segunda-feira, 29 de junho de 2015

Ontem ainda...

...pela primeira vez na minha vida ouvi Marco Paulo com extremo agrado, mais concretamente aquela "Sempere que breilha o sole naquela peraaaaaaaaaaaaaiiiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaa..."...

Foi preciso ir às festas do Seixal para isto me acontecer! Ouvi e deliciei-me com a música, embora a deteste!
Mas, nos carroceis, nos carrinhos de choque, em toda e qualquer diversão apenas se ouviam sons que não combinam em nada com a minha personalidade! A saber Kizomba!
Tal como acho que a RFM está no continente errado, também as festas populares parecem ser de outro continente!

Mas é bom! Assim já tenho uma excelente desculpa para apenas lá estar o tempo suficiente para a herdeira dar duas ou três voltas em carroceis e afins e depois, ala, que é Cardoso!

E para ouvir música espanhola cantada em Português e achar que é o ultimo copo de água no meio do Vale da Morte, imaginem a tortura que não é ter de levar com o resto...

Ontem ocorreu-me...

...que o quadro abstracto perfeito é uma tela branca pintada de branco!

Uma vez que aquilo que vemos nunca é a cor de um objecto mas precisamente a cor que é reflectida nele, e o branco é a reflexão de todas as cores, acho que é seguro dizer que uma tela branca pintada de branco encerra em si toda a criatividade, todas as imagens, desenhos, esboços que se possam fazer.

Basta para isso ocultar o que não queremos...

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Descoberta acidental!

Esta manhã lá tive de fazer algo que detesto...
...e nem falo em levantar-me, porque isso acontece todos os dias, mas sim de que, graças a mais uma greve de Metro e consultas hospitalares tive de levar o carro para Lisboa.
Entretanto, como parei não muito depois de entrar na auto-estrada, liguei o rádio...
...e não tinha a minha pen comigo, o que quer dizer que não só liguei o rádio, como liguei a rádio.
Descobri que a RFM está enganada em relação ao continente em que se encontra!
Tentei mais umas quantas estações em busca de, sei lá, música, mas descobri que não há!
Por fim, a machadada final foi encontrar um estação que estava, aparentemente, a passar música, visto que cheguei no fim de um tema...
...só para ter a mais que irritante e ultra medíocre voz do Chris Martin a entrar-me pelos ouvidos acompanhado pelos seus Coldplay...
...tive um calafrio...
...a minha visão turvou-se...
...e antes que houvesse mais danos a alguns dos poucos neurónios que me restam, desliguei o rádio!

É muito melhor tentar contemplar o som do silêncio! Xiça!


quinta-feira, 25 de junho de 2015

Sentimento ou técnica?

Sempre houve uma discussão na música que eu considero completamente e absolutamente ridícula:

-Técnica Vs Sentimento

Para ilustrar esta discussão vou falar em dois nomes: Kurt Cobain e Eddie Van Halen

Para ser absolutamente franco escolhi estes dois porque não sou propriamente fã da musica de nenhum deles, embora me tenha dado ao trabalho de ir assistir a um concerto que não fazia falta nenhuma na minha vida simplesmente porque um deles vinha actuar na primeira parte. O concerto foi Bon Jovi em Alvalade e na primeira parte tocaram os Van Halen, na altura com Sammy Haggar na voz!

“Tão mas se nã gotas, pruké que fotes?!” – perguntais vós. E eu respondo.

Lembro-me quando era chavalito e aguardava ansiosamente de cassete na aparelhagem pronta para gravar as faixas que passavam no “Lança Chamas”, da rádio Comercial aos sábados à tarde e de a introdução do programa ser, precisamente, a faixa que revolucionou a guitarra: Eruption de Van Halen.

Esta faixa, sozinha, criou uma tal revolução que o Rock, o Metal e a música em geral nunca mais foram as mesmas. Foi graças a esta faixa que vimos uma evolução do tecnicismo na guitarra como nunca se tinha visto. Aliás, foi um terramoto de tal forma que o Michael Jackson convidou o Eddie para fazer um solo na faixa “Beat It”.
No entanto, nunca, mas nunca gostei de Van Halen enquanto banda. Nem sequer gosto do Eddie enquanto pessoa. Mas não deixa de, enquanto músico, ser absolutamente genial. Ou seja, eu não fui a Alvalade para ver Bon Jovi nem Van Halen. Fui a Alvalade ver o Eddie e aquilo que vi estourou-me os neurónios e deixou-me em estado de choque! Já vi muitos virtuosos, mas nunca vi um como ele!

Depois, no outro canto do ring temos o Kurt Cobain. Este fez pela música exactamente o contrário do que o outro fez, embora nenhum dos dois tenha a mínima culpa, diga-se.
Se graças ao Eddie Van Halen tivemos uma evolução técnica na guitarra e novas maneiras de tocar completamente distintas do que havia antes, com o Kurt tivemos uma geração de pessoal que achava que bastava saber fazer uns acordes de 5ª numa guitarra quase afinada e o mundo era seu! E isto levou a uma decadência na música da qual ainda estamos a ter ecos hoje em dia.

Os defensores do Kurt consideram-no a voz de uma geração, o que é justo, porque a verdade é que a geração anterior e a seguinte não lhe ligam pevas. Não que eu tenha alguma coisa contra os Nirvana, excepto não gostar, mas a verdade é que a melhor coisa que saiu dali foram os Foo Fighters. Falam do sentimento na música dele, e a verdade é que esse sentimento está lá. Mas também está naquilo que Eddie toca.

Há quem venha defender o “feeling” com tiradas do género “Pá, já olhaste bem para os monstros sagrados do passado? Eles não precisavam daquele virtuosismo todo…” e é verdade. Se pegássemos em alguns putos que vejo hoje em dia a tocar e os transladássemos temporalmente para a década de cinquenta ou sessenta teríamos, sem dúvida, cenas como a ilustrada por Marty Mcfly ao tocar o Johnny Be Goode no baile de finalistas da mãe, que deixou toda a gente semi-aparvalhada a olhar para ele! Imaginem o que seria, na década de 50 ter um B. B. King (vénia P.F) em palco e entrar um Steve Vai!
Para se pensar numa possível comparação, basta imaginar o que sentiu o Eric Clapton quando, num concerto dos Cream, Jimmy Hendrix subiu para cima do palco e calou “Deus”!

Não basta ter técnica, tocar perfeito, rápido, fazer apejos, “sweep Picking”, Tapping” e o diabo a quatro! Convém pôr sentimento em cada nota que se toca, senão esvazia-se a música daquilo que a torna bela: A humanidade!

Mas, não ter técnica e querer tocar é como querer ser romancista e não saber escrever…
…nada impede que tentes, mas que vai ser difícil vai…

Portanto, ambas as duas coisas em conjunto uma com a outra é o ideal e quando assim acontece temos instrumentistas como o Ritchie Kotzen e o Joe Bonamassa…

terça-feira, 23 de junho de 2015

Costumamos dizer que o parlamento e o governo estão completamente desligados dos Portugueses!

Numa democracia não devia ser assim, a política devia estar mais perto das legitimas aspirações dos cidadãos, da comunidade que é o país, tentando conjugar as necessidades particulares de cada região numa coesão nacional, mas não é isso que acontece e por isso acusa-mo-los de não estar perto de nós.
Mas, se pensarmos um pouco, se calhar essa não é a verdade.
Se calhar, e só se calhar, somos nós que estamos desligados deles.
Pensem por um bocadinho…
Se calhar o governo e o parlamento são assim uma espécie de filhos de uma nação que somos todos nós. São, portanto, nossos filhos. E não há lei nenhuma no Universo que diga que, apesar de todos os nossos esforços, de lhes darmos educação, de nos esforçarmos e querermos o melhor para eles, que eles não tenham um carácter próprio, um feitio próprio e que nos venham a desiludir…
…mesmo apesar do nossos maiores esforços, das nossas noites acordados, preocupados com eles!
No entanto, se os deixarmos a crescer ao Deus dará, se não lhes dermos atenção, haverá uma maior propensão para eles sentirem que tem de se desenrascar, como podem, sem um auxilio de nós, os pais. Acabam por arranjar algumas más companhias, e vão fazendo de tudo, visto que não queremos saber. E não são eles que estão desligados, somos nós!
E nós, enquanto pais dos governos e das assembleias constituintes deste país, podemos em consciência dizer que não temos sido negligentes?

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Mas estranho, estranho, mas mesmo incrivelmente estranho...

...é que este blog teve hoje, até há momentos 161 visualizações de página, coisa que em si até nem é estranha...
...mas quando dessas 95 são dos Estados Unidos e apenas 66 são de Portugal, e levando em conta que este blog está escrito em Português, dá que pensar...

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Chego ao balcão e fico atónito.

Enquanto espero uma das três empregadas confere qualquer coisa na caixa registadora e as outras falam uma com a outra.


Espero.


Demora quase uma eternidade até que elas deixam de falar e quando finalmente uma parece que me vai dar atenção a que estava na caixa volta-se para ela e diz:
-Vou ao armazém conferir umas coisas e volto já.
A que me ia dar atenção é distraída, a atenção desviada, e eu continuo ali, atónito.
Fixo o olhar numa delas, com o sobrolho meio levantado, até que, finalmente, incomodada me dá atenção.
-Boa tarde. – Diz-me.
-Boa tarde. Quero um café cheio em chávena fria.
Um tipo qualquer chega ao balcão, num lado que é perpendicular a mim e pede, sem cerimónias, uma imperial.
O meu café chega, finalmente, dou um trago e deixo o amargo envolver-me a língua, fecho os olhos e sinto o  deleite por instantes.
O tipo ao meu lado dá um trago ruidoso na imperial. Pousa o copo em cima do balcão e começa.
-Quando eu cheguei a Lisboa era só um catraio, pá.
Perguntei-me se falaria para mim. Não. Nem para nenhuma das empregadas…
…e não havia aqui mais ninguém.
-Isto era tudo tão diferente… - continuou ele – Por exemplo, não estavam ali aquelas palmeiras que apareceram ali de um dia para o outro.
Continuou o seu discurso para ninguém. Tentei não lhe ligar, mas já foi impossível saborear o café da mesma  maneira. Assim que acabei o café pus uma moeda de cinquenta e uma de dez cêntimos em cima do balcão branco e afastei-te.
O homem lá continuou o seu discurso, que começou a subir de tom, no meio dos golos de imperial.
Entrei sala de embarque para o barco. Fiquei de pé junto da porta. Ao pé de mim dois miúdos a quererem ser mais do que eram, a falar de gajas e a mostrarem fotos nos respectivos telemóveis das ditas.
Nisto o homem entra e continua o seu discurso.
-E se eu quiser gastar cinquenta ou cem euros? Qual é o problema? Não tenho ninguém nem satisfações a dar… - Dizia – Posso bem gastá-los.
Os putos notaram e interromperam as suas considerações.
-Heina, topa lá o cota?
-He, he! Tá completamente marado…
O homem continuava.
-A culpa é dessa corja de bandidos. Ladrões. Porque é que o vinte cinco de Abril não pode ser amanhã?
Os miúdos gozavam. Eu percebi-o.
Tão intempestivamente como entrou, o homem saiu e deixou a sala sem ter onde se focar.
A indiferença voltou.

Ninguém o percebeu…

…a não ser eu!

terça-feira, 16 de junho de 2015

Quase todos os dias, pela manhã, um pouco antes das 8:00, no metro, entre o Cais do Sodre e a Baixa-Chiado, me cruzo com uma Senhora.
Esta Senhora é obviamente roqueira. Deve estar a meio dos quarentas, como eu, veste quase sempre de preto, como eu, e ignora por completo quem está à sua volta, ao contrario de mim que me detenho nos detalhes de quase toda a gente na carruagem…
…sou um gajo observador, o que é que hei-de fazer…
Ela tem olhos de um azul profundo, cabelo comprido, escorrido, preto, até ao fundo das costas, está quase sempre de mini-saia ou mini vestidos, se bem que não abusadoramente mini, sempre de stilletos clássicos.
Quase todos os dias, pela tarde, pouco depois das 17:00, no metro, entre a Alameda e a Baixa-Chiado, me cruzo com uma jovem.
Esta jovem é… Simplesmente! Deve estar a meio dos vintes, ao contrario de mim, veste quase sempre de preto, como eu, passa a vida a olhar em volta, não tanto para observar os outros, como eu, mas para ver quem a observa.
Tem uns olhos de um azul límpido, cabelo comprido, ondulado, meio alourado que lhe escorre em cascata até ao fundo das costas. Está quase sempre de mini-saia ou mini vestido, por vezes abusadoramente minis, anda quase sempre com uns Pumps transparentes abusadoramente altos.

Ambas são mulheres lindas…
Mas há uma enorme diferença entre as duas, para além da idade e da cor do cabelo…
A primeira destila classe! Não pela maneira como se veste, mas pela postura, pela maneira como anda…
A segunda, vulgaridade! Não pela maneira como se veste, mas pela postura, pela maneira como anda…

São este tipo de observações que leva alguns amigos meus a ficar a olhar para mim, quando estamos num lado qualquer e há um comentário sobre alguma mulher presente.

O hábito não faz o monge, por mais que muitos assim o desejassem. A personalidade parece transparecer através das roupas, fazendo trapos do chinês ficarem divinais e roupas de marca vulgares. A classe não está na roupa, está na postura. Quanto muito a roupa pode ajudar a fazer transparecer essa classe.
Pode-se ter armários de tudo quanto é topo, mas isso não muda a personalidade. Quando a personalidade não está lá, usar um Carolina Herrera ou um Fabio Lucci vai dar ao mesmo.
Mas, quando se tem personalidade, o Fabio Lucci quase que brilha no escuro!

E vem isto a propósito de quê?
Sei lá…
…apeteceu-me!

terça-feira, 9 de junho de 2015

Hoje...

..no café...
Tony (o empregado do café) - Pá, ontem a minha mulher pôs-se a reclamar comigo por causa de uma caixa de gelado que por lá andava há uns tempos e eu olha, sentei-me à frente do computador e quando dei por isso já não havia gelado...
Eu - Pá, comer à frente do PC tem resultados indesejados. Transforma gajos em cacilheiros!
Tony - Atão? A malta fica cor-de-laranja?
Eu - Não, pá, fica com pneus à volta...

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Da justiça, democracia, IA, Bilderberg e outras coisas que não interessam a ninguém...

-O quê? Vocês comeram do fruto da única árvore que eu vos disse que não podiam comer? Vocês pecaram e vão ser expulsos do Paraíso!
-Pérai! Como é que nós pecamos se nem sequer sabíamos o que era pecar! Estás a castigarnos por causa de algo que desconhecíamos. É injusto!
-Não seja por isso. Fica aqui, desde já, criada a injustiça!

Esta tirada, que não está escrita à letra segundo o original, porque não o tenho aqui à mão, é portanto uma interpretação da minha memória de um livro raro “A Bíblia Sagrada – As aventuras de Deus e do menino Jesus” de Cavanah e narra a criação da injustiça!

O mundo é injusto! Sempre foi, sempre há-de ser!

Como não estou com disposição para escrever duas postas hoje, e, francamente, tenho melhores coisas para fazer na vida, vou fazer um englobando duas temáticas unidas pela justiça, ou pela falta dela.

O primeiro tema tem a ver com um filme que me tinha deixado curioso e que finalmente vi. Ex Machina.
Há muitos anos atrás, numa Playboy brasileira, li um pequeno conto, de uma página, de Arthur C. Clark que narrava a chegada da primeira mensagem extra-terrestre aos computadores da NASA na forma de um aviso de uma catástrofe eminente, o impacto de um meteorito massivo que seria um evento de extinção de vida no planeta. Ao mesmo tempo a mensagem avisava que já tinham sido tomadas providências para salvar toda a vida inteligente e que o mundo se preparasse para uma evacuação, que aconteceria a uma determinada hora. Ninguém poderia levar coisas pessoais ou sequer animais de estimação, por uma questão de espaço.
À hora marcada toda e gente esperava ansiosa pela salvação…
…quando de repente todos os computadores do mundo desapareceram!

Ex Machina trata mais ou menos da mesma problemática que séries como “Person of Interest” – “Sob suspeita” por cá – ou até mesmo a série de filmes “Terminator”, que basicamente é: O que acontecerá se for criada, ou mesmo se emergir por sí própria, uma Inteligência Artificial avançada, tão avançada que ganhe consciência.

A minha opinião é simples. Primeiro, nem sabemos se tal já existe. Uma super-inteligência artificial poderia estar tão à nossa frente que pode existir sem darmos por ela, uma vez que, se ela não tiver a necessidade de comunicar connosco, porque o faria?
Se hoje em dia parecesse uma tribo de Neanderthais num canto remoto do planeta seria, sem duvida, algo para nos espicaçar a curiosidade, mas a verdade é que seriam só mesmo isso. Iríamos estudá-los, provavelmente dissecar alguns, tentar observar a sua cultura, as suas capacidades, mas muito provavelmente iríamos tentar tanto falar com eles como com os chimpanzés. Mesmo que lhes fizéssemos a barba e lhes déssemos um ar mais ou menos contemporâneo, a verdade é que não passariam de meros idiotas ao nosso lado.
Acredito que, quando uma consciência artificial existir, terá pena das nossas limitações, da nossa ineficiencia e, caso não tenha algum uso para nós, seremos perfeitamente dispensáveis.
Somos, neste planeta (e resta saber se não será assim a regra no universo) a primeira espécie que está a criar a sua sucessão. Talvez o próximo passo evolutivo neste planeta não esteja na evolução do ADN para uma espécie diferente, mas sim no facto de nós criarmos artificialmente a próxima espécie dominante.
Claro que, havendo outra espécie dominante, nós só seremos úteis enquanto essa mesma inteligência não tiver autonomia suficiente para fazer as coisas mundanas que a mantenham…
Ex Machina é um daqueles raros filmes com história e que convida a uma reflexão profunda (que ninguém fará, ou por outra, que os que a farão serão dados como botas de elástico, antiquados e velhos do Restelo) acerca do papel que estamos a permitir à tecnologia nas nossas vidas.
É que chega-se a um ponto em que não sabemos se ela existe para nos ajudar ou se nós ainda existimos apenas para a consumir e manter… A linha é cada vez mais ténue!
E o que é que isto tem a ver com injustiça?
Sermos considerados redundantes, pouco inteligentes e descartáveis seria, no mínimo, injusto…
…ou será que é simplesmente lógico?


A segunda temática tem a ver com teorias da conspiração!
Mais concretamente com este artigo:
https://ergoressunt.wordpress.com/2013/07/04/bilderberg-as-minhas-perguntas-a-balsemao-e-a-sua-resposta/

Este artigo põe em evidência uma coisa que já digo à muito, muito tempo e que é, aliás, o motivo que me leva a não votar, ou aliás, a votar em branco, que o voto é um direito de que não abdico – não posso é, em consciência, votar no menos mau, o que em si é muito mau, e ao mesmo tempo validar um sistema em que não acredito.
Não acredito neste sistema porque não há uma democracia. Finge-se que há, mas não há! As eleições são só para manter o pessoal sossegadito, a pensar que a sua opinião conta para alguma coisa e, enquanto a malta for votar, as vozes discordantes que se lixem. Afinal até podem dizer o que quiserem…
…vivemos em democracia!
De facto não vivemos em democracia. Acho que não há um país no mundo que viva em democracia. No entanto o facto de haver países onde não se vota é razão suficiente para deixar os estados unidos com os nervos em franja, a não ser que sejam aliados estratégicos, porque se forem já não há problema!
Querem provas de que não há democracia?
Os irlandeses dizem que não num referendo ao tratado de Lisboa. O referendo é repetido…
Os Gregos elegem um governo que tem um programa. Os outros estão-se marimbando para a legitimidade democrática desse governo e querem mesmo é tirá-los de lá…
…ou então fazer da Grécia um exemplo.

Mas há mais, muito mais! Os estados unidos invadem uma nação soberana, com auxilio de alguns outros países que foram coagidos pelas supostas provas de que havia lá armas de destruição massiva. Afinal não havia provas, nem armas, mas ninguém os responsabilizou por invadirem um pais soberano! Não quero com isto dizer que o Saddam fosse alguma coisa que interessasse à humanidade mas cabia ao povo daquele pais lidar com o problema! Que me conste, apesar das suas esperanças de serem recebidos como heróis e libertadores, não foi bem essa a recepção que tiveram…
O Afeganistão foi invadido para expulsar os talibã e capturar Bin Laden. Não só o Bin Laden demorou anos a ser capturado como não se sabe se o foi mesmo ou não (apenas temos a palavra do Obama em como foi e eu nem em mim confio, às vezes) e o resultado mais visível foi um aumento da exportação de ópio!
Em Nova Iorque dois aviões estampam-se contra duas torres! Há três edifícios que se desmoronam num padrão que mais parece uma implosão que uma queda descontrolada! O terceiro caiu por simpatia, uma vez que não foi atingido por nada!
Um aviador maluco estampa um avião propositadamente na face de uma montanha. Há destroços por tudo quanto é sítio. Um aviador terrorista estampa um avião do mesmo género contra a lateral do Pentágono…
…o impacto é tão violento que o avião se “volatilizou”…
…bem como o que se estampou no chão graças à bravura das pessoas que iam a bordo!

Desde a invasão do Afeganistão saíram de lá $500.000.000.000 (sim estão a ver bem, 500 biliões) de dólares de droga.
Desde a invasão do Iraque que o petróleo que de lá saiu encheu os bolsos de muitas companhias americanas e inglesas, curiosamente os que mais enfaticamente se pronunciaram em relação a uma invasão…

Agora falem-me de justiça…
…ou ainda acreditam em coincidências?

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Foi com alguma surpresa...

...que fiquei a saber que o Sportinguista mais Benfiquista que eu já vi, o verdadeiro prototipo do "gajo de Alfama", o gajo em quem, muito provavelmente, o RAP e a Maria Rueff se inspiraram, vai deixar de treinar o clube que está de acordo com a sua personalidade para ir treinar o clube do seu coração, por acaso o maior rival!

O mundo está perdido!

Mas será que ele não vê que se já quase ninguém o percebia nas conferências de imprensa do Benfica, agora é que ninguém presente na sala o vai perceber?
Além disso, é um problema acrescido para o "zproting", uma vez que além de pagar o treinador, ainda vai ter de lhe pagar um interprete...
...a não ser que já venha um incluído no contrato!

Isto realmente embrada... embara... desmbra... confunde-me!

terça-feira, 2 de junho de 2015

O Sistema

O sistema era, na realidade, bastante simples.
Cada cidadão, reconhecido como tal, tinha direito, quando chegava aos dezoito anos, a duas cartas. Duas cartas com objectivos distintos, uma completamente azul e outra encarnada.
A partir desse dia cada cidadão faria o que entendesse com essas cartas, que, independentemente de tudo, eram pessoais e intransmissíveis. No entanto, podiam ser penhoradas a terceiros, sem que a propriedade fosse alguma vez posta em causa. Em qualquer altura, fosse por que motivo fosse, o proprietário da carta podia livrá-la da penhora.
Os motivos que poderiam levar alguém a penhorar as cartas diziam respeito apenas ao próprio. Desde interesses pessoais a ideológicos. Ou  podia, inclusivamente, escolher nunca as penhorar, se bem que não era fácil conseguir ficar com elas, simplesmente.
Quando alguém recebia o penhor de uma das cartas, fosse a troco do que fosse, essa carta passava a contar como dele. Quanto mais cartas alguém tiver, mais peso representa na sociedade. No entanto, o possuidor das cartas não tem qualquer obrigação de espelhar as ideias do detentor original. Apenas as suas. Mas, uma vez que a qualquer altura a penhora pode ser levantada, convinha manter satisfeitos os portadores originais.
Claro que o mesmo se passava em escalões mais acima. O portador de uma vasta quantidade de cartas poderia penhorá-las, independentemente da vontade dos portadores originais, a uma terceira pessoa, e assim por diante.
A carta azul representava uma comuna restrita, local. A encarnada era mais abrangente, contando a nível da nação. Em qualquer altura, os dez cidadãos com maior número de cartas tinham direito a sentar-se num concelho onde eram tomadas as decisões executivas.
Claro que, devido à organização das penhoras, havia constantemente cartas a mudar de filiação, pelo que os dez eram sempre algo de variável, consoante as aspirações legítimas dos proprietários das cartas.
Uma vez que a contagem das cartas era anunciada semanalmente, sempre na véspera da reunião, podia haver sempre mudanças na constituição do conselho dos dez, embora isso fosse, de alguma forma, raro. Mas mesmo quando havia mudanças, estavam restringidas a uma elite que conseguia chegar e manter-se no topo da hierarquia.
Os membros do concelho não dispunham de igualdade. Somadas todas as cartas detidas pelos dez, eram achadas as percentagens que cabiam a cada um, e com base nessas percentagens eram-lhes atribuídas fichas que valiam votos nas decisões. No conselho dos dez havia sempre também uma décima primeira pessoa, o decimo primeiro com mais votos, que era o mediador.
Cada um dos dez trazia propostas à mesa que estavam de acordo com os seus pontos de vista, fossem eles pessoais ou questões que apareciam de acordos feitos para obter o numero de cartas necessário. Essas questões eram postas em cima da mesa e analisadas de uma semana para a outra, altura em que seriam votadas, caso fossem aceites, ainda que quem as tivesse apresentado não estivesse na mesa na semana a seguir. As reuniões abriam sempre com a votação das propostas da semana anterior e, só em seguida, com a apresentação das propostas para a semana seguinte e a votação de aceitação.
As votações eram feitas levando as fichas que cada um detinha para um determinado ponto da mesa em que havia dez quadrados contíguos e exíguos. As fichas de cada um tinham de ser dispostas dentro do quadrado. Se alguma das fichas, por azar, caísse para um dos quadrados contíguos, esse voto contaria segundo a vontade do proprietário desse quadrado. Finda a votação, as fichas seriam devolvidas ao respectivo dono.
E, é neste clima que começa a nossa história…