segunda-feira, 18 de abril de 2016

Parábola do Grande Olho na Muralha

Se hoje em dia há algum conhecimento quer de Uruk, o pequeno, assim chamado pela sua extrema humildade perante os outros e o mundo, e não por causa de ter dois metros e cinco e ter a constituição de um touro, foi por causa da descoberta dos manuscritos do mar morto, que faziam referencias claras a figuras importantes do Nmismo, bem como a figuras de civilizações muito mais recentes, como a Suméria ou a Egípcia.

Um dos textos conta uma história, considerada mais uma alegoria ou uma parábola do que uma realidade concreta, que se passa quando, após os Nmistas Absolutistas, com a ajuda dos Nmistas radicais, terem conseguido tornar proscrita a corrente Cientologista, Uruk se viu forçado a viajar incógnito junto com o seu ajudante, Matatturru, filho do grande rei Matturru.

Depois de muitos, muitos, muitos, muitos, muitos, mas mesmo muitos dias de viagem, em que atravessaram vales e montanhas, planícies, desertos, planaltos, glaciares e até um ou outro mar nunca de antes navegado, chegaram a uma zona em redor de uma cidade que parecia muito, muito antiga. Toda a zona era de uma devastação constrangedora, os campos abandonados, os animais magros e com fome, as ervas daninhas cresciam como ervas daninhas, no ar o pó dos campos ressequidos elevava-se como uma cortina que tornava o ar espesso.
A cidade, que quase parecia em ruínas, estava estranhamente quieta.
Uruk, o pequeno, entrou na cidade junto com o seu aprendiz. À excepção de um guarda nos portões que não parecia muito bem-disposto e que nem lhes ligou importância, estava completamente deserta.
As tavernas estavam abertas, mas não havia ninguém. No ferreiro um aprendiz com cara desconsolada mantinha o fogo vivo, mas não se via o ferreiro em lado nenhuma malhar o ferro. O mercado estava vazio. Parecia uma cidade fantasma.
Mas eis que ouvem um rumor de uma multidão, e dirigiram-se nessa direcção.
Lá chegados encontraram um cenário como nunca tinham visto.
Havia uma enorme arena circular que tinha no seu centro muralhas altas, muito altas, que tornavam impossível ver fosse o que fosse lá para dentro. Aparentemente toda a população da cidade se concentrava na arena em volta dos muros com uma atenção e fervor quase religiosos. No cimo das muralhas havia alguns homens que gritavam para a multidão que, ora recebia as notícias com enorme satisfação ou com um burburinho de desalento, mas ninguém arredava pé.
Intrigado, Uruk aproximou-se de um dos locais.
-Saudações irmão… - disse ele à pessoa mais próxima - …acabo de chegar de uma longa viagem em que atravessei montes e vales, planícies, desertos, glaciares e até mares nunca de antes navegados, procuro mesa e repouso…
-As tavernas e as hospedarias ficam lá atrás… - disse o outro apontando vagamente uma direcção e dando o assunto como encerrado logo ali, virando de imediato a sua atenção para um dos homens no alto da muralha que gritava tão alto como podia:
-Yoannus, o mestre das armas, acabou de se reconciliar com Sasha, a ruiva, e partilham agora o leito. Sahrah, a rival de Sasha, prometeu vingança!
-Ohhhhhhhhhh! - Disse a multidão, em uníssono.
-E bem feito para a Sahrah! – Gritou uma velhota de repente.
-Bem feito? - Gritou uma outra voz de mulher – A Sasha é que é uma autêntica prostituta. Mete-se debaixo de qualquer coisa que tenha olhos…
-Diz lá isso outra vez, se queres ver… - gritou a velha!
-A Sasha é uma prostituta babilónica sifilosa! – Respondeu a outra.
-Eu dou-te a prostituta babilónica sifilosa! – e com isto gerou-se ali uma confusão enorme entre a velhota e a outra, sendo que não só ninguém fez menção de separar as duas mulheres como se juntaram à volta delas até a fazer apostas enquanto ambas lutavam na lama da arena.*


Uruk estava estupefacto com aquilo a que assistia…



* Há quem diga que foi deste episódio que surgiram, eras mais tarde, as lutas de Wrestling feminino na lama




Sem comentários:

Enviar um comentário

O QUÊ?!?!? ESCREVE MAIS ALTO QUEU NÂO T'OUVI BEM!