Sou sincero numa coisa: Acho o José Rodrigues dos Santos uma
espécie de Dan Brown Português. Os livros do Dan Brown são daqueles que é
impossível pousar depois de pegar, todos têm a mesma linha de história,
misturada com montes de factos mais ou menos verificáveis, embrulhada num
enredo policial, e pimbas! Tá um romance feito.
No entanto, quase invariavelmente, chego ao fim dos romances
de Dan Brown e de José Rodrigues dos Santos com a sensação de que estive a ver
um filme pipoca num sábado à tarde e a coisa fica por aí…
Ora, tendo já lido os livros todos do Dan Brown, a maioria
deles antes de serem editados cá no burgo e tendo constatado que o melhor de
todos foi o primeiro, talvez porque é o único original, e tendo já lido alguns
do JRS, a minha vontade de ler “A mão do Diabo” não era grande. Mas depois de
alguma insistência por parte do “Especiaria” com quem eu troco regularmente sugestões
de leitura, acabei por ler.
A história do livro é má. Muito má. Chega a fazer impressão
o quanto a história é má e previsível.
O livro devia ser de leitura obrigatória para todos os povos
Europeus, com especial incidência para os da zona Euro.
O livro é, nem mais nem menos, que a apresentação de factos
que nos levaram ao buraco onde estamos. É um apontar das culpas aos
desregulados sistemas especulativos americanos, mostrando o porquê de estarem
desregulados e mencionando pelo nome os intervenientes nessa desregulamentação
que, aquando do estouro da bolha imobiliária nos estados unidos, ao invés de
serem culpabilizados, passaram para cargos de maior responsabilidade, ao
contágio da economia europeia por essa mesma bolha imobiliária, aos problemas
que o euro tem enquanto moeda e como esses problemas transferem dinheiro das
economias periféricas para o centro, do uso que foi dado aos fundos estruturais
e de como esse uso apenas fez o país afundar-se numa espiral de dividas, de
como a corrupção interna e externa ameaça as democracias e a própria coesão
europeia, alerta para o risco de implosão do Euro e é, em ultima instância, um
monumental chapadão na cara dos políticos, quer os pertencentes aos diversos
governos, quer aos da oposição, pondo a nu a corrupção de alguns negócios e os
motivos por trás dos mesmos, a maneira criminosa como estes são feitos para
obtenção de financiamentos pessoais e políticos e da maneira como os políticos passam
propositadamente legislação que, na prática, os isenta de responsabilidades.
Se apenas metade das questões que o livro, que diga-se, no
fundo é apenas uma teses disfarçada de história de ficção para ferir menos
susceptibilidades, fosse adereçada, poderíamos estar de repente num pais melhor…
…talvez não em melhores condições do que está, mas melhor,
sem dúvida.
Se querem um excelente abre olhos acerca da politica, se
querem um verdadeiro motivo para levantarem o dedo contra a contra os políticos,
leiam este livro.
Se querem saber o que por aí vem se nada for feito a nível central
na europa, leiam este livro.
Resumindo e concluindo: A história do livro é só para encher
chouriços. O livro é um 5/5
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