quando finalmente abriu a porta, trazia um ar triste e abatido! Pior, assim que me viu fez uma cara, como se tivesse visto o diabo!
-Ah,… - disse com um desprezo na voz que eu não percebi - …és tu! Que é que queres?
Fiquei surpreendido com aquelas boas vindas! Teria eu feito alguma coisa inadvertidamente?
-Pá, gostava de falar contigo… Não me convidas para entrar?
Sem uma palavra, franqueou-me a porta e virou-me as costas, indo para a sala! Eu entrei, fechei a porta e segui-o! Era evidente que estava abatido, a andar curvado, a barba por fazer, o cabelo despenteado… Nunca o tinha visto assim! Mas, o mais estranho, estava sozinho em casa!
Sentamo-nos no sofá!
-Então, o que é que tu queres afinal? – Disse ele, sem cerimónias, e aparentemente sem grande paciência.
-Pá, passa-se alguma coisa contigo?
Ele olhou para mim, fez uma cara estranha.
-Não, pá, não se passa nada! – Disse ele, sendo claramente irónico! – Diz lá o que queres…
Respirei fundo! Fiquei na dúvida se seria boa ideia falar com ele ou não, mas lá acabei por me decidir… Afinal já ali estava…
-Pá, preciso da tua ajuda!
-Da minha ajuda? Para quê?
-Preciso que me dês umas dicas…
-Umas dicas? Acerca de quê? Roupa interior?
-Sexo!
Ele desatou a rir, um riso irónico!
-Então tu vens ter comigo a pedir dicas acerca de sexo! Essa é boa! Também não queres que eu te ensine a desenhar, não?
Fiquei, no mínimo, admirado com a reacção dele!
-Olha lá, mas o que é que se passa afinal? Tens algum problema comigo?
-Se eu tenho algum problema contigo? Tenho! Há três semanas que não dou uma queca! Não consigo endireita-lo! Parece que cada vez que estou com alguém essa pessoa só consegue pensar num Deus do sexo que anda por aí…
-Um Deus do sexo? Quem?
-Tu, porra!
-Eu?!
-Yá! E o pior é que quando tento fazer alguma coisa parece que só te vejo a ti à minha frente…
-O quê?
-TU ARRUINASTE A MINHA VIDA SEXUAL, PERCE-BES?
-Mas… Mas eu…
-Mas tu o quê? Tens um gay, uma estrela porno e mais duas gajas à porrada por tua causa e cada vez que estou com alguém todas parecem suspirar o teu nome…
-O quê? Mas eu…
-Mas tu o quê?
-Eu sou uma nódoa a fazer sexo!
-Uma nódoa?
-Ya! Basicamente só há uma coisa que sei fazer bem, mas é só isso…
Ele estacou a olhar para mim, incrédulo!
-Pá, mas que coisa é essa?
-É uma técnica que o Abel me ensinou. Ensinou-me como técnica de beijo, mas a verdade é que faz maravilhas lá em baixo e deixa as gajas todas malucas… Mas fora isso, sou péssimo na coisa!
-Péssimo? Como assim?
-Não me consigo controlar! Quando duro mais de 30 segundos é uma festa! Quando andava com a Margaux isso não era um problema, porque ela nem me conseguia ver des-pido, quanto mais fazermos alguma coisa… Mas agora com a Sofia, está-se a tornar problemático!
Ele parou a olhar para mim admirado!
-Tás-me a querer dizer que isto tudo é por causa de uma simples técnica de lamber carpetes?
-Yep! Nem mais! Porque no resto, sou mesmo muito mau! E por isso é que vim falar contigo!
-Mas porquê comigo?
-Vou-te ser franco! Com a Tisha era complicado! E tu és, para mim, um autêntico deus do sexo!
-Eu sou um deus do sexo para ti?
-Mas claro! Pá, com quantas gajas é que já estiveste?
Ele pensou um pouco!
-Pá nem sei! E se alargares os horizontes dá ainda mais gente! Mas foi muita gente, de certeza…
-Pois… Já eu, basicamente, sem contar com os Tornados Centrifugadores, estive com duas gajas!
A expressão do Chico começou a mudar radicalmente! A felicidade voltou-lhe aos olhos!
-E então tu querias aprender…
-…como dar prazer a uma mulher sem ser apenas com tornados centrifugadores… É que o meu maxilar já se recente!
Rimos os dois! Estava contente de estarmos os dois bem, novamente!
-Pá,… acabou ele por dizer - …faço um negócio contigo: se me ensinares o Tornado centrifugador eu ensino-te o que queres!
Fiquei a olhar para ele com uma expressão esquisita.
-Algum problema? – Perguntou ele.
-Pá, é que ensinar-te o tornado centrifugador implica mos-trar-te na prática…
-Na pratica? Então como é que o aprendeste com o Abel… - parou a frase a meio, ficando a olhar para mim, de olhos esbugalhados. Eu limitei-me a assentir!
-Bem, isso para mim não é um problema! – Acabou ele por dizer.
-Eu sei, mas é para mim!
-Vamos lá a ver uma coisa: tu não és gay, pois não?
-Não!
-Perdeste as dúvidas acerca da tua sexualidade, certo?
-Graças a ti!
-Yá, graças a mim! – Repetiu ele, vangloriando-se um pouco – Então qual é o problema?
-Pá, o problema é que quando eu te der um beijo com esta técnica as coisas vão ficar complicadas!
-Como assim?
-O Abel usa esta técnica para fazer gajos machões esque-cerem-se que são heterossexuais!
-Xiça! E funciona?
-Cada vez que isto foi usado os efeitos foram devastado-res…
-Então fazemos assim: Se eu ficar demasiado apanhado dás-me um estalo!
-Ok, mas… e depois como é que pretendes ensinar-me? – Perguntei eu desconfiado! É que os beijos ainda é como o outro… mas meter coisas em coisas já é uma coisa comple-tamente diferente… e muito mais à frente! Ele percebeu!
-Não te preocupes! Preferes loira, morena ou ruiva?

***

Depois de um rápido telefonema da parte dela, foi tomar um banho e quando voltou comecei a ensinar-lhe o Tornado, não sem antes o obrigar a jurar que não divulgaria esta técnica a mais ninguém!
Após duas horas de beijos e sessões de estalos, ele já dominava a técnica e quando chegou a amiga dele que vinha para ser a minha cobaia, ele pode comprovar que tinha aprendido a técnica na perfeição!
Já eu fui finamente instruído ao longo de horas, apren-dendo a dominar-me!
No final, ao sair, dei-lhe um abraço, pedi desculpa por estas três últimas semanas, embora não tivesse ideia e agradeci tudo o que ele fez por mim!
Na noite seguinte a Sofia ficou agradavelmente surpreen-dida com a diferença…

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XLII

XLII – Já me dói um bocado o maxilar…

…e foi assim que me tornei uma fonte inesgotável de orgasmos  para a Margaux! Ao ponto de ela andar completamente esgotada mas permanentemente com um sorriso nos lábios!
Chegou a aparecer-me no emprego, a meio da manhã e a arrastar-me para uma casa de banho… E eu até achava piada! Mas às vezes o meu maxilar já se ressentia!
No entanto, a condição dela não se alterou, pelo que, cada vez que tentávamos alguma coisa que envolvesse eu tirar a roupa, o caldo estava entornado… por vezes literalmente!
Ora isto não passou despercebido à Cris, e ela estava genuinamente preocupada comigo!
Juntando a isto o facto de a Sofia continuar a subir paredes, o ambiente na banda estava mesmo estranho! Ao fim de quinze dias a coisa estava mesmo no ponto de ebulição!
-Vamos lá despacharr o ensaio que eu ainda querro irr terr com o Frredy! – Disse a Mar-gaux, com o seu enorme e rasgado sorriso na cara!
-Vê lá é se um dia destes fazes alguma coisa pelo rapaz… - deixou escapar a Cris inadverti-damente!
-Fazer alguma coisa por ele? Mas porquê? – Perguntou a Sofia que não deixou escapar o comentário da Cris!
-Nada, deixa… - respondeu a Cris!
-Não me digas que esta gaja ainda não…
Tás parrva? – Interrompeu de imediato a Margaux – Nós temos sexo a toda a horra, se querres saber… E ele é marravilhoso!
-Margaux, não te estiques! – Disse a Cris – Achas que ele terá a mesma opinião?
-Mas clarro… Porrque é que não havia de terr?
-Porque não me parece que numa contagem de orgasmos a coisa fosse equilibrada…
-Bem, nem serria! Ele faz-me virr como nunca ninguém fez…
Isto bateu nos nervos da Cris!
-Pois, é capaz… mas quantos orgasmos é que ele teve desde que estão juntos?
-Bem, ele… ele…
-Tu não me digas que neste tempo todo foste tão egoísta que não fizeste nada por ele! – Perguntou a Sofia!
-Clarro que fiz! Passo a vida a beijá-lo… e… e… já lhe chupei e morrdi a orrelhas… e… e…! – E a Margaux parou de falar. Foi a Sofia que falou por ela!
-És uma péssima namorada, é o que é!
Ao ouvir isto a Margaux atirou-se à Sofia violentamente. A Sofia viu-a a atirar-se e agarrou no baixo, usando-o como escudo! A Cris desligou a guitarra, sentou-se numa mesinha, acendeu um cigarro e ficou a observar!
 Foi uma cena de porrada épica! Se houvesse ali uma piscina com lama dava para cobrar bilhetes! A coisa só parou quando o João entrou de repente, dando com o caos absoluto, com peças da bateria espalhadas por todo o lado e um baixo cheio de mossas a ser usado como arma!
-Chiça! Vocês são mesmo! Definitivamente, uma banda de rock!
As duas pararam, envergonhadas! A Cris levantou-se, chegou ao pé das duas, virou-se para a Margaux e disse-lhe:
-Pá, foi divertido ver isto! Mas a verdade é que a Sofia tem razão e tu sabes disso!
A Margaux olhou para a Cris, o seu rosto ficou triste, as lagrimas brotaram, e disse com uma voz embargada:
-Eu sei!
Depois olhou para a Sofia, levantou-se, deu-lhe a mão para ela se levantar também, e só lhe disse:
-Anda comigo!
Saíram e vieram directo ter comigo, que estava entretido a desenhar e à espera da Mar-gaux! Agora podem imaginar a minha surpresa de ver as duas a entrar pela porta!
O ar da Margaux era sinal de que algo se passava. A Sofia estava, aparentemente, tão sur-preendida de ali estar como eu de a ver ali!
-Olá Sofia! Que é que se passa, Margaux? – Perguntei eu, preocupado!
A Margaux ficou um pouco a olhar para mim em silêncio! Olhei para a Sofia e ela limitou-se a encolher os ombros e a fazer-me uma expressão de “Não faço a mínima ideia”!
-Frredy,… – começou finalmente a Margaux com um ar grave - …eu sei que não tenho sido uma boa namorrada!
-Ora, Margaux…
-Não! Esperra! Deixa-me falar, porr favorr! Não tenho sido! Tu tens sido um querrido! Tens satisfeito as minhas necessidades… Mas eu estou longe de conseguir prreencherr as tuas!
-Mas…
-Não, Frredy! Eu não consigo fazer nada acerrca disso, pelo menos porr agora!
-Mas eu posso esperar..
-Mas eu não sei se alguma vez vou conseguir ultrrapassarr isto! Eu querro, mas não consi-go! E tu merreces muito mais do que isso!
Fiquei em silêncio a olhar para ela! Será que, pela primeira vez, ia passar por acabar uma relação?
Curiosamente, ao contrário do que eu esperava, não estava a ser uma experiencia particularmente dolorosa! Era até uma espécie de um alívio! Acho que foi ai que percebi que não gostava verdadeiramente da Margaux! Tinha sido uma relação quase por defeito… Não por escolha, pelo menos minha! Aliás, nem sequer escolhi! Ou seja, a minha inacção levou-me a mim, a ela e à Sofia a este ponto!
-Porr isso, Frredy, querrido Frredy, pelo menos enquanto eu não conseguirr ultrrapassarr o meu prroblema, é melhorr acabarr-mos!
E dito isto, com lágrimas nos olhos, embora estivesse a tentar ser forte, chegou-se ao pé de mim, deu-me um beijo, virou-me as costas, olhou para a Sofia e disse-lhe:
-Esperro que consigas fazê-lo tão feliz como ele te vai fazerr… - e sem mais uma palavra saiu pela porta deixando-me a sós com a Sofia, que estava tão estupefacta como eu!
Eu fiquei abismado, mas a Sofia, passada a estupefacção inicial, levantou-se, sentou-se ao meu lado, abraçou-me:
-Bem,… - disse ela com um sorriso - …aparentemente ficámos os dois!
-Ya… - respondi eu, sem saber o que havia de fazer!
Ela tomou conta da situação! Abraçou-me, beijou-me, despiu-se, roçou-se, numa espécie de quase repetição da rotina que eu tinha com a Margaux, e tal com a ela, acabei por lhe apli-car o já tão famoso tornado!
Ela passou-se! Completamente! E eu levei-a à quase exaustão e findo isso deitei-me ao lado dela!
-Estás bem? – Perguntei-lhe!
-Ai! Mais que bem! Eu não sabia que isto era possível! Agora já percebo o sorriso estupido com que a Margaux andava…
-Ya!
E ela chega-se a mim, beija-me…
-Queres mais? – perguntei!
-Muito mais!
Suspirei…
-Mas já me dói um bocado o maxilar…
Ela levantou-se, começou a arrancar-me a roupa do corpo, fez um sorriso sacana e disse:
-Sabes, há algumas vantagens em namorares uma miúda que não fica nauseada quando te despes…
E pude constatar essas vantagens logo a seguir…

sábado, 8 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XLI

XLI – Estou a esconder-me da Margaux!

Ok, eu não posso dizer que a rapariga não era esforçada! Era, de uma maneira que sur-preendia a própria Cris! No entanto a nossa relação estava, por força das circunstâncias, de molho!
Na verdade isso até me retirava uma certa pressão de cima! Mas ao fim de algum tempo, começou a chatear. Ela passava o tempo a mimar-me, era uma beijoqueira, e quando estáva-mos sozinhos envolvíamo-nos, aquecíamos, despi-la, beijá-la, tocar-lhe…
…mas assim que a minha roupa começava a sair ela começava a ficar nauseada, e depois eram horas na casa de banho!
Ela tentou de tudo! No escuro! Vendada! Nada, mas mesmo nada resultou! Eu, por mim, dava-lhe tempo!
Entretanto, os ensaios da banda eram uma guerra constante entre ela e a Sofia. Por vezes as coisas tornavam-se caóticas! Uns quinze dias depois de começarmos a andar estavam mesmo ao rubro!
As discussões aconteciam, normalmente, apenas por dois motivos: tudo e nada!
Naquele dia, após uma discussão que quase descambava em violência física, a Cris impôs-se!
-Irra! – gritou, fazendo as outras duas parar – Mas eu tou a lidar com dois bebes? Vocês ainda andam de fraldas! Vocês estão parvas?
-Foi ela que começou… - disseram ambas as duas em uníssono apontando uma para a outra.
-E o que é que isso interessa? Porra! Mas vocês têm algum problema?
As duas calaram-se, com caras sérias mas sem olhares de frente para a Cris!
-Sofia,… - disse esta - …há quanto tempo é que não dás uma queca?
A Sofia estacou e pensou rápido! Era uma pergunta? Um convite? Era o quê? Pôs o seu ar mais cândido e respondeu com um suspiro:
-Há demasiado tempo…
-Atão o teu problema é falta de sexo! Basa daqui, passa num supermercado, compra umas pilhas e vai tratar disso! Eu e a Margaux ficamos a praticar!
A Sofia corou, não teve coragem de responder, suspirou, resignando-se, agarrou nas suas coisas e saiu!
Assim que saiu bateu-lhe a ideia! Elas estavam ali! Eu estava sozinho em casa!
Se bem o pensou, melhor o fez! Assim que chegou à porta do prédio, subiu e bateu à porta! Esperou!
Ora, precisamente nesse dia o Rui tinha-me ligado a dizer que tinha recebido um Transfor-mer G1, um brinquedo vintage da década de 80 e eu tinha ido à BD’r’us para o ver, portanto não estava!
Ela, depois de tocar duas ou três vezes pensou no que iria fazer! Era uma oportunidade rara! Deu a volta ao prédio, viu a porta das traseiras e dirigiu-se lá. Estava fechada! Lembrou-se que por vezes há quem esconda chaves sobresselentes, procurou por baixo dos vazos, por cima da ombreira, encontrou, o que lhe pôs no rosto um sorriso radiante, abriu a porta e entrou pela cozinha!
Só pensava na minha surpresa de entrar em casa e dar com ela nua e disponível para mim…
Despiu-se de sentou-se no sofá, com a pose mais sexy que conseguiu imaginar!
Só depois se lembrou da falha do seu plano: E se não fosse eu o primeiro a chegar?
Agarrou nas suas roupas e pensou ir até ao meu quarto, mas depois pensou “E se a Mar-gaux Vem?”!
Não sabia qual dos outros quartos era o da Cris, mas assim que abriu uma das portas e viu coisas de guitarra soube que era ali. Entrou e resolveu esperar ali!

***

Entretanto, voltando atrás, logo a seguir à Sofia ter saído, a Margaux confidenciou à Cris:
-Sabes, acho que tenho o mesmo problema dela!
-Então mas tu e o Freddy?
-Eu não consigo! Eu querro, eu tento, mas eu não consigo! E já tou a trreparr pelas perre-des!
A Cris abanou a cabeça!
-Também precisas é de umas pilhas! Mas ainda não aconteceu nada?
-Bem, ele já me tocou, apalpou, mas depois, quando ele se despe…
A Cris ficou um bom bocado a olhar para ela. Depois encolheu os ombros, desligou o amplificador, arrumou a guitarra e disse-lhe:
-Pá, vamos mas é para casa! E vê lá se fazes alguma coisa pelo Freddy…
Ainda aproveitaram para passar por uma loja de conveniência e foram para casa.
Quando entraram eu ainda não tinha chegado, foram à cozinha comer qualquer coisa e, entretanto eu cheguei!
A Margaux cobriu-me de beijos, não me largou e praticamente, arrastou-me para o quarto!
Lá chegados, fez-me sentar na cama e disse-me:
-Não te dispas!
Foi directa ao computador, pôs a tocar baixinho uma música sensual e fez um strip sensual para mim que me deixou simplesmente a salivar!
-Mas passa-se alguma coisa?
-Shhh! – respondeu ela com o dedo nos lábios. Já despida veio sentar-se em cima de mim, fazendo-me uma lap dance, roçando-se em mim, e eu agarrava-a e puxava-a para mim e beijava-a, a boca, os seios, deitei-a na cama, deslizei por cima dela, despois desci pelo corpo dela até chegar ao seu sitio mais secreto, ela olhou para baixo e disse:
-Estrranho!
-O quê?
-O habito! Semprre via aí cabeças de rraparrigas e é estrranho verrrrrr…
Ataquei com o Tornado Centrifugado! Ela ficou com a voz embargada na garganta…

***

Mai ou menos na altura em que nos fechamos no quarto, a Cris entrou para o dela sem sequer acender a luz, despiu-se, enfiou-se na cama e achou-a muito… Aconchegante!
Acendeu de imediato a luz da mesa de cabeceira, levantou o lençol e lá estava uma muito nua e sorridente Sofia!
-Que é que estás aqui a fazer? – perguntou-lhe a Cris admiradíssima!
-Shhh! Estou a esconder-me da Margaux!
-E a tua roupa?
-Também está escondida!
-Mas como é que aqui entraste?
-A chave, no alpendre…
-E o que é que vieste aqui fazer?
-Pensei que estavam a ensaiar e que podia apanhar o Freddy sozinho!
-O quê? Não desististe?
-O que é que queres, páh? Tou… carente! Apetece-me… - deixou ela no ar enquanto a sua mão começava a desenhar arabescos no braço da Cris…
“Ai!” pensou a Cris “Tu não faças isso…”
-Para com isso…
-Porquê?
-Pá, porque…
A Sofia chegou-se ela e perguntou-lhe ao ouvido:
-Porque? – e de seguida começou a lamber-lhe o lóbulo da orelha, a trincar ao de leve, a chupar…
“A Orelha não! A orelha não…” pensava a Cris desesperada, com um fogo a acender-se dentro de si, e os lábios de Sofia abandanam a sua orelha e procuram os seus e as linguas enlaçam-se e dançam…
-Ó MON DIEU! – ouviu-se no quarto ao lado!
Pararam as duas e olharam uma para a outra, admiradas!
-Oui! Oui! Oui! – ouvia-se!
-Bem… - disse a Cris!
-MON DIEU! ÉS TÃÃÃO BOOOM!
-O gajo aprendeu umas coisas, pelos vistos… - disse a Cris com um sorriso e diga-se até, uma ponta de orgulho!
-ÉS MELHORR DO QUE A CRRRRIIIIIS! HÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!
A Cris levantou-se de repente, despeitada e gritou:
-MELHOR QUE EU? MARGAUX, ANDA CÁ JÁ PARA TE LAMBER A RATA!
-AAAAAAAAAIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIAAAAAAAAAAAAAOOOOOOOOOOOUUUUUUUUUU!
-Acho que não te ouviram! – disse a Sofia, abismada com o que ouvia vindo do quarto ao lado!
“Pérai! Olha bem para mim!” pensou de repente a Cris – “Despeitada por causa da língua do outro, ia comendo a Sofia…”
E a Sofia entretanto, recompunha-se e volta-se para a Cris:
-E o que é que me dizes de aproveitarmos a banda sonora?
 A Cris olhou para ela…
-Pá, acerca disso, é melhor vestires-te e ir andando que acho que vai chover mais daqui a um bocado!

***

A Lita tinha entrado em casa precisamente quando isto estava a decorrer! Acabava de vir de junto do Chico, de mais uma noite de óptimo sexo, mas sem chegar onde ela queria…
Assim que entra ouve os gritos da Margaux! Parou! A sua respiração acelerou de repente! Sentiu-se corar, as faces quentes! Não consegue aguentar ouvir toda a sucessão de orgasmos e saiu, completamente afogueada, de uma maneira que ela nem se lembrava sentir! Precisava de um homem!
Apanhou um táxi e vinte minutos depois estava à porta do Chico! Ele abriu-lhe a porta…
-Então? Esqueceste-te de…
Ela entrou de rompante, agarrou-o e arrastou-o literalmente para o quarto, arrancou-lhe a roupa do corpo à dentada, mandou-o para cima da cama e ele surpreendido com tamanha agressividade que, diga-se, ele bem gostava, estava excitado com nunca e ela senta-se nele, sente-o a acalmar aquele fogo dentro dela…
-AHHHH! – não conseguiu conter o gemido – Tããããão Booooom!
Ele puxa-a para si, quere-a mais, e mais…
-Ées tão bom Freedy!

Ela apercebe-se do que disse e para! Olha para ele e pensa “See calhar ele neem oouviu…”
Ele para olha para ela e pensa “Fredy? Estás a brincar?”
-Fredy? - perguntou ele – Tu estavas a pensar no Fredy?
-Eeu…
-Mas o que é que o Fredy tem, afinal?
Na sua cabeça não fazia sentido! Primeiro o Abel e depois a Lita?
-Neem sei porque é que faalei nele… - disse ela, tentando esquivar-se – Esquece isso!
Ele abanou a cabeça! “Realmente, preocupado com o quê?” pensou ele e fez menções de continuar, a Lita recomeçou a ondular aquelas ancas deliciosas e…
…ele não conseguia tirar o Fredy da cabeça e o fogo levou com um balde de água fria e…
…e a Lita saiu muito triste e sem um namorado da casa do Chico!

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XL

XL – Queero que ele me dê uum oorgasmo!

Ora, depois disto, como podem calcular, quem ganhou o despique, por desistência da adversária foi a Margaux. Ou seja, acabei por ser o primeiro namorado que ela teve, por defeito!
A nossa relação era pacífica, e até admito que ela se esforçava! Quem estava também sur-preendida era a Cris, que nunca pensou que ela levasse tão longe o interesse que tinha! E, sendo justo, apesar de os motivos pelos quais a coisa se deu, na cabeça da Margaux, não tivessem a ver com o facto de gostar de mim, a verdade é que se esforçava por ser uma namorada exemplar e acho até que cada vez gostava mais de mim!
Aquilo que eu não sabia de todo é que a Lita, apesar da sua relação com o Chico ser a mais satisfatória de sempre, ainda não o fora suficiente para a fazer sentir o mundo a tremer! Na sua cabeça, cada vez mais, era um problema dela e não das pessoas com quem estava. E isso fazia-a sentir-se infeliz e deprimida!
No entanto, na sua ideia, havia ainda uma enorme hipótese! Eu! Ela cada vez mais se con-vencia de que seria eu a conseguir levá-la a um orgasmo, a fazê-la sentir-se mulher por com-pleto. No entanto recriminava-se por estes seus pensamentos!
Ainda assim, um dia em que estava sozinha com a Margaux, que praticamente se tinha mudado lá para casa, ganhou coragem e foi-lhe falar!
-Maargaux, pooso falar coontigo?
-Mas é clarro que podes!
-Oolha, eu custa-me peedir-te iisto, mas aantes aagora que a voossa relação é reecente… Queeria peedir-te que deeixasses o Freddy, só poor uns diias…
-Querrias pedirr-me parra deixarr o Frreedy? Mas porrquê? – depois arregalou os olhos – Oh! Mon dieu, aacho que já perrcebi… Estás apaixonada porr mim…
-Nãão! Eu nãão…
-Pobrre rrapariga! Se eu não namorasse o Frredy, não me escapavas, mas tens de perrce-ber…
-Queem nãão está a perceber ées tu! Eu nãão soou lesbik! Eu quero que tuu deeixes o Freddy poorque queero que ele me dê uum oorgasmo!
A Margaux, pequenina, fraca figura, ficou a olhar para a Lita, quase duas vezes maior que ela, a sua expressão foi-se tornando ameaçadora, e de repente, do nada, aplica um Uki-goshi (para quem não sabe, como eu também não sabia, é um golpe de Judo) a Lita que a fez voar em direcção ao chão e apagar enquanto dizia:
-O Freddy é meu!

***

Quando a Lita acordou estava deitada por no sofá, por cima do colo da Margaux, com os pés e as mãos amarradas por abraçadeiras de plástico!
-Chiça! Ainda bem que eu me despachei! Tu é rrealmente rresistente! Norrmalmente o pessoal fica apagado porr muito mais tempo!
-Que é que eestás a faazer? Soolta-me já!
-Só te solto quando admitirres que o Frredy é meu!
-Não!
A Margaux agarrou na espátula de cozinha, que tinha levado com ela para o sofá, baixou as calças de pijama da Lita, aplicou-lhe umas palmadas usando a espátula como palmatória:
-Ai! Paara coom isso!
-Só quando admitirres que o Frredy é meu!
-Nãão!
Pimba!
-Ai!
-Admite!
-Nãão!
Pimba!
-Mauvaise Amazone! Diz que o Frredy é meu!
E a cena foi-se repetindo! Curiosamente, apesar do desconforto da dor das palmadas, a Lita sentia-se algo excitada com a situação e mesmo a maneira como negava e até a sua própria respiração iam-se alterando…
…e estavam nisto quando a Cris entra e as encontra naqueles preparos!
-Mas…! Mas posso saber o que se passa aqui?
-É ela,… - respondeu de imediato a Margaux - …querr roubar-me o Freddy!
-Nãão, só o queeria eemprestado poor uns diias…
A Cris sentou-se no sofá, ao lado delas!
-Ó Lita! Outra vez? Porque é que has-de estar a pensar assim no único gajo que não podes ter…
-Eu sei que ele poode resolver o meeu prooblema!
-Lita, não pode ser! Tens de parar de pensar nisso!
A Lita ficou extremamente triste, com as lagrimas a virem-lhe aos olhos, mas lá anuiu!
-Teens raazão! Eu voou ficar quiietinha!
-Óptimo! Deixa que eu solto-te…
-Mas…
-Mas o quê?
-Eu Poortei-me tão maal… - e voltou-se para a Margaux - …se quiseres podes continuar a castigar-me…

***

Para comemorar o facto de conseguirem resolver a situação, resolveram ir fazer uns waf-fles! Estavam já feitos e estava a Lita a acabar de servi-los com uma espátula quando a Cris perguntou de repente:
-Olhem lá, essa espátula não era a que a Margaux tinha na sala?
-É! – respondeu a Margaux!
-Espero que se tenham lembrado de lavar a espátula… - disse a Cris a rir-se!
As outras duas ficaram sérias!

Pergunta pertinente!

Como é que é possível os personagens de uma história serem tão indisciplinados em relação ao escritor? Hã?

É que não é por nada mas já ando há 20 capítulos a resolver a história...

...e os sacanas dão-me sempre a volta e fico sempre parado a pensar:
"mas como é que isto aconteceu?"

Não há condições... Não há!


:)

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXIX

XXXIX - Sortudo!

Até esta manhã, quando a Cris não se calou durante o pequeno-almoço todo, não fazia ideia da paranóia completamente injustificada, mas de alguma maneira lógica segundo a perspectiva de alguém como a Cris, que reinava naquela cabeça acerca da sua relação com o João!
A tal lógica que justificava o injustificável era a seguinte: a Cris nunca teve uma relação tão longa com alguém que realmente lhe importasse! Ou seja, a paranóia justificava-se porque estava a gostar genuinamente do João e estava à espera, a qualquer momento, que ele lhe dissesse que tinha arranjado alguém! Ela sofria por antecipação de algo que poderia vir ou não vir a verificar-se, porque na sua cabeça era quase uma certeza matemática!
Chamei-lhe maluca! A Lita disse-lhe que estava a ser parva! E ela parou, respirou fundo por um bocado e evitou um provável ataque de pânico!
Durante o dia fomos falando e ela cada vez via mais o quanto estava a ser paranóica e, ao fim da tarde já se ria da sua própria parvoíce!
Entretanto o Chico passou para apanhar a Lita e eu e a Cris saímos ao mesmo tempo, ela porque o João a esperava a entrada do prédio e eu porque ia para o primeiro de uma série de encontros a três!
Ao sairmos do prédio, de repente, todos os receios da Cris se materializaram! Ao lado do João uma rapariga, lindíssima, que parecia tirada de uma capa de revista estava abraçada ao João e, ao ver isto, a Cris entrou em pânico, saltou-me para o colo e pespegou-me com um beijo e eu, com a surpresa quase a deixei cair.
O João aproximou-se com a rapariga.
-Olá Cris! Ola Freddy! Queria apresentar-vos a minha irmã, a Telma.
A Cris parou de imediato de me beijar, embora continuasse ao meu colo!
-Irmã? Hum! Oi Telma, este é o Freddy e é como um irmão para mim…
A Telma olhou para nós, com um ar até um pouco pedante, de menina rica, baixa os óculos escuros, olha para o irmão e diz:
-Olha, estou francamente surpreendida! Depois da tua ultima namorada, julgava que gos-tavas era de mamalhudas…
-Cris, a minha irmã veio cá por uns dias e convidei-a para vir hoje connosco! Não te impor-tas?
-Claro que não!
O João sorriu e voltou-se para mim:
-Bem Freddy, passa para cá a minha namorada ciumenta. – E eu ri-me e entreguei-lha – Se quiseres vir connosco…
-Não, tenho um encontro com duas raparigas…
-Ele baixou os óculos escuros, piscou-me o olho e respondeu:
-Sortudo!
Tenho a dizer que depende do conceito, francamente! É que eu não me senti nem um pouco sortudo durante essa noite! Aliás, senti-me um espécie de divisória entre duas gajas prestes a esgatanhar-se, que, ou se estavam a ignorar, ignorando-me, ou estavam a discutir, tendo de ser eu a apartá-las! E isto durou um mês!
Fizeram-me passar as figuras mais ridículas! Foi… horrível! E ainda por cima, nem me devia estar a queixar! Afinal, fui eu que criei este vento, não me posso queixar da tempestade que colhi!
Finalmente, um dia, a Cris fez questão de me acordar de manhã!
-O Garanhão, Acorda! É hoje o grande dia!
-Qual grande dia?
-Faz hoje um mês!
É curioso que, mesmo quando estamos mergulhados numa miséria infinita, quando temos perspectivas futuras nada agradáveis o tempo passa num ápice! Apesar de cada um dos encontros ter durado séculos, e um ou outro se tivesse esticado a mais do que um milénio, este mês parecia ter passado em meros segundos! O tempo é, verdadeiramente um paradoxo!
Curiosamente, o encontro dessa noite, que eu queria que durasse uma era, durou uns poucos segundos e quando dei por mim estava com as duas, de volta a minha casa, e foi a Sofia que tomou a iniciativa de uma forma absolutamente prática!
-Bem, chegamos, e está na hora! – e dito isto, começou a despir-se!
-Está na horra de quê?
-Do concurso de sexo! Foi isso que acordamos! Ou já te esqueceste?
-Pois, o concurrso! – Respondeu a Margaux em pânico!
Entretanto a Sofia, para prazer dos meus olhos, já estava nua e decidida à minha frente, enquanto a Margaux permanecia estática, quase com lágrimas nos olhos.
-Bem, já que não te decides,… - disse a Sofia - …eu vou primeiro!
E dito isto atirou-se a mim e começou a despir-me e a Margaux começou a ficar branca, muito branca, e conforme a Sofia me tirou os Boxers…
…ela vomitou ao lado do sofá, levantou-se e foi para a casa de banho de repente!
Levantei-me e fui atrás dela!
-Margaux, estas bem?
Na casa de banho apenas ouvia o som das suas regurgitações!
-O que é que se passou com ela? – Perguntou a Sofia, subitamente preocupada – Ela está bem?
-Acho que sim… É que ela sofre de uma fobia qualquer…
-Uma fobia?
-Sim! Cada vez que vê um gajo nu fica completamente nauseada!
A Sofia arregalou os olhos!
-Então e tu sabias isto e não disseste nada! – e pregou-me com um estaladão na tromba que juro ter visto plutão em alta definição antes das sondas da NASA lá chegarem!
Foi buscar as suas roupas, vestiu-se e voltou-se para mim:
-Nunca mais te quero ver, ouviste? Nunca! – E foi direita à porta, abriu-a, saiu e mesmo antes de fechar a porta com um estrondo voltou-se para trás e disse-me:
-Nunca! Depois liga-me!
E bateu com a porta!

quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXVIII

XXXVIII – Uma massagem nos glúteos!

E foi assim que me vi sozinho em casa!
Respirei fundo, olhei para o meu estado lastimoso, recolhi-me ao meu quarto, despi-me, fui buscar o meu DVD preferido da Tisha, pus a rodar…
…e senti-me mal!
A Tisha tinha deixado de ser uma fantasia difusa num ecrã, tinha-se tornado uma pessoa de carne e osso, linda e simpática! E queria deixar aquele capítulo da sua vida para trás!
Caneco! Já nem me podia masturbar em paz com a minha consciência!
Respirei fundo e tomei uma decisão!

***

Felizmente foi a própria Tisha que me abriu a porta, quando cheguei a casa dela e do Abel!
-Tisha, ainda bem que és tu!
-Freddy, que surpresa boa!
-Tisha eu,… - comecei a dizer envergonhado - …eu vim para te pedir desculpa!
-Desculpa? Porquê?
-Porque, porque passei anos a fazer coisas indecorosas enquanto via isto… - e retirei de uma caixa que levava, em cartão, três DVD´s com filmes dela!
-Ora! Não faz mal! Afinal, para que é que esses filmes foram feitos. Não é teres três filmes meus…
Eu abri a caixa e ela arregalou os olhos de tão surpreendida!
-O que é isso?
-Os teus 183 filmes!
-183? Tens aqui todos?
-Sim! Eu sou o teu maior fã!
Ela começou a tirar DVD’s de dentro da caixa.
-Olha, tá aqui um que só foi lançado na Coreia do Norte! Como é que tu…?
-Eu movi montanhas! Era-me impossível saber que havia um filme contigo no mundo e que eu não tivesse visto!
-Então eras tu o tal maior fã de que o Abel me falou… Ele não estava a brincar!
-Trouxe-os para os deixar contigo! Eu já não os consigo ver da mesma maneira! Desculpa!
A Tisha olhou para mim, sorriu e disse:
-Mas não tens que te apoquentar! É que as coisas mudaram, desde a última vez que nos falámos! E isso quer dizer que já não precisas dos filmes… E se queres mesmo desculpar-te,… -disse ela, começando a despir-se deixando-me maravilhosamente sem reacção - …eu estou a morrer por um Tornado Centrifugador…
E a porta abre-se, só dando tempo para ela baixar a t-shirt, entrando um Abel cuja expres-são se ilumina como um malmequer que apanha sol de repente ao ver-me, ali, de pé!
-Freddy! Estou tão contente por te ver… - E depois olha-me gulosamente de alto a baixo, reparando numa protuberância nas minhas calças e acrescenta - …e tu, pelos vistos também estás contente por me ver!
-Bem, eu…
-Pareces tenso!
“Se calhar é mais teso, mesmo!”
-Impressão tua…
-Não, estás contraído! Já sei! Vou-te fazer uma massagem!
-Vais o quê?
-Fazer uma massagem!
A Tisha olhava para isto tudo, nem tendo tempo para reagir!
-Pá, Abel, estive com o Chico há uns dias…
-Estiveste! Oh! Ele apanhou-te primeiro! Não admira… ele é irresistível, não é? Mas deve ter dado cabo de ti…
-Não é isso, pá! É que…
-Péra! Já falamos! Agora acalmas-te e eu vou-te fazer uma massagem relaxante! Tenho aqui um creme novo que tu vais adorar…
-Pá, acho que não!
-Eu não vou ser invasivo! – Disse ele, arrastando-me para o seu quarto. Abriu um armário, tirou uma toalha, entregou-ma e ordenou – Despe-te, deita-te na cama de barriga para baixo, põe a toalha por cima e chama que eu entro! Já ficas mais à vontade?
Encolhi os ombros! Ele não me ia mesmo deixar falar.
Entrei no quarto, despi-me, deitei-me na cama, pus a toalha por cima de mim – Abel! – e ele entrou, quase saltitando de felicidade.
-Não tarda nada vais estar no paraíso!
E agarrou num frasco de creme de cima da sua cómoda, esguichou um pouco para a mão esquerda, com a direita agarrou na toalha, mandando-a para longe e anunciou:
-Comecemos por uma massagem nos glúteos!
“Para que é que foi a toalha, afinal?”
Espalhou o creme nas duas mãos, começou a massajar-me os glúteos – Então? É relaxante ou não? – E quis-se aventurar para sítios onde eu não queria que ele fosse, e de repente comecei a sentir um ardor na pele toda onde ele tinha tocado…
-AAAAAAAAAAAAAAH!
E levantei-me e fui a correr para a casa de banho, literalmente com o rabo a arder, passei nu pela Tisha que tinha vindo ver o que se passava e vê-me a passar por ela e entra no quarto, dando com um Abel extremamente surpreendido a olhar para as mãos e para o frasco de creme, dizendo para si próprio -Mas como é que eu fui confundir o creme de emagrecimento com o relaxante? – E a Tisha voluntariou-se de imediato – Não te preocupes que eu cuido do Freddy! - E fechou a porta do quarto e foi buscar uma cadeira que pôs contra a fechadura e arrastou o móvel do corredor contra a porta e correu para a casa de banho, onde eu me tinha enfiado no chuveiro e só queria sentir a agua a escorrer para cima do meu traseiro e ela abre a cortina, sorri ao ver-me e diz:
-Queres ajuda?
Entra para o duche, fecha a cortina, agarra num sabonete, passa-o nas mãos para criar creme e diz-me
-Vá. Eu lavo-te! Vais ver que isso passa num instante… E depois podemos acabar de tratar dos nossos assun…
E a cortina abre-se de repente e temos ali um Abel com uma cara séria, a olhar para os dois!
-Mas como é que tu saíste do quarto? – Perguntou a Tisha envergonhada!
-A porta do quarto abre para dentro! Para a sala! Os dois! Já!
E lá seguimos os dois, nus, até à sala onde nos sentamos no sofá. Ele virou-se para a Tisha primeiro!
-Olha lá, posso saber o que estavas a fazer?
-Quero um tornado centrifugador…
-Mas…
-Na, na, na, senhor Abel! Disseste que eu podia! A mim e à Marta!
-Disse?
-Disseste! Ouvimos as duas, e muito bem, por isso não me venhas com cenas!
O Abel ficou a pensar! Teria mesmo dito?
-Ok, mas aparte isso, sabes como é que foi a noite deste rapazinho?
-Bem, ele veio aqui para me deixar os filmes…
-Mas não te disse o que se passou antes de vir, pois não?
-Não!
Depois ele virou-se para mim.
-A Cris ligou-me! A rebolar a rir!
Voltou-se de novo para a Tisha:
-Este rapaz, teve a Margaux e a Sofia, a baterista e a vocalista baixista da banda da Cris, a digladiar-se por ele! E mais, não escolheu nenhuma das duas o que fez com que elas acordas-sem uma competição por ele durante um mês!
Dito isto, deu-me uma valente palmada no rabo!
-Au!
-Isso faz-se? – Perguntou-me ele!
-Realmente! – Disse a Tisha com um ar de censura – Como é que foste capaz?
E o Abel deu-lhe uma palmada também!
-Au! Tás-me a bater porquê? – Perguntou ela!
-Porque me apetece! Porque é que fizeste isto, Freddy?
-Porque… - disse eu quase choramingando - …porque foi a primeira vez que alguém mos-trou que gostava mesmo de mim!
Eles ficaram estáticos a olhar para mim, olharam um para o outro com um sorriso e vieram dar-me um abraço!
-Porque é que me estão a abraçar? – Perguntei eu surpreendido!
-Por nada… - responderam os dois, quase ao mesmo tempo!
E nisto entra a Marta Vergas, a minha segunda actriz pornográfica de todos os tempos, a quem a Tisha tinha dado uma chave da casa, vê-nos naqueles preparos e pergunta à Tisha, assustando-nos:
-Olha lá, mas tu não estavas para deixar a indústria?
-Não isto…
Ela nem ligou, veio direita a mim, com o meu estado lastimável a ficar cada vez mais evi-dente, olha-me bem e diz à Tisha:
-Éh Páh! Este é giro! E está armado…
-Marta este é o… - começou a Tisha a tentar explicar mas a Marta nem deu hipóteses!
-Descansa, que eu ainda te devo umas cenas! – e ajoelhou-se à minha frente, perante os olhares da Tisha e do Abel e engoliu-me e eu só pensei “Ai… MEEEEUUUU! DEEEEEEEUUUUUUUUUUUUX!!!!!”
E foi assim que, pela primeira vez…
…vi a Marta Vergas ao vivo!

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXVII

XXXVII – …não te terás esquecido do avisar?

-Tou, Cris…? – Perguntou a Sofia ao telemóvel.
“Só me faltava mais esta!”
-Sim?
-Olha, hoje é sexta-feira e…
-Não, não saio contigo! Já tenho planos!
-Não é isso! Olha, gostava de dizer qualquer coisa ao Freddy…
-A quem? – perguntou a Cris surpreendida pelo súbito interesse após uma marcação e insistência serrada da sua parte!
-Ora, ao teu amigo, o Freddy!
-Sim, querias dizer-lhe qualquer coisa… e então?
-Bem, depois daquele fiasco que foi a minha saída com ele, estava naquela de lhe dizer qualquer coisa… Mas até tenho algum receio que ele nem se lembre de mim!
-Ora, até que enfim! Mas estás à vontade. Ele está em casa de certeza, e sozinho, de certeza, portanto bem lhe podes fazer uma surpresa!
É de referir que no dia do concerto a Lita e o Chico começaram a andar, o que aliviou um bocado o clima entre nós, mas ainda parecia haver algo…
-Mas… - continuou a Sofia.
-O que é?
-Queria pedir-te que me ajudasses a escolher uma roupa… e se me desses uma boleia e me levasses lá…
“Bem, eu tenho estado em falta com ele! Não é como se ele estivesse afogado em ratas, como eu lhe prometi… Coitado, nem uma…”
-Tudo bem, quando eu sair passo por tua casa e levo-te lá. Combino com o João para me apanhar lá.

***

Depois de sair do trabalho foi directa a casa da Sofia. Ela abriu-lhe a porta gloriosamente nua, tal qual as suas recordações e até salivou ao vê-la, mas conteve-se…
“Mas lá que apeteces…” Pensou.
-Estava à tua espera… Tenho ali uns quantos vestidos para experimentar e me dizeres alguma coisa… - disse, seguindo para a sala, levando a Cris atrás de si - …mas, se achares que temos algum tempo.. – insinuou-se!
“Tu não me faças isso que eu nem respondo por mim!”
-Não? – perguntou a Sofia, sedutora – É pena…
E deu a volta ao sofá, agarrou num vestido, fê-lo deslizar pelo corpo.
-Então?
O vestido parecia um bikini! E ficava-lhe terrificamente bem!
-Mais, Sofia!
-Mais ousado?
-Mais pano!
“O rapaz se te vê assim tem um colapso!”
Foi experimentando um vestido atrás do outro, cada um lhe ficava melhor que o outro, até que chegaram a um que iria fazer-me babar – e diga-se fez – mas não colapsar e lá arrancaram!
Já no carro, a sofia volta-se para a Cris e diz:
-Sabes, estou impressionada… Tens ficado tão indiferente às minhas provocações
“Quem é que te disse que fico indiferente!”

***

O que elas não sabiam é que eu não estava sozinho em casa, como aliás, era cada vez mais habito. A Margaux, quando não estava a ensaiar, passava o tempo lá comigo, a jogar, a ver filmes e até por vezes simplesmente a ler uma revista enquanto eu desenhava. Mas a verdade é que, desde o dia do concerto sentia-a mais próxima, mais doce…
…mas podia ser só impressão minha.
Nesse dia lá estávamos no sofá, a ver um filme, e ela encosta-se a mim. Estranhei, mas resolvi não ligar…
E, de repente e inesperadamente, a Cris entra e diz logo de repente:
-Freddy, tenho uma surpresa para ti… - e para de repente a olhar para o sofá, vê a Margaux, fica imediatamente séria e pergunta-lhe:
-Que é que tás aqui a fazer?
E atrás da Cris entra a Sofia, e eu até tive uma cãibra cerebral e o sorriso luminoso que ela trazia tornou-se sério ao mesmo tempo que via a Margaux e lhe perguntava:
-O que é que estás aqui a fazer?
-Não sei qual é a surpresa! Ela passa aqui a vida…
-Como assim? – perguntou a Cris!
-Então, tu sais de manhã, vais trabalhar, ou ensaias e tás com ela ou sais com o João e ela está aqui… Acho que ela tem cá passado mais tempo que tu!
-Bem, isso não interessa! Lembras-te da Sofia?
Lembrar, lembrava, mas não assim!
-Ela lembrou-se que seria divertido saírem, e eu dei-lhe uma boleia para cá…
Os olhos da Margaux ficaram sombrios, queimavam!
-Sim! – disse a Sofia para mim, com o sorriso a voltar-lhe ao rosto – Gostavas de dar… uma volta?
“Sim! Meu  Deus, sim, ó sim… Obrigado Senhor!”
-Bem,… - disse eu, com a voz tremula - …eu…
-Ele não vai a lado nenhum contigo! Ouviste? – gritou a Margaux, completamente possessa à Sofia!
-Há não? – respondeu a Sofia, a ficar visivelmente irritada – E pode saber-se porquê?
-Porrque ele é meu namorrado! Meu!
-Ai é? – perguntou a Cris, de olhos arregalados completamente estupefacta!
-Ai é? – perguntou a Sofia, surpreendida, como que a dar um passo atrás e arrependida!
Ai sou? – perguntei eu, tão estupefacto como elas as duas!
-Vês,… - aproveitou a Sofia recompondo-se - …não te terás esquecido do avisar?
-Mas eu querro-o! – disse a Margaux!
-E eu também! – afirmou a Sofia!
“Ah! Então é assim que a Lita se sente todos os dias…!” Não vou negar! Estava a saber-me bem esta guerra por mim! O meu ego estava nos píncaros! Tanto que me recostei e relaxei…
…se calhar não o devia ter feito!
-Já sei como é que podemos resolver isto! – Disse a sofia convicta!
-Ai é? Como?
-Com um concurso de sexo!
“Ai, ai, ai, ai, ai!” pensei eu! “Isto está a ficar muito bom!”
-Um concurrso de sexo! – disse a Margaux, subitamente em pânico!
A Cris desatou a rir ao olhar para a Margaux!
-Então e tu vais fazerr sexo assim, sem sequerr o conhecerres?
A Sofia parou! Não é que se importasse muito, mas também não queria passar por fácil…
-Ok! Tens razão! E o que é que propões?
-Saímos todos juntos durrante um mês! No ultimo dia fazemos o concurrso de sexo e ele escolhe! Até lá nenhuma de nós pode estarr sozinha com ele!
A Sofia pensou um pouco!
Já eu, a ver as minhas boas perspectivas a esfumarem-se, só pensava “Não aceites, não aceites…”
-De acordo!
“Oooooooooooooooooh!”
-Durante um mês! E começamos amanhã!
-Ok! Podes irr então!
-Como?
-Orra! Eu já cá estava quando chegaste!
-Isso não interessa! Acordo é acordo! Nenhuma das duas! Vamos!
-Mas nós estávamos a verr o…
-Vamos!
E saíram as duas deixando-me num estado francamente lastimoso e com a Cris a rebolar a rir no chão!

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXVI

 XXXVI – Até eu lhe dava uma dentada!

Como é óbvio, no dia do concerto todos fomos!
Eu servi de escolta à Lita, o Abel foi com a Tisha, o Chico foi sozinho, o que todos estranha-mos, o Rui lá estava com a sua câmara de filmar.
A sala estava a abarrotar! Tinha sido genial a ideia do João de espalhar cartazes pela cidade a anunciar um concerto de uma banda surpresa, e mais genial ainda quando achou que era melhor ter o recinto a abarrotar baixando o preço dos bilhetes! O resultado foi uma sala de uma colectividade completamente à pinha!
Quando o Chico chegou reparou no Abel, que já não via há uns tempos, e não tirou mais os olhos dele, o que, de certa forma, começou a incomodar a Tisha!
-Olha lá, aquele tipo não tira os olhos de nós!
-Não te preocupes. É o meu ex namorado!
-Ex-namorado? Sim senhor, muito bem! Olha que ele é todo bom!
-Querida, ele é irresistível!
-Até eu lhe dava uma dentada!
-Pois, o problema foi esse… Demasiada gente com vontade de levar uma dentada dele… e ele morde!
Ainda faltava algum tempo para o espectáculo começar quando o Abel se desculpou com a Tisha e arrancou para a casa de banho. O Chico, seguiu-o de imediato. O Abel topou e, tentando dissuadi-lo, esgueirou-se para a zona dos camarins, que conhecia bem, uma vez que já tinha representado algumas peças com um grupo de teatro amador naquela sala. O Chico não se deixou dissuadir. Finalmente, o Abel entrou na casa de banho das mulheres da zona dos camarins, que estava, como ele esperava, vazia! Esperava que o Chico não o seguisse! Mas o Chico não se ia deixar dissuadir e foi atrás dele.
Ao fim de bastante tempo eis que estavam os dois frente a frente!
-Só tu, para me seguires para o WC das meninas…
-Só tu para quereres fugir de mim entrando para o WC das meninas!
O Abel encolheu os ombros!
-Estás bem? – Perguntou o Chico.
-O teu interesse vem tarde, não achas?
O Chico baixou os olhos!
-Desculpa! Não te queria magoar!
-Se ao menos me tivesses dito…
-Pá, aconteceu! Não quer dizer que eu não quisesse que acontecesse mais cedo ou mais tarde… E ia dizer-te! Claro que te adoro…
-Adoras?
-Sim! Sabes que sim! Antes de sermos namorados sempre fomos amigos e sabes que te adoro… Mas também gosto de mulheres e muito…
-Pois… Se me tivesses dito, Chico, se tivesses falado…
-Pá, sou-te franco, não era para acontecer nada a não ser um jantar! Mas ela bebeu e quando ela bebia tornava-se algo de explosivo…
-Mas acabou!
-Sim, e para te ser franco nunca mais ouvi nada dela! E acabou porque se ela era explosiva quando bebia, quando não bebia era muito… Insossa!
-Mesmo?
-Mesmo! De qualquer maneira, independentemente de tudo, queria pedir-te desculpa… E dizer-te que não te esqueci…
O Abel, carente como estava, derreteu ao ouvir isto!
-A sério?
-Mesmo! Como é que me podia esquecer das nossas noites…
-Eu também não me esqueci…
O Chico aproximou-se do Abel devagar, como um predador que se aproxima da presa o que fez o Abel tremer por dentro e sentir um frio na barriga.
-Tenho saudades tuas. Saudades de te sentir…
-Chico, não faças isto… Eu…
E de repente alguém mexeu na porta e o Chico, reagindo, agarrou no Abel e empurrou-o para dentro de uma das divisórias fechadas, fechando a porta atrás de si!
Os dois, fechados num espaço exíguo… O inevitável aconteceu! Os olhos disseram tudo e dai para um beijo e do beijo para mais beijos, cada vez mais quentes, e dos beijos para a roupa que se começa a desapertar e a vontade a juntar-se à fome…
…e cá fora a Margaux e a Sofia, invariavelmente de trombas uma com a outra, davam uns retoques na maquilhagem antes de subirem para o palco quando ouvem baixinho uma voz masculina…
-Ai, pára, não faças isso que sabes que não resisto!
Olharam uma para a outra, completamente estupefactas!
-Porque é que és tão irresistível?
O outra voz masculina!
-Não faças barulho que ainda dão por nós!
Já tinham dado e, ao ouvir a segunda voz masculina o grau de estupefacção aumentou ainda mais!
-Ai! Pára! – disto como uma suplica – Pára! – de forma mais resoluta – Pára. Eu não posso… Eu não posso fazer isto ao Freddy!
Aí é que as duas ficaram mesmo de queixo caído! Freddy? Seria o Freddy? O mesmo Freddy?
-Mas tu andas com o Freddy? – Perguntou a outra voz incrédula!
-Não, sabes que não…
-Sim porque ele não é gay... Nem sequer é bi…
-Pois, eu sei, mas eu adoro-o! E ainda não perdi a esperança! Não posso fazer isto contigo a pensar nele!
-Pá mas o Freddy é tão… bem tão ele mesmo!
-Yá, mas é isso que adoro nele! Além disso, ainda tenho alguma esperança que a proposta da Tisha o convença… E ela não se cala com ele desde que…
-Sim, eu sei o que aconteceu!
-Sabes?
-Sim, sei…
-Mas como?
-Não interessa! O que interessa é que fiquei a saber…
-Então também sabes que a Tisha está louca para voltar a estar com ele. Diz que ele lhe deu o melhor orgasmo de sempre!
As duas, de ouvidos colados à porta não queriam acreditar! Seria mesmo o Freddy, aquele com quem a Sofia quase jantou uma vez e acerca de quem a Cris lhe falava todos os dias, a dizer que lhe devia ligar, aquele com quem a Margaux passava tanto tempo a jogar e a ver filmes de super-heróis… O Freddy que não fazia mal a uma mosca… Ou seja eu… tinha dado o melhor orgasmo de sempre a uma das maiores estrelas porno do mundo?
-Não acredito! – Respondeu o Chico. E a bem da verdade elas também não!
-Acredites ou não, ela acredita! E se ela o diz… Mas, pronto, esquece, não vamos fazer nada. Não sou capaz…
-Entendo! – e começaram a compor-se o que foi a deixa para elas saírem de fininho. Quando eles saíram, já arranjado, para voltar à plateia já não havia rasto delas!
Entretanto, assim que chegaram ao camarim a Sofia foi direita ao telemóvel para ver se ainda tinha o meu contacto! Caramba, não se deixavam passar oportunidades destas…
…e assim que a Margaux viu isto soube imediatamente como podia chatear a Sofia e, quiçá, a própria Cris!

***

Não estava à espera! Não estava mesmo!
O João subiu para cima do palco e perguntou:
-Estão prontos?
-Sim! – foi a resposta em uníssono do público.
-Não vos ouço!
-Sim! – Desta vez a resposta mais alta!
-Gritem bem alto!
-SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!
Vamos rockar coma as “Cris e as felinas”!
O palco encheu-se de fumo que adquiriu as tonalidades das luzes, viam-se apenas as som-bras, silhuetas recortadas no nevoeiro e, de repente, um assalto sónico, energético e o fumo começa a dissipar-se revelando três gatas em cima do palco a dar tudo por tudo!
A multidão presente delirou! Foi uma hora de puro rock’n’roll, sem desculpas, foi electri-zante!
Durante o concerto o Chico, que estava sozinho, acabou por se juntar a mim e à Lita, e foi bom, porque a Lita continuava a agir de uma forma estranha comigo…
…francamente, continuava a não fazer ideia do que lhe teria feito e que levava a haver este desconforto entre nós, com grande pena minha! Se ela soubesse o quanto eu a adora-va…
Mas o facto do Chico se juntar a nós fez com que ela ficasse um pouco mais alegre.
Depois do concerto foram os dois beber um copo e eu fiquei a falar com o resto do pessoal. Como as artistas estavam demoradas, acabei por ir para casa e daria os parabéns à Cris mais tarde…

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXV

XXXV – Que tal Sexy Kitens?

A Margaux começou a ser uma visita frequente! Mesmo muito frequente!
A Cris avisava-me:
-Tu mantem-te longe da Margaux!
-Mas porquê? Porque ela anda atrás de ti?
-Porque ela é louca! Completamente louca!
-Olha que não parece nada! Sempre foi muito simpática…
-Freddy, ouve o que eu te digo! Essa gaja vai-te trazer problemas!
-A mim?
-Vai por mim! Eu sei que andas desesperado, mas eu ainda não me esqueci do que te pro-meti…
-Isso já não…
-Pá, para mim uma promessa é uma promessa!
-Mas..
-Mas nada!
Mas a Margaux era sempre muito doce, gostava de jogar, como eu, gostava de Manga e outros tipos de banda desenhada e até era divertido passar tempo com ela…
Entretanto a Lita andava muito estranha para comigo! E cada vez que a Margaux aparecia, o que era quase todos os dias, ao fim da tarde, quando eu chegava do trabalho, ficava contra-riada! E quando estávamos finalmente sozinhos parecia que ficava algo estranho entre nós, como se ela me quisesse dizer algo, mas não tivesse coragem!
Por uma vez na minha vida a minha intuição estava certa! Mal eu sabia que ela tinha uma vontade enorme de me pedir um Tornado Centrifugador, mas as palavras da Cris impediam-na!
Entretanto o mês passou a correr.
Na véspera do concerto ainda não havia nome para a banda, mas havia algo de muito especial. Estavam em pleno ensaio quando bateram à porta do estúdio. Não pararam, mas o João foi abrir a porta, deixando entrar o Rui.
Quando acabaram a música o João chamou-as!
-Meninas, temos visitas!
-Olha! – disse a Cris admirada – Que é que estás aqui a fazer?
-Quem é? - perguntou a Margaux à Sofia num sussurro.
A Sofia limitou-se a encolher os ombros!
-Meninas, este é o Rui! É o meu chefe!
Cumprimentaram-se todos e a Cris foi directa ao assunto!
-Então, o que é que te trás por cá?
-Pá, eu sei que estou sempre a embirrar contigo e a espicaçar-te, mas… Acho-te uma miúda fixe!
A Cris ficou a olhar para ele, admirada!
-E é por isso… - continuou ele – …que resolvi trazer-te isto! – e entregou uma caixa à Cris!
A Cris abriu a caixa e, para surpresa de todos, menos do Rui, obviamente, saem lá de dentro três fatos de gata sexy altamente estilizados!
-Fiz estes fatos para vocês, se os quiserem usar! Toda a gente gosta quando tu usas fatos de super-heroina, mas achei que não se aplicava! Mas estes…
Todas acharam que era uma ideia que valia a pena experimentar no ensaio, pelo menos e, depois dos rapazes irem fumar um cigarro à rua, estavam prontas!
-Ficaram mesmo como os desenhei! – comentou o Rui logo que os viu!
-Sim senhor,… - disse o João – Muito sexy!
-O Rui é gay? - Perguntou a Sofia ao ouvido da Cris.
-É um gay lésbico!
-O que é isso?
-É uma espécie de gay que só gosta de gajas…
-Mas isso não faz sentido nenhum…
-Pois…
Tocaram mais uma ou duas coisas com os fatos e sentiram-se bem. Decidiram usá-los e o Rui foi-se embora logo a seguir.
Entretanto, da vez a seguir que pararam, foi o João que as chamou!
-Falta-nos uma coisa muito importante!
-O quê?
-Um nome!
Olharam umas para as outras!
-Bem, estamos vestidas de gatas… - sugeriu a Sofia - …que tal Sexy Kitens?
-Pá isso lá é nome de banda! Parece um daqueles anúncios classificados do correio da manhã… - respondeu de imediato a Cris!
-Bem,… - avançou o João - …vocês não pensaram nisso, mas eu sim… E tenho uma suges-tão!
-Atão sugere lá! – disse a Cris despachada!
-Ok! Cá vai: Cris e as felinas!
-Ficaram as três a olhar umas para as outras!
-Bem,… - disse a Margaux - …a banda é da Crris…
-E o nome soa mesmo bem! É sexy sem parecer vulgar… - o Que achas Cris? – perguntou a Sofia.
A cris olhou para as outras e disse:
-Pois que seja! E vamos arrasar!

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXIII

XXXIII – Devo ser mesmo uma boa queca!

O João apareceu ao fim da tarde na BD’R’Us, apanhou a Cris e seguiram!
-Tenho uma surpresa para ti! – Declarou ele.
-Ai, sim? E então o que é?
-Se eu dissesse já não seria uma surpresa certo!
-Certo, mas agora que já disseste, fico aqui com a cabeça às voltas! Vá lá, o que é?
-Não digo. Já vais ver!
-Mas eu quero saber!
-E vais saber quando chegar à altura!
-Não me vais contar mesmo é? – Perguntou ela já a ficar irritada!
-Não!
Ela parou a olhar para ele com um olhar frio, calculista, adocicou completamente a sua expressão, chegou-se a ele no carro, encostou a sua cabeça no ombro dele…
-E deixas-me ficar assim, triste, nesta ignorância…
-Deixo – respondeu ele sem grandes problemas de consciência!
-Bah! És horrível! Já não gosto de ti! – e amuou, o que provocou uma gargalhada enorme no João!
-Não fiques triste que já estamos a chegar, portanto já vais saber!
Ela já nem lhe respondeu! Estava amuada e pronto!
Ele estacionou o carro em frente a um pequeno armazém numa zona mais industrial e anunciou:
-Chegámos!
-Mas chegámos onde?
-Ao sítio onde está a tua surpresa!
-Ah! – Respondeu ela, desdenhando, porque depois do amuo não queria dar o braço a torcer. Mas lá saíram do carro e, ao chegarem à porta metálica do armazém ela perguntou finalmente:
-Mas o que é que estamos aqui a fazer?
Ele não respondeu. Abriu a porta com um sorriso e fez-lhe sinal para entrar à frente dele!
Ela entrou e deu consigo dentro de um pequeno estúdio de ensaio acusticamente isolado, com umas colunas de som, amplificador de guitarra, baixo, uma bateria e tripés de microfo-nes!
-Mas o que é isto? – Perguntou surpresa!
-Bem isto é o teu estúdio de ensaio!
-Uau! Mas como…?
-Eu disse-te que conhecia algum pessoal… Disse-lhes o que precisava e eles responderam logo. Entretanto tinha este armazém fechado à anos e assim sempre tem uso!
Ela olhou para ele com o rosto inundado de felicidade!
-Obrigada! Foi uma surpresa excelente!
-Mas esta não é a tua surpresa!
-Não?
-Não! A tua surpresa é que a tua banda tem um concerto daqui a um mês!
Ela ficou pálida!
-Qual banda?
-Aquela que vais escolher hoje!
E como se isto fosse uma deixa, embora não fosse, suou uma campainha ao mesmo tempo que uma luz vermelha acendeu intermitente.
-Mandei pôr esta luz para o caso de estarem a ensaiar e não ouvirem a campainha. – disse o João ao mesmo tempo que foi abrir a porta.
E entrou a Sofia, com um estojo enorme de um baixo.
-Bem, este é o estúdio de ensaio? Altamente! Até dá é para fazer concertos aqui!
A Cris estava com cara de poucos amigos!
-Olá Cris!
-Olá. – Respondeu ela secamente – Já ligastes ao Freddy?
-A quem?
A Cris nem respondeu. Limitou-se a rolar os olhos e a encolher os ombros.
-Deixa-me dizer-te… - continuou a Sofia - …que é tão bom ir tocar contigo…
-Tu não vais tocar comigo. Vais fazer uma audição.
-Mas tu vais-me escolher, não vais?
-Não sei!
A Sofia fez um beicinho!
-A sério? Eras capaz de me recusar?
-Claro que sim! Se queres um lugar aqui vais ter de lutar por ele.
Ela assentiu.
-Bem, então liga lá isso e toca qualquer coisa.
Ela abriu o estojo e retirou uma guitarra-baixo completamente estilizada, com um formato mais agressivo que o normal e cor-de-rosa!
-Mas o que é isso? – Perguntou a Cris!
-Bem, é que eu era toda metaleira, mas adorava cor-de-rosa! Afinal, era uma menina…
A Cris suspirou!
-Ok, então mostra lá o que sabes!
Ela ligou o baixo e mostrou. E, aparentemente, sabia umas coisas.
-Ela toca bem, não achas? – Perguntou o João!
-Yá! Mas há melhor! Vamos ver…
-Mas sabes que era mesmo fixe fazerem uma espécie de girls band!
-Ora…
-A sério!
-Nã…
-Em termos de marketing era muito mais fácil!
-Pois, pois… O que tu queres sei eu…
O João limitou-se a sorrir!
-Tá bom! – Gritou a Cris para a Sofia, que parou de imediato!
-E então? Tenho o lugar?
-Logo se vê… Ainda há mais audições para fazer. Podes ir andando.
-E quando é que eu sei?
-Amanhã digo-te qualquer coisa. – disse o João – afinal o primeiro ensaio vai ser amanhã! Portanto digo-te mesmo qualquer coisa.
-Amanhã? Tão de repente?
-Bem, uma vez que a banda tem um concerto marcado para daqui a um mês…
A Sofia ficou surpreendida. Mas assentiu.
-Bem, vou indo então…
-Vai vai! E aproveita e telefona ao Freddy…
-Quem? Ah! Sim… Mas entretanto, vou morrer de saudades tuas!
-Olha, se morreres avisa para não ter de te considerar para a vaga…
Os olhos da Sofia ficaram tristes e ela partiu!
-Foste um bocado dura com ela, não achas?
-Pá, não, não acho!
-Não me digas, era uma antiga namorada…
-Não pá, nada disso! Enrolamo-nos uma vez, mas isso não quer dizer nada!
-Bem, pelos vistos para ela quis…
-É. Devo ser mesmo uma boa queca!
-E és, não tenhas dúvidas!
Ela corou ligeiramente mas ficou séria. Ia para responder quando se ouviu a campainha novamente.
-E agora quem é?
O João foi abrir a porta e…
-Crris!
A Cris limitou-se a rolar os olhos e a pensar “Ó fo…”

***

-Bem disse o João! Vais ter de tomar uma decisão!
-Pois, mas não sei!
-Então?
-Pá, as pessoas que estiveram melhor são as que eu não quero na banda!
-Mas tens de pensar que a banda vai além das tuas relações pessoais. O que interessa é que vocês toquem! E que toquem bem!
-Pois, mas…
-Mas o quê?
-Dava confusão!
-Achas? E achas que não te consegues impor? Como líder?
A Cris respirou fundo!
-Bem, seja! Mas depois não digas que não te avisei…

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXII

XXXII – Ah, isso é só sexo!

A porta abre-se, a Cris entra em casa com o João, a Margaux levanta-se – CRRRIIS! – grita ao vê-la, a Cris vê-a, para, empalidece, vira-se como quem se quer ir embora, mas já não vai a tempo, a Margaux corre para ela, amanda-se a ela, abraça-a enquanto ela se tenta libertar em pânico!
-Ai Crris, que bom voltarr a verr-te! Estava com tantas saudades de ti…
-Parece que isso é um sentimento recorrente nas tuas amigas! – disse o João, surpreendi-do!
-Porrque é que desapareceste? – perguntou ela com um ar de deleite, um ar de quer tinha reencontrado a sua felicidade, e entretanto olhou para o lado, o seu ar tornou-se sério, acusatório e perguntou de imediato – Crris, quem é este? Hã?
-Larga-me, páh! – disse a Cris, finalmente conseguindo libertar-se – Este é o meu namora-do, o João! – e o ar da Margaux transformou-se de fofinho e querido para a expressão e um animal furioso e selvagem – E eu não desapareci! E acabei tudo contigo e vim-me embora!
A expressão da Margaux mudou abruptamente, para uma tristeza enorme, como se lhe estivessem a dilacerar a alma, a partir o coração em pedaços milimétricos, as lágrimas aflora-ram e ficou em silêncio!
-Não te importas de explicar isto? – perguntou o João finalmente.
-Esta é a Margaux!
-E sou a namorada dela! – acrescentou a Margaux à pressa!
-Não não és!
E eu, ainda sentado no sofá, gozava o prato! A cris continuou:
-A Margaux era a minha antiga baterista!
-Tocas bateria? – perguntou o João subitamente interessado! A Margaux assentiu!
-E entretanto tivemos assim uma… “coisa”, mas acabou e eu decidi acabar com a banda e fim de história!
-Nós não acabamos – disse a Margaux!
-Lembras-te daquele dia em que eu te disse “Está tudo acabado”?
-Não te te levei a serrio!
-Como não?
-Orra! Eu conheço-te! Estás sempre na brrincadeirra!
-Pá, eu vim-me embora, basei, desapareci…
-Eu sabia que tu só querrias testarr-me, testar o meu amorr porr ti!
Eu ria! A cris olhou para mim com um olhar furioso, com um fogo nos olhos que eu nunca lhe tinha visto! Parei de rir! É melhor não tentar o destino! Fingi voltar de novo a minha aten-ção para o filme!
-Então deixa cá ver se eu percebo: Esta é a tua ex-baterista lésbica com quem tu namoravas e a quem deixaste quando acabaste com a banda!
-Eu não sou lésbica! – disse de imediato a Margaux!
-Não? – perguntou o João admirado!
-Não! – respondeu a Cris – Só não vai para a cama com gajos!
-Mas isso não é a mesma coisa?
-Não é bem! – e depois voltou-se para a Margaux – Bem, já me encontraste, já te disse mais uma vez que não quero nada contigo. Acabaste de me estragar a noite, por isso eu vou-vos deixar, vou-me deitar que já é tarde, volta lá para onde viste e não me chateies mais!
A Margaux desatou num pranto., coisa a que a Cris não ligou nenhuma, entrando para dentro do seu quarto e batendo com a porta!
-Eu ainda tinha tanta esperrança de a rreconquistarr! Pensei que quando ela me visse que poderíamos voltarr…
Eu e o João ficamos em silêncio e, uma vez que não tínhamos nada a fazer, ele veio para o sofá, sentou-se ao meu lado e perguntou-me:
-O que é que estás aver?
-Transformers!
-Posso ver contigo?
-Claro, tás à vontade!
A Margaux, ao fim do uns minutos, vendo que nós não estávamos a ligar muito ao seu pranto, a bem dizer, bastante teatralmente desesperado, lá se acalmou e veio sentar-se junto de nós e ficamos um bom bocado em silêncio! Finalmente foi o João que quebrou o silêncio ao perguntar-lhe directamente:
-Então baterista, hã?
-Oui!
-Sabias que a Cris vai montar uma banda nova?
-Vai? Adorrava tocar outrra vez com a Crris… Mas não sei se ela gostaria de tocar comigo outrra vez…
-Bem, vão haver audições para a semana! Podes sempre aparecer!
-Mas clarro que vou aparecer!
E voltamos ao silêncio até que eu, curioso, acabei por perguntar:
-Desculpa, mas há uma coisa que me baralha: tu só vais para a cama com gajas e não és lésbica?
-Não! Eu adoro rapazes! Mas não consigo irr para a cama com eles!
-Então?
-Quando eles tirram a rroupa fico nauseada e chego mesmo a desmaiarr. Nem à Prraia consigo irr…
Eu e o João olhamos um para o outro e era óbvio o que ambos pensamos! “Granda panca”!
-Então mas… e esta paixão toda pela Cris… - insisti eu.
-Ah, isso é só sexo! A Crris têm uma língua divinal…
-Pois tem! – confirmou o João – Tem mesmo!

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXXI

XXXI – Sei tocar ferrinhos…

...e estava eu a apreciar o meu domingo sozinho, no sofá, e ver DVD’s dos Tranformers quando batem à porta!
Pronto! A minha tarde já era!
Agarrei numa t-shirt que vesti à pressa, enfiei-me para dentro de umas calças e fui à porta.
-Boa tarrde! É aqui que mora a Crris, não é?
Era uma rapariga, pequena, parecia uma miúda embora se percebesse que estava a maio dos vintes, de boneca, loira, de cabelos muito compridos e escorridos e um sotaque francês francamente sexy!
-Sim, mora aqui a Cris!
-E ela está?
-Não, neste momento não está!
-Ah! Que pena…
-Mas o que é que desejava?
-Bem, eu querria falar com ela… Sou a namorada…
-A namorada da Cris? – perguntei eu, estranhando bastante aquela conversa.
Desde há uma semana que a Cris saia regularmente com o João e, embora soubesse de muita coisa, porque a rapariga é uma desbocada, não tinha ouvido falar de uma namorada!
-Sim… Já não sabia dela há algum tempo! Desde que acabou com a banda…
Esta história era estranha! Muito estranha! Aliás, tão estranha que me pôs a pensar o quanto a Cris iria ficar feliz de ver a…:
-Desculpe, o seu nome é…?
-Margaux!
-E não quer entrar?
-Mas eu não querro incomodar…
-Mas não incomoda nada, - “lá se foi a minha tarde sossegado” – até me faz companhia. Estava aqui sozinho, só a ver uns filmes…
-Filmes? – perguntou ela com um sorriso entrando – Eu adoro cinema! O que estavas a verr?
“Pronto, já fostes!” pensei eu.
-Tranformers!
-Trransforrmerrs? – perguntou ela com um sorriso – J’adore Optimús Prime!
-Adoras?
-Oui!
-Então, senta-te! Se quiseres ponho o filme de principio…
-Não, eu já conheço. Podes porr de onde estás…
E carreguei no “play” e ali ficamos. Mais tarde fiz umas pipocas e tivemos direito a maratona de Transformers!

***

-Olha, já pensaste em meter-te numa banda outra vez?
A pergunta do João apanhou-a desprevenida! Engasgou-se e ficou com um camarão do arroz de marisco que estavam a comer entalado na garganta!
-Nem por isso… Mas porquê a pergunta?
-Bem tu és uma guitarrista e até acho que tocas bem. Mas uma guitarrista de rock precisa de uma banda!
-Yá! É uma coisa que não é fácil de encontrar! Ter um bom baterista… E eu não canto, a não ser coros, portanto é preciso uma vocalista também, e baixista… E depois dá sempre confusão…
-Pois, se calhar estás é um bocado farta da confusão, não é? Mas, não tens saudades? Do palco de estar a tocar as tuas músicas…
-Ya, por acaso até tenho!
-É que eu tou-te a perguntar isto porque conheço umas pessoas e acho que as convencia a ouvir-te…
-Conheces?
-Ya! São amigos meus que estão em editoras com algum peso…
-Pá, mas é preciso muita coisa! Um espaço para ensaiar…
-Mas se eu vos agenciasse… Podia avançar com essas verbas! Arranjo-vos um local para ensaiar e marcas audições para veres candidatos para a tua banda. Que é que dizes?
-Não sei…
-Cris? – disse uma outra voz feminina, familiar à Cris!
“Ó bolas, pá!”
-Tás bem? Não esperava ver-te…
-Olá, Sofia, tudo bem? Deixa-me apresentar-te o meu namorado, o João…
-Olá João! - disse ela polidamente sem quase olhar para ele como se estivesse com receio de desviar o olhar e que ela se esfumasse à sua frente – Tive saudades tuas! Muitas saudades! Mesmo muitas! Aliás estás aqui e eu tou a sentir mais saudades que nunca…
-Então e já voltaste a falar com  o Freddy?
-Quem?
-Quem? Então, o Freddy… - e volta-se para o João – Não achas que ela e o Freedy eram um casal à maneira?
O João ficou algum tempo sem responder a olhar para a sofia que estava sentada ao lado da Cris completamente mesmerizada! E depois dirigiu-se directamente a ela:
-Sofia,…
-Sim? – respondeu ela sem desviar o olhar!
-..tu tens uma voz tão musical… tu por acaso cantas?
A pergunta surpreendeu-a tanto que ela desviou o olhar para ele.
-Bem, no chuveiro, basicamente…
-E mesmo que cantasse bem,… - atalhou a Cris - …não sabe tocar nenhum instrumento e eu para fazer uma banda seria um power trio!
-Mas eu sei tocar…
-Vês, ela sabe tocar… - disse o João com um sorriso!
-Sei tocar ferrinhos…
-Ora, ferrinhos! Isso para nós não funciona!
-E baixo! Costumava tocar na escola. Ainda tenho o meu baixo, mas tou ferrugenta… Mas porquê isto tudo?
-Porque a Cris vai fazer audições para uma banda nova que vai montar! Não queres prestar provas?
-Cris, eu adorava estar na banda contigo! Mesmo! Podíamos fazer tanta coisa divertida… - disse já com um ar sonhador - …tomar duche juntas, depois dos ensaios ou dos concertos…
-Ele não te está a convidar para a banda. Está a falar-te numa audição! Há-de aparecer mais gente na audição!
-Ah! E quando é? A audição…
-Vai ser algures para a semana! Mas depois aviso-te do dia!
-Ok! – disse ela determinada – Então vou andando!
-Vais? – disse a Cris, surpreendida por aquela partida repentina.
-Sim! Tenho que praticar! Vou praticar!
-Vês, Cris? – perguntou o João – Isto é que é resolução!
-Yá, yá!
-Xau, Cris! Vemo-nos para a semana então! Vou ter muitas saudades tuas…
-Calculo! Olha, aproveita para ligar a Freddy!
-A quem?
-Ao Freddy! E é melhor não deixares passar muito tempo, que ele anda muito cobiçado!
-Anda? – perguntou o João, admirado!
-Ya! Ainda não te contei que ele conheceu a Tisha Montes?
-A actriz porno? – perguntou a Sofia, que não esperava de todo aquela informação!
-Conheces? – perguntou o João.
-De ouvir falar… - Justificou-se ela!
-Pois, essa mesmo!
-Quem diria… - comentou o João – O gajo parece que não parte um prato…
-Ao que se conste partiu o serviço de louça todo… E era porcelana fina!
-Tá bem… - lá disse a Sofia, mas claramente apenas para não contrariar a Cris – eu ligo-lhe um dia destes!
-Quanto mais cedo melhor!
-Então vou… - disse ela meio relutante!
-Sim, mas vai pela sombra!
E ela foi!
-Tens noção de que isto vai correr mal, não tens? – perguntou a Cris
-O quê?
A Cris encolheu os ombros e deixou seguir…

sexta-feira, 31 de julho de 2015

Como ser um garanhão (edição especial para Marrões) - XXX

XXX – Despertares!

A Cris acordou lentamente. Mas dor de cabeça da ressaca cai-lhe em cima, de repente, cmo uma parede! Abriu os olhos!
“Mas onde raio é que eu estou?”
Resolveu levantar-se uma vez que havia necessidades biológicas urgentes a tratar. Tinha um gajo ao lado dela na cama!
“Caneco!!!”
Virou-se para o outro lado e tinha outro gajo com ela na cama!
As necessidades passaram para segundo plano! A ressaca também!
“Mas,… mas,…!”
A memória foi avivando, devagar, não muito precisa, mas alguns pormenores a virem misturados à superfície, o bar, o brinde, a conversa, o ir para casa do João, o continuar a beber, falar acerca da Lita, das pernas da Lita, do rabo da Lita, das mamas da Lita, o ambiente a aquecer, os beijos, os apalpões, o seu desafio…
Abriu de repente muito os olhos!
“Não!”
Conseguiu erguer-se para cima dos cobertores e deslizar até sair da cama…
…as necessidades biológicas voltaram, a dor de cabeça também, o telemóvel estava à vista, agarrou-o e seguiu para a casa de banho, sentou-se na sanita e foi ver as fotos que tinha tirado…
…e uma a seguir à outra confirmavam aquilo que a sua memória tinha retido de forma fugaz! Tinha sido um ménage! Com os dois! Tinha-os convencido e tudo, de toda a gente tinha estado em tudo de toda a gente!
“Ai!” pensou ela comovida “A melhor noite da minha vida!”
Saiu da casa de banho com um sorriso luminoso nos lábios e descobre de imediato que o João também se levantara.
-Bom dia! – disse baixinho para não acordar o Eleutério que ainda dormia, e para não perturbar demasiado a sua dor de cabeça!
-Bom dia! – respondeu o João com um sorriso!
-Tens uma aspirina?
-Ya, também preciso de uma!
Enquanto ele foi buscar a aspirina ela vestiu-se rapidamente. Quando ele voltou com um copo de água e um comprimido ela já estava pronta para sair.
-Já vais? – perguntou ele com alguma tristeza no olhar.
-Já, já vou indo!
-Se quiseres esperar mais um bocado eu levo-te…
-Não é preciso, eu apanho um táxi!
Ele ficou tristonho.
-Ah! Ok…
-Não fiques assim! Liga-me mais logo, para jantarmos ou assim…
-Mesmo? – perguntou ele com um sorriso a voltar-lhe aos olhos.
-Mesmo! Definitivamente, mesmo!
Ele ficou a olhar para ela, durante uns segundos, o olhar pareceu esmorecer um bocadinho quando ele perguntou:
-E levo-o? – apontando para a cama onde o Eleutério dormia.
-Não! É um jantar a dois. A não ser que prefiras…
Ele sorriu.
-Não. Fico muito mais feliz com um jantar a dois.
Ela chegou-se ao pé dele, deu-lhe um xoxo nas beiças e arrancou.
O sol ainda não tinha nascido!

***

Acordei!
Não sei se dormi com um sorriso nos lábios, mas a verdade é que nunca me tinha sentido tão bem!
Levantei-me, cuidei de mim, fui para a cozinha onde estava a Lita com uma camisa de noite estupidamente sensual!
-Bom dia!
-Boom diia! - respondeu ela com um enorme sorriso, daqueles capazes de derreter um glaciar.
-A Cris?
-Aiinda deve estar deitada! Deei poor ela a eentrar à poouco…
E ela chega-se ao pé de mim, com um prato, serve-me e ao baixar-se quase enfiou as mamas na minha cara…
Olhei para o prato!
O prato consistia numa torre de panquecas ornamentadas com frutas frescas e frutos secos, com um top de chantilly e uma cereja por cima!
-Mas porque é que tenho o prato assim tão, cheio e ornamentado?
Enquanto comia relembrava a noite anterior!
“Bem, esse tornado centrifugador matou-me!” – Entretanto acabei de comer -  “Acho que nem consigo andar! Agora sou eu que me sinto mal da tua primeira vez ter sido tão curta…”
-Queres repetir?
-Não, tudo bem, acho que também não te ia fazer passar por isso agora. – respondi eu, ainda imerso nos meus pensamentos, e só despertei deles quando a Lita insistiu:
-Vêe lá. Paara mim é um gosto fazer-te maais panquecas, se quiiseres…
Fiquei um pouco envergonhado, mas acho que ela nem se apercebeu que a minha primeira resposta não era bem a ela…
-Não, tudo bem, estou cheio! Estava maravilhoso, Lita! Obrigado!
-De nada. Bem aassim sendo vou toomar o meeu duche… Soziinha… Nua…
-Mas,… Mas não é assim que costumas tomar os teus duches?

***

O sol quente batia-lhe na pele! O despertar, foi lento, os olhos não queriam abrir, a dor de cabeça da ressaca era enorme…
Ao fundo o barulho das ondas do mar suavizava a dor. O cheiro a maresia…
Abriu os olhos devagar, foi-se habitanto à luz. Estranhou a cama. Esticou o braço, sentiu areia!
“Mas onde é que eu estou?” pensava a Sara de si para si.
Forçou-se a levantar-se abriu os olhos e estava de frente para o mar, numa praia paradisiaca cheia de palmeira e coqueiros onde a linha de praia acabava!
“Mas que raio…?”
O pânico instalou-se!
-Bueños dias, cariño!
-Carmen! Mas o que é que se passa? Onde é que estamos?
-Nas Bahamas.
-Nas Bahamas? Mas,… mas… Como é que…
- Ayer bebió un poco , tuve que verme sin embargo, usted insistió en venir y estamos aqui!
-Então e o meu emprego? E…
-Bem, ontem não pareces ter pensado nisso!
Entretanto um tipo bem parecido, todo estiloso, de cabelo comprido chega-se ao pé de Carmen.
-Carmen, darling, who is this precious gem? – perguntou apontando para mim!
-Just a friend that came along from my last shot!
-My God! Is she a model?
-No i don’t think so…
-But she is lovelly!
A Sara ficou parada a olhar para os dois.
-Carmen,… - perguntou timidamente - …quem é este tipo?
-És el muy famoso fotografo de moda, John Forsythe. Vine a trabajar com él…
-Do you speak english, my dear? – perguntou ele directamente à Sara!
-Yes, a little bit…
-Where are you from?
-Portugal!
-Portugal? Where is that?
-It´s a small country, next to Spain!
-Oh! Lovelly! You are simply precious!
-Carmen, o que se passa?
- No seas rudo! Él le gusta!
-Look at this beutifull red hair. Is it natural?
-Yes…
-And all those freckles… Honney, how would you like to be a fashion star?