quinta-feira, 12 de maio de 2016

Os Méricos

Os Méricos eram um povo estranho.

Aliás, não eram bem um povo…
Haviam uma enorme extensão de terras, para lá do mar de Atlen, que eram territórios inexplorados. Como havia povos que tinham algumas pessoas muito chatas, começaram a enfia-las dentro de navios e a mandá-las para lá. Lá chegados reclamaram todo aquele vasto território como sendo seu, o que teria alguma lógica se não houvesse lá ninguém…
…mas o facto é que havia lá gente! Não era muita, é certo, mas já lá estavam e não acharam grande piada à ideia!

A princípio as coisas até correram razoavelmente bem! Mas depois, com os indesejáveis de quase todas as outras nações a serem lá despejados, a coisa começou a não correr tão bem!

Entretanto, resolveram chamar de Mérica aquele vasto território. E após uma longa guerra contra os que já lá estavam, acabaram por enfiá-los em pequenos territórios e chamá-los também de Méricos.
Os Méricos aperceberam-se que ter um território tão grande poderia dar problemas. Assim, dividiram o território noutros mais pequenos, cada um com o seu governo, e estabeleceram um congresso e uma presidência única. Mas o presidente, ao contrário de um imperador, não tinha poderes ilimitados, tinha de fazer as suas ideias serem aprovadas pêlo congresso.

A coisa parecia funcionar.

No sul do país havia enormes plantações de cevada, enquanto o Norte se dedicava mais à plantação de tremoço e aos recipientes de sílica fundida, ou canecas, como eram chamadas em quase todo o lado. Uma vez que os terrenos eram de uma extensão a perder de vista e não havia lá assim tanta gente, sendo que os que já lá estavam não tinham qualquer vontade de fazer algo com os recém-chegados, punha-se o problema da mão-de-obra. Era, pois, urgente recrutar mão-de-obra barata, e foram aos reinos tribais do sul, do outro lado do mar, fazer o recrutamento.
Quando verificaram que os povos tribais do sul não se predispunham, levaram-nos à força e pagavam o trabalho com alojamento, comida e chicotadas! Não é difícil perceber que os povos tribais, que entretanto, como estavam na Mérica se tornaram, automaticamente, Méricos, não andassem muito felizes!

Estávamos nisto quando se deu a Nascença (a Renascença só aconteceria muito mais tarde, e a rádio só mesmo uns milénios depois…) impulsionada por Matatturru, o Iluminado.
O norte de Mérica aderiu de imediato aos ventos progressistas que vinham da Lupolândia e se espalhavam por toda a civilização, excepto nos reinos radicais, mas no sul as ideias não caíram bem. Afinal, prejudicavam as margens de lucro do lucrativo negócio da cevada!

Foi então que o presidente de Mérica à altura, Abraão, o Barbudo, decretou que ninguém era obrigado a trabalhar naquelas condições. A coisa não caiu bem aos proprietários do sul e estalou uma guerra civil.

Ainda assim, continuavam a ser despejados lá indesejados de todo o lado…

4 comentários:

  1. Estes Méridos soam a conhecidos. Ai soam, soam! :P

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    1. Soam?!?!?!?!?
      Mesmo?!?!?!?!?!?

      Estranho! Quem diria...

      :)

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  2. Arranjas cada história, xôr Gil!!!
    Serão os Méritos uma cópia frustrada dos médicos?
    Pronto, ok, saíu asneira. Estou, no entanto, desculpado pelo que me disseste no post anterior.
    'Alembras-te'? :)

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    1. Alembro-me ferpeitamente!

      Não! São só mesmo um povo...
      ...interessante! Mas de uma maneira esdrúxula...

      Cenas...

      :)

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