sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

...e agora uma piada tão seca, mas tão seca, mas mesmo tão seca que já foi usada em zonas de inundação para fazer desaparecer a água...

-Pá, tás um bocado triste... O que é que tens?

-É que a minha avó é cega...

-Ó pá, deixa tar, a minha é Nintendo...

Piada Ultra-Seca

Havia um livro tão mau, tão mau, tão mau, que batia aos outros livros mais pequeninos.

Piadinha seca

Paciente entra no consultório do psiquiatra.

-Então, o que o trás por cá?

O paciente, timidamente:

-Dr., tenho dupla personalidade...

-Não há problema. ponha-se confortável no sofá e vamos lá ter uma conversa os três...


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

buérere Rosie

Rios de lágrimas: A perspectiva de um gajo ponto a ponto (sendo o gajo eu!)



Acerca daquele interessantíssimo artigo feminino que me dei ao trabalho de traduzir há dois posts atrás (e que só me dei ao trabalho sequer de ler porque assim que li o ponto 1, de fugida, achei logo que aquilo levava um bom caminho) vou dar uma perspectiva masculina, minha, pessoal, o que quer dizer que não me acho avalizado o suficiente por falar por todos os homens, uma vez que, apesar da crença contraria, os homens não são todos iguais.
Há, com certeza alguns que são absolutamente brilhantes, assim como há outros que nada devem à inteligência. Eu creio situar-me algures no meio do espectro a tender mais para a segunda hipótese na maioria dos casos, a raiá-la não poucas vezes e a incluir-me nela totalmente numa base frequente, tendendo para a primeira somente em ocasiões mais raras que os alinhamentos planetários.
Ainda assim, dou-me ao trabalho, e por isso passemos então à frente.
Claro que, se não leram o tal post, originalmente escrito por uma tal de Samantha Kilbride, aconselho-vos vivamente a lê-lo antes de continuarem, para terem um contexto claro.

Ora então vamos lá:

1 – Estão a pôr a vossa cona num pedestal

Confesso que foi esta frase que me levou a ler o resto do artigo. Ler algo assim escrito pela mão de uma mulher é mais ou menos como ler um tratado anti-misoginia escrito por um machista condenado por bater na mulher.
Considerações à parte, não são assim tão poucas as mulheres que põe a sua cona num pedestal. O problema é que a maior parte das coisas que estão em cima de pedestais são para ser vistas mas não tocadas o que pode causar graves problemas a dona da dita cuja!
Fora isso, de uma perspectiva masculina há, basicamente, três tipos de gajo:
O romântico enamorado, o gajo que se ela o castigar sem sexo durante um ano continua completamente embeiçado, aceita e come, e espera, no fundo do seu coração que um dia a dita desça do pedestal…
…ou seja, um banana!

Depois há o apaixonado pragmático, grande maioria, que distingue perfeitamente o amor do sexo, não confundindo assim algo que é um sentimento com uma função biológica. Embora ambas possam coabitar, não é obrigatório que assim seja. Mais ainda, isso pode nem querer dizer que ele vá à procura de uma cona que não esteja num pedestal…
…assim como as mulheres dizem que os homens ainda fazem falta porque os vibradores não mudam o pneu do carro em caso de furo, as mulheres ainda fazem falta porque os masturbadores masculinos não passam a ferro

Se tem dúvidas acerca do tipo de homem que tem consigo, enquanto lhe está a dar uma valente seca de sexo procure no espelho protuberâncias na testa que possam estar a surgir. Se não houver nada, será o primeiro…

Depois há o gajo zé-zé-camarinha que, independentemente da seca prolongada ou não, se tiver olhinhos ele cai em cima, mas este é cada vez mais um espécime arcaico e em vias de extinção

Há no entanto a certeza de que nenhuma cona, num pedestal ou não, é a ultima coca-cola no deserto


2 – Deixaste de cuidar de ti

Caso não saiba, o seu visual que demorou duas horas a conseguir apenas importa para o homem que está consigo nos primeiros 15 minutos em que ele a vê. Depois disso deixa de ser relevante e ele dificilmente se lembrará do que comeu ao pequeno-almoço, quanto mais…
Claro que o visual continuará a importar se ele só estiver consigo para dar umas quecas, mas se não for esse o caso ele tá-se marimbando para se fez a depilação ou não, se ganhou um quilo ou dois…

Se se coíbe de ter sexo por ter vergonha de si própria, esqueça isso. Se fosse só por aí ele já a tinha largado para ir à procura de uma versão mais nova e mais magra de si. E, convenhamos, num planeta deste tamanho com 7,900.000.000 de pessoas não será difícil encontrar uma versão mais nova e mais magra de si

3 – Ego Boosts

Não utilizei neste ponto o titulo original viste que este vinha em resposta e em sequência do texto do ponto anterior.

 Apesar de ele a amar pelo que é e se estar nas tintas para pormenores que a fazem descabelar-se, se precisa mesmo de umas polidelas ao ego, trate de si…

Mas há aquela velha piada:
Numa festa está uma mulher tão deslumbrante que todos os homens estão pelo beicinho por ela menos um. Quem é o gajo?
É o marido, claro.


4 – Não estão a comunicar com o parceiro

Este é um ponto fundamental.
Quando um homem pergunta:
-O que é que se passa?
E a resposta é:
-Nada!
Então nada se passa.

Os homens não são criaturas muito complexas a nível sentimental.
Se para uma mulher um encontro ideal é uma coisa rodeada de flores, jantares, glamour e, eventualmente, ao fim da noite caso tudo corra bem, algum sexo, para um homem o encontro ideal é quando ela aparece. Se trouxer cerveja já é um encontro mais que ideal…

Levando isto em conta, se disserem o que pensam ele saberá o que se passa. Caso contrario ou ele é esforçado e acabará por descobrir por tentativa e erro (muitos erros, por norma), ou não o é e o “nada” passa a ser mesmo “nada” ainda que o universo esteja à beira da extinção…


5 – Não estão a deixá-los ver porno (este foi outro ponto que, escrito por uma mulher, me embadaralhou)

Para 90% dos homens a internet não passa de uma alternativa barata e com maior oferta às revistas pornográficas que existiam antes do advento da mesma.

Dou razão à autora do texto: Se não querem que eles vejam porno saltem-lhes em cima cada vez que puderem e eles não vão ter tempo nem disposição para isso…


6 - Estão a fingir orgasmos

A autora do texto começa esta secção com a seguinte frase:
Isto é mau. Aliás, isto é tão mau que eu vou dizer outra vez: Isto é mau.

Eu diria que isto não é só mau. Isto é mesmo, mesmo, mesmo, mas mesmo, mesmo muito mau.
Primeiro porque se o fingirem ele não se esforçará mais do que o habitual para vos satisfazer, julgando a missão cumprida.
Segundo porque quando ele eventualmente descobrir vai ficar com o ego tão arrasado que duvidosamente terá sequer apetência para voltar a fazer sexo convosco. É que, ao contrario das mulheres, o sexo nos homens não depende somente da vontade e um homem com o ego arrasado nesse sentido deixa de se considerar homem.
Depois, ou resigna-se ao facto de já não ser homem, ou começa a recorrer a pastilhas azuis para conseguir o que anteriormente conseguia sem as mesmas, ou resolve ver se o problema é só consigo e é mais ou menos permanente, ou se por outro lado abrindo o leque de opções a coisa funciona…
…e acho que escuso de me alongar acerca do que possivelmente acontecerá a seguir…


7 – Sexo não está na lista de coisas a fazer

Pois, mas para um homem, por força da evolução da espécie e das hormonas, pensar em sexo é algo de quase constante! Tudo o resto faz-se nos intervalos.
Como diria o outro, só há três coisas verdadeiramente importantes na vida de um homem: Sexo e as outras duas não me lembro.
Para ele, sexo pode não estar na lista de coisas para fazer mas é sempre uma possibilidade em aberto a qualquer hora do dia, em qualquer situação. Arranja-se sempre forma de o adicionar à lista…
…se tiver isto em atenção ao elaborar a lista de coisas para fazer, é provável que a sua vida e a dele sejam bem mais descontraídas…


8 – Não estão a tentar nada de novo

Bem, se quiser realmente tentar algo como o sugerido pela autora, ou seja, but-plugs ou um ménage-á-trois, estejam à vontade (mas convém avisá-lo primeiro, pelo menos do ménage se for com outro gajo – se for com outra gaja não é necessário que ele vai achar a surpresa o máximo).

Fora isso, basta ver o que escrevi no ponto anterior…

Há muitas maneiras de inovar sem ter de fazer o pino…
…por exemplo, em cima da máquina de lavar roupa durante a centrifugação é uma óptima fuga à rotina…



9 – Não estão a criar tempo para vocês mesmas

Isto costuma ser um problema grave.
Não o é tanto para os homens, uma vez que estes têm um botão “off” no cérebro.
Caso ainda não se tenham apercebido disso, quando vêm o tipo com um ar distante e pensativo e lhe perguntam “em que é que estas a pensar?” e ele responde “nada” e vocês ficam a pensar que ninguém pode estar a pensar em nada, digo-vos:
-Estão redondamente enganadas!
Não só os homens conseguem pensar em nada frequentemente, como há até quem afirme, eu incluído, que os homens não pensam, reagem, ao contrário das mulheres que até pensam demais…
Já as mulheres ao pensarem tanto, arranjam sempre mais qualquer coisa para fazer que não estava prevista e ocupam todo o tempo com tudo e mais alguma coisa, sendo todas as tarefas que imaginam altamente prioritárias, e acabam por não ter tempo para fazer alguma coisa que até gostavam de fazer para elas, e depois ficam ressentidas por isso, e culpam os gajos que não têm culpa que elas pensem demais.


Em resumo, sigam os conselhos da autora do texto e as vossas vidas, bem como as dos vossos tipos, serão bem mais felizes…

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Rios de lágrimas: 9 maneiras como as mulheres conseguem arruinar sozinhas a sua vida sexual



Li este artigo por aí, mais concretamente, tropecei nele, mas achei montes de piada. Primeiro lugar porque foi escrito por uma mulher. Em segundo lugar, porque foi escrito por uma mulher!

Podem encontrar o artigo original aqui. Mas, para os não falantes da língua do “Abanalança” cá fica uma tradução livre…

“Todas já tivemos alturas frias nos nossos relacionamentos. É uma seca sexual e romântica que adiciona quilos de tensão às nossas já de si stressantes vidas.

Temos noites deitadas ao lado dos nossos parceiros em que até pensamos em começar algo, mas decidimos guardar isso para outra noite ou situação.

Esquece-mo-nos de depilar as pernas, temos de passear o cão de manhã ou temos de voltar a ver um episódio qualquer de uma série…

As desculpas podem continuar a ser desfiladas durante dias acerca dos motivos pelos quais as mulheres decidem não ter sexo com as suas caras metade, apesar de não perceberem porque é que as suas vidas românticas estão a murchar.

Não quero com isto dizer que o sexo é igual a amor ou que nunca estive nesta situação. Afinal eu já fui a presidente de Câmara da cidade das relações mortas, re-eleita três vezes. Já tive relações horríveis e terríveis em que me limitava a olhar para o tecto durante o sexo e me divertia a contar as rachas existentes.

Sentia que tinha de o fazer – era uma tarefa e uma responsabilidade – e depois ficava ressentida com o meu companheiro.

Culpava-o de não saber as minhas necessidades e ir de encontro a elas, por tentar alguma coisa depois de um dia longo e stressante. Será que ele não via que eu estava cansada e sem disposição?

Há aqui alguma coisa que vos soa familiar? Em caso afirmativo continuem a ler e possam as vossas vidas amorosas prosperar com boa fortuna.



1 – Estão a pôr a vossa cona num pedestal

Meninas, estou lá convosco. Não quereria ter sexo com alguém que não sabe pôr uma máquina de lavar louça a trabalhar, mas puni-lo não lhe dando sexo ou usá-lo como recompensa não só é mau para a saúde da vossa relação, mas também a vossa.

O sexo liberta endorfinas de bem-estar, aumenta a imunidade e liberta uma quantidade enorme de hormonas que vos ajudam a ficar mais próximas dele depois do orgasmo.

Há outras coisas que podem usar junto dos vossos parceiros para lhes abrir a cabeça, mas o sexo não deve ser uma delas. Sexo deve ser um acto feito com alegria que vos aproxima e não uma razão para haver ressentimentos.

Mais, descobri que um parceiro feliz vai querer fazer as coisas que queres que eles façam; também te querem fazer feliz. Ambos saem a ganhar.


2 – deixaste de cuidar de ti

Acho que, numa altura ou noutra, todas acordamos, entramos na casa de banho e olhamos para o espelho enquanto pensávamos “Mas afinal quando é que isto começou a correr mal?”

Já tentei contar a covas de celulite nas minhas coxas para perder a conta a meio caminho. Não há nada pior do que sentir vergonha do próprio corpo e querer esconde-lo no escuro, debaixo dos cobertores.

Afinal quem é que vos quer ver nuas se vocês não conseguem olhar-se ao espelho, certo?


3 – …Errado

A pessoa que está convosco ama-vos por vocês – o bom e o mau. Mas, uma maneira de aumentar a confiança de imediato é tomarem conta de vós próprias.

É difícil odiar um corpo que se trata como um templo divino. Por isso, vão dar um passeio a pé, vão a uma aula de ginástica, comam um pequeno almoço delicioso e lembrem-se de que são uma gigante bola flamejante de Sex Appeal e qualquer homem teria sorte de estar na mesma sal que vocês, quanto mais estar com vocês…


4 – não estão a comunicar com o vosso parceiro

Se tivesse um cêntimo cada vez que uma rapariga se queixa de o quão mau o sexo é com o parceiro, reformava-me para o Dubai e comprava 35 Bugattis.

Meninas, como esperam que o vosso parceiro saiba o que está a fazer de errado se não falam disso? Não podem ser tímidas acerca das vossas necessidades. Há um esteriotipo horrível acerca das mulheres terem de ser cândidas e inocentes acerca da sua vida sexual.

Sejam quem quer que sejam nas vossas vidas sexuais. São selvagens? Sejam selvagens. São lentas e carinhosas? Pois que sejam. Não têm de ser quem não são na cama só porque o “50 sombras de Grey” diz o contrario.

Se querem experimentar qualquer coisa, força, mas só depois de falarem com o vosso parceiro e estarem ambos confortáveis com isso. (Já ouvi o meu quinhão de histórias por parte de homens que envolvem dedos, ânus e uma montanha de “Que é que pensas tás a fazer?”)

Por isso falem, comuniquem e amem-se. Ponto final.


5 – Não estão a deixa-los ver porno

OK, antes de apanhar com os estilhaços desta, ouçam-me. Acho a maior parte da industria pornográfica nojenta e desumanizadora. Há no entanto muito porno que envolvem equidade e as mulheres também têm direito ao seu quinhão no fim.

Dito isto, as mulheres deviam permitir aos homens (e as mulheres) a liberdade de procurar e fazer o que entenderem no seu tempo livre. Há muitas fantasias à solta na cabeça do vosso companheiro e ele ou ela podem precisar de um escape para as explorar e reconhecer.

Mais, o lado bom é que ele ou ela até podem aprender umas coisas acerca de como vos tratar melhor no quarto.

Ainda assim, não então confortáveis com a ideia de ele ou ela verem porno? Tudo bem, digam-lhes porque é que isso vos causa desconforto, ou tenham sexo todos os dias e ele ou ela não terão tempo/necessidade de o ver de qualquer maneira. Voilà, problema resolvido


6 – Estão a fingir os orgasmos

Isto é mau. Aliás isto é tão mau que eu vou dizer outra vez: Isto é mau.

Nunca devem fingir um orgasmo por muito constrangidas que estejam. É ainda mais constrangedor dar-se conta de que o parceiro finge os orgasmos porque isso pode levar a pensar que ele ou ela gostam mesmo daquela posição “esquisita-meio-de-cabeça-para-baixo-com-uma-perna-por-cima-de-não-sei-o-quê”.

Isto leva de novo à necessidade de comunicar o que vos faz sentir bem. Somos criaturas complicadas, por isso ajudem-se mutuamente a navegar e tudo estará dourado.


7 – Sexo não está na lista de coisas a fazer

As mulheres são criaturas intensas que constroem listas. Temos reuniões, pequenos almoços que precisam de ser cozinhados, aulas de yoga, e uma lista enorme de coisas merdosas para fazer em qualquer dia, para além do trabalho normal.

Assim sendo, o sexo não costuma estar nem perto do topo da nossa lista de prioridades. Mas, eu prometo-vos, façam do ter algum tempo intimo com o vosso parceiro uma prioridade e tudo o resto parecerá uma linda manhã de primavera…

Sentir-se-ão amadas, suportadas e, acima de tudo, satisfeitas


8 – Não estão a tentar nada de novo

Não vos estou a mandar ir comprar “but-plugs” ou trazer mais alguém para o quarto (quer dizer, se for essa a vossa onda, força). (nota do tradutor: esta ultima parte até que é interessante…)

Aquilo que estou a dizer é que não deviam ser o peixe-morto na camatodas as quintas-feiras  às 8 da noite porque os miúdos vão passar a noite a casa do vizinho ou porque o “Game of thrones” não dá nesse dia.

Deve haver alguma “magia” entre vocês e os vossos parceiros e, às vezes, convém atirar a bola na direcção certa.

Podem tentar tomar a iniciativa, comprar umas cuequinhas que vos façam sentir mais sexy ou fazê-lo, volta e meia numa segunda à noite porque… Porque não? Sexo, apesar de dever ser uma prioridade, não deve ser uma tarefa.

Deve ser uma actividade pela qual se espera e com a qual se divertem.

Além disso há algo libertador e divertido em usar uma langerie atrevida no trabalho ou em casa.

É o vosso pequeno segredo obscuro que por baixo da farda de trabalho está uma gata com lacinhos à espera de ser libertada.


9 – não estão a criar tempo para vocês mesmas.

Similar ao que já disse antes, precisam de se amar a vocês mesmas antes de amarem alguém. Como é que conseguem chegar a termos com o arranjar tempo para satisfazer as necessidades de outra pessoa se não o fazem por vós mesmas?

Ponham de lado uma hora por dia para fazerem o que querem – e façam disso prioridade. Isto pode ser o que for: ler um romance, um banho de espuma, seja o que for. Apenas tem de ser acerca de vós e de mais ninguém.

Não pode ser o jogo de futebol do filho ou as aulas de dança da filha; isto deve ser tempo sozinhas para relaxar, descontrair e apreciar a vida.

Pode ser um copo de vinho com amigos, um telefonema à vossa mãe, seja o que for que não seja uma tarefa e que vos faça disfrutar. Até pode ser uma chávena de chá de camomila com o vosso gato no sofá. Relaxem e deliciem-se no facto de esta hora ser vossa.






Em ultima instância, é mostrar-vos que controlam a vossa felicidade e vida sexual. Têm que se pôr em primeiro lugar, caso contrario, quem tratará de vós?

Se aprenderem a ter o vosso tempo, dizerem o que pensam, divertirem-se e expressarem-se, de repente, a vossa vida romântica reacender-se-á a um ponto que vos vai deixar sem saber porque é que não estava logo tudo lá à partida…

Samantha Kilbride”

A propósito de uma resposta a um comentário da Afrodite...

A propósito de uma resposta a um comentário da Afrodite no post anterior ao post anterior, lembrei-me de uma pequena história que me aconteceu há uns anos…

…há dias em que um gajo, quando acorda, jamais terá a noção do quanto vão ficar maus, mesmo maus, ainda que nada o fizesse prever!
Este foi um daqueles que começou insuspeitamente e acabou extraordinariamente mal!

Estava para as bandas de Leiria, em casa de um amigo meu que por lá viveu uns anos e que, naquela altura, tinha arranjado uma namorada por quem estava mesmo pelo beicinho. Tendo ele um romantismo parecido com o meu, ou seja, sendo ele tão romântico como um calhau, mas estando ele iludido o suficiente para pensar o contrário, logo pela manhã fui arrastado por umas quantas pastelarias, acabando num hipermercado da zona, para comprar pasteis de Tentúgal, porque aparentemente a namorada gostava e ela ia nesse dia para Viseu, de onde era originária pra passar o Fim de Semana (só estudava em Leiria).
Conheci-a ao almoço, quando me foi apresentada a mim e à minha melhor metade, demos uma voltinha e, à hora de a levar ao terminal para ela apanhar a camionete, demos conta de que não íamos para o terminal. O rapaz, já com saudades dela, resolveu fazer-se à estrada e levá-la a Viseu!
E lá fomos, aproveitamos e fomos parando pelo caminho e tirando fotos a alguns sítios deslumbrantes e estava a ser um passeio porreiro.
Chegamos a Viseu ao final da tarde, a rapariga lá se despediu dele e arrancamos de volta.
Uma vez que já não era cedo, o gajo sugeriu que poderíamos jantar noma terreola qualquer ali por perto, onde havia um bom restaurante que tinha um bar anexo onde havia um café concerto que era gratuito para quem tivesse jantado, havendo consumo mínimo para quem entrasse pelo lado do bar.
Parecia uma boa ideia…
…a comida era excelente, o vinho também…
…era mesmo uma boa ideia!
E acabamos de jantar, sendo-nos dito que poderíamos beber o café no bar, se assim o entendêssemos, para onde fomos logo em seguida, estando o espectáculo para começar e a sala já muito composta. Conseguimos lugar ao balcão e pedi de imediato a minha dose de cafeina…
…e foi aqui que a coisa começou a descambar!
-Desculpe mas neste momento já não servimos café.
-Perdão?
-O espectáculo está para começar e o barulho da máquina interfere, pelo que não servimos café enquanto o espectáculo decorre…
-Isso não derrota um bocado o propósito de isto se chamar um café concerto?
-Pois, olhe, são as regras da casa…
-Interessante! Bem, vou beber um café aí a outro lado e já volto.
-Pois, mas se sair não vai poder voltar.
-Ora, pago a entrada…
-Não é isso. As portas estão fechadas para não haver perturbações ao espectáculo.
-Deixe-me ver se eu percebi: Estou num café concerto onde não posso beber café e se sair não posso voltar a entrar! Têm a sua lógica, sim senhor! – e com isto voltei-me para o gajo e para a minha melhor metade – Vamos embora que não quero estar aqui.
-Eh páh, lá estás tu com as tuas merdices. Deixa-te disso, qual é a tua, men… - começou o meu amigo, sendo corroborado pela minha cara metade.
-Pá, então dá-me as chaves do carro que eu espero lá por vocês (nota mental: nunca mais fazer viagens destas à pendura)
-Mas se vais ela não se vai sentir bem aqui sozinha e quer ver o espectáculo…
E estávamos nisto quando as luzes se apagaram, e entra um tipo em cima do palco, agradecendo a presença do público e fazendo um pequeno dicurso acerca da necessidade de levar a cultura portuguesa mesmo até ao interior do país e mais não sei o quê…
…e depois, agarra numa viola clássica e começa a tocar bossa nova!
Estar contrariado num sítio, sem café e a levar com bossa nova…
…foi das mais indizíveis e injustificadas torturas a que já fui submetido, tendo passado o tempo todo a contar mentalmente para conseguir controlar o facto de sentir em mim uma fúria devastadora. A minha face estava quente, o meu pulso acelerado.
Ao longo de hora e meia as pequenas rábulas de teatro de cinco a dez minutos cada uma eram intervaladas com momentos músicas. De todos esses momentos apenas num foi tocada uma música Portuguesa, de Fernando Tordo. O resto, adivinhem o que foi?
Pois claro, foi Bossa Nova! A cultura Portuguesa por ali estava mesmo em altas…
…sobretudo a cultura músical!
Quando o espectáculo acabou o empregado, solicito depois de me ver retorcer-me e praguejar mentalmente durante hora e meia, isto para além do ar furioso que eu devia ter, veio de imediato ter comigo e disse:
-Se quiser já posso tirar um café…
Ao que eu respondi calmamente:
-Agora pode enfiá-lo onde o sol não brilha, que graças aos céus acabou e posso finalmente sair daqui!
No caminho de volta fiquei mudo e calado e, apesar do constante palrar do outro gajo acerca do quanto a minha vincada personalidade não se dá bem com coisas que não combinam com ela, não ouvi nada do que ele disse. Fiz questão de não ouvir e continuar a contar mentalmente, senão ainda explodia de vez.
Acho que as minhas únicas palavras foram, ao aproximar-mo-nos de uma área de serviço:
-Importas-te de parar aqui?
E finalmente consegui o meu café e o meu espírito começou, a custo, a serenar!

…mas o trauma da experiência ficou, marcado indelevelmente na minha memória! Lição a tirar: Não ir a cafés concerto em terras perto de Viseu!

(estava a escrever isto e até me estava a arrepiar enquanto relembrava a experiência…)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Greve do Metro em Lisboa

Ah, como é bom chegar ao Cais do Sodre e descobrir que, mais uma vez, os gajos do metro estão de greve parcial, vá-se lá saber porquê (provavelmente querem mais maionese na salada quando vão à cantina da empresa), e ter de apanhar um autocarro à pinha que demora uma hora a fazer um percurso que de metro leva 10 minutos (e curiosamente a pé leva 40), e quase assistir a uma sessão de chapada entre uma moça algo avantajada e etnia africana e uma pseudó-tia loira que quando lhe estalou o verniz parecia pior que uma peixeira da Praça da Ribeira, sendo que não se chegaram mesmo a envolver (muita garganta mas óspois...) e ainda bem por um lado, uma vez que não havia espaço na camionete para instalar uma piscina de lama, e por outro nem por isso uma vez que já andava o pessoal a sacar dos blocos para começar  apontar as apostas...

Até me fez lembrar esta música...


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Desde que me conheço…



…que tenha achado uma chatice o facto de ter uma consciência.
É que não é por nada, mas é uma coisa que, pensando bem, nem me fazia falta e houve já muitas vezes em que me chateei com ela, sempre a dar palpites sobre isto e aquilo.
Não me fazendo falta, já houve também alturas em que me quis desfazer dela, mas descobri que é coisa que ninguém quer, uns porque já têm a sua e outros porque não têm nem querem, e eu não tive coragem de a descartar sem mais nem menos, como se fosse um cachorro giro quando era pequenito mas que perdeu a piada quando roeu o sofá da sala que custou uma pipa de massa.
E assim sendo fui ficando com ela, numa relação que nem sempre é linear, sendo que muitas vezes a sacana só me dá descanso quando eu acabo por sair prejudicado de alguma situação. É verdade que frequentemente ela me rói o tal sofá da sala, eu zango-me e dou-lhe uma sova com papel de jornal, mas depois gosto demasiado dela para a deixar ao Deus dará.
Nos últimos tempos esta sacana, seja porque motivo for, tem-me posto diante da minha coerência. E tem feito isso de uma forma subtil, sobretudo através das noticias que me chegam do mundo que me rodeia.
Gosto de me ver de uma determinada maneira. Creio que qualquer um de nós gosta de se ver de uma determinada maneira. Basta passar um bocadinho no Facebook ou noutra rede social qualquer para percebermos que não há más pessoas no mundo. Simplesmente não há! Ou então nenhuma dessas más pessoas frequenta redes sociais. Todos as pessoas são queriduxas e fofinhas, todas defendem os direitos dos animais, todos se sentem solidários quando, por exemplo, há um atentado terrorista algures e mudam as suas fotos de perfil em solidariedade, todos partilhamos pensamentos de paz e amora, frases que reflectem valores de tolerância e compreensão…
Mas a verdade absoluta é que todos somos intolerantes a qualquer coisa. Alias, basta ter pressa e estar encravados no transito por um burgesso qualquer que não tem mais nada que fazer e a nossa tolerância acaba.
Nenhum de nós se acha fundamentalista, mas há sempre áreas que para nós são intocáveis, coisas com as quais não se deve brincar ou mencionar de animo leve…
…e os fundamentalismos não se deixam ficar pelas religiões.
Por exemplo, se eu afirmar que não gosto de Futebol, não vem mal ao mundo. Se eu afirmar que não gosto do Benfica tenho uma data de gente a insultar-me. Se eu disser que se pudesse extinguia o Benfica sou capaz de ter algumas ameaças de morte dos mais empedernidos fanáticos. Muitos deles, muito provavelmente, insurgir-se-iam contra um atentado de um grupo radical qualquer em nome de uma religião mas acham valido dar porrada noutro gajo só porque o clube de futebol é outro…
…e nem põem a mão na consciência, essa danada, para perceberem que, na realidade, são tal e qual os outros gajos, apenas divergem na religião…
…ou como o outro no facebook que mudou a sua foto de perfil para o “je suis Charlie” e ameaçou um gajo qualquer que fez uma piada de mau gosto sobre pedofilia…
…sem perceber sequer a incongruência do que fazia!
Acho que aquilo que falta mesmo, no mundo, é a coerência.
Não se pode pertencer a uma religião que defende a vida e matar em nome dessa religião. Não se pode ser budista e defender uma corrida ao armamento. Não se pode ser cristão e racista. Não se pode defender a liberdade e defender que esta seja suprimida aos que pensam de uma maneira diferente.
Mas há uma coisa que a minha consciência, à força desta confrontação com a minha coerência, me tem ensinado:

-Preocupa-te contigo, com a maneira como ages, com a maneira como te relacionas com o mundo, trata bem quem te tratar bem e ignora quem te tratar mal. Tenta ser a pessoa que achas que deverias ser, o que só por si é desde logo uma tarefa complicada. O resto…
…como diria a Rita Guerra, “são pormenores sem a mínima importância”

(Já agora esclareço que o nome do Benfica é só usado a nível de exemplo uma vez que é, alegadamente, o maior clube português. Tenho tanto a favor do mesmo como contra, ou seja, nada!)

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Dogma


Acho que há, hoje em dia, quem pense que o pensamento religioso radical e o fundamentalismo são património exclusivo do Islão!

Dado o que vemos a entrar por nossas casas à hora do jantar todos os dias não é difícil ter este tipo de percepção…
…mas está errada!

Há um filme de 1999, realizado por Kevin Smith, que têm o curioso título de “Dogma”.

Este filme contou com protestos aquando da sua estreia à porta de cinemas (o realizador fez um cartaz onde se podia ler “Dogma is dog shit” e juntou-se aos protestos) houve ameaças de morte (?!), além de o filme ter sido banido de um monte de sítios…

A história é mais ou menos assim:

Aquando da destruição de Sodoma e Gomorra (Ben Afflek e Matt Damon), os anjos que a executaram excederam-se um bocadinho e, no meio da barafunda, beberam uns copos a mais. Quando Deus apareceu repreendeu-os pelo excesso (destruir sim, mas não era necessário aquilo tudo) e um deles mostrou-lhe “o dedo”.
Como resultado Deus baniu-os de voltar a entrar no céu, mandando-os exilados para o Wisconsin, nos Estados Unidos.
Já nos dias de hoje, um, cardeal americano procura revolucionar a fé católica, e vai consagrar uma igreja. Ora, todos os que passarem pelo pórtico de uma igreja no dia da sua consagração têm todos os seus pecados perdoados, pelo que os anjos, fartos de andar por aqui e com saudades de casa, arranjam um plano: Vão até à igreja, provocam o caos, arrancam as asas, tornando-se assim mortais, passam o pórtico e deixam-se matar pela policia já livres de pecado, o que os leva directamente para casa.
O problema é que isto iria contra a palavra de Deus, pelo que, caso eles conseguissem, a criação deixaria de existir.
Como se não bastasse, ninguém sabe onde é que Deus pára e, Metatron, anjo que é “a voz de Deus” resolve tomar conta dos acontecimentos para tentar evitar que aconteça a catástrofe. Para tal encontra o último parente vivo de Jesus, uma descendente de um primo da sua mãe (Linda Fiorentino), que só por um mero acaso é médica e dona de uma clínica de abortos no interior rural dos Estados Unidos.
Esta empreende uma viagem numa tentativa de travar os anjos e pelo caminho vão aparecendo pessoas que a ajudam. Dois gajos que ganham a vida a vender erva, uma musa inspiradora, Serendipity, que inspirou os maiores romances jamais escritos e que resolve vir para a terra para tentar a sua sorte como escritora, mas que fica bloqueada e resigna-se a trabalhar num bar de strip, mas nunca faz strip integral, uma vez que não têm sexo (Selma Hayek) e até o 13º apostolo de Jesus, Rufus,  que cai (literalmente) do céu no meio de uma estrada e que se queixa de descriminação e de nunca ser mencionado na bíblia porque é preto (Chris Rock).

Nada mais digo acerca do filme, a não ser que, quando Deus finalmente aparece, é alguém que não se está mesmo à espera…

É um filme irónico, divertido, de ir às lagrimas com algumas cenas, escrito e realizado por alguém profundamente católico mas que não deixa de ter sentido de humor, e mais, um sentido de ironia apuradíssimo. Um filme que é, sem dúvida, uma chapada ao fundamentalismo cristão que quis parar a sua exibição e ameaçou de morte o realizador.

A ver por toda a gente menos católicos sem sentido de humor!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Cavanna

Nos Idos de 1986 foi dada à prensa, pela mão da D. Quixote, a 1ª e que eu saiba única edição em Português de um livro com um Título sui-géneris:

As sagradas escrituras - as aventuras de Deus e do menino Jesus

Li pela primeira vez este livro pelas mãos de um amigo que o têm (é uma raridade) enquanto ia numa carrinha carregada de material e pessoal para um concerto a cerca de 20 Km de Beja. Ou por outra, não consegui ler, porque a cada meia página escangalhava-me a rir tendo os outros todos a perguntar-me porque e tinha de voltar atrás e lia alto a passagem que me tinha feito rir...

...o resultado é que quem passasse por nós na estrada devia pensar que aquilo era uma carrinha cheia de malucos que tinham andado a fumar umas cenas...
...o que não anda longe da verdade, mas não era o caso naquele momento!

Não descansei enquanto não encontrei o livro, pelo qual paguei uma quantia nada modesta pela compra e envio de uma pequena livraria em Minas Gerais, no Brasil, da edição Portuguesa...

E chegou-me às mãos um livro novo com 28 anos!

E, apesar do preço que paguei por aquele que era provavelmente o último exemplar novo da edição Portuguesa, valeu a pena...

...e nem vos digo porque é que valeu a pena...

...mas mostro um bocadinho...

(e aqui para nós, se Deus têm sentido de humor (e deve ter - basta olhar para o ornitorrinco) deve ter-se rido às bandeiras despregadas com este livro!)

«No princípio, Deus criou o Céu e a Terra. A Terra era informe e vazia e as trevas cobriam a face dos abismos. Não era um sucesso… Deus viu isso e desejou que aquilo nunca tivesse existido, mas isso Ele já não podia fazer por isso o melhor era aceitar o Seu trabalho.

Deus disse: «faça-se luz», e a luz fez-se.

Deus viu que a luz era boa e Ele rejubilou-se no Seu coração.

Era uma sorte. Ela poderia igualmente ter sido má. Vocês sabem como é, quando se cria qualquer coisa, às vezes sai bem, às vezes sai mal. (…)

Deus disse para consigo que, se ele tivesse sabido, teria começado por criar a luz.

O que prova que Ele tinha muito que aprender.

Ora, Deus, sendo omnisciente, não pode aprender nada que não saiba já.

A não ser que, naturalmente, ele tenha decidido no Seu todo-poder não saber esta ou aquela coisa, quer dizer, não ser mais omnisciente.

Quer dizer, não ser mais Deus.

Porque Deus pode tudo, mesmo deixar de ser Deus. Mesmo suprimir-se a si próprio.

O que é um pouco embaraçoso, porque então Deus não é eterno.

Porque se Ele é eterno não pode morrer, mesmo que assim o decida e, então, ele não é todo-poderoso.

Deus tem portanto a escolha ou é Eterno ou é Todo-Poderoso.

E em ambos os casos: não é Deus.

Este é um problema insolúvel.

Um problema insolúvel é um problema que não tem solução. Se ele não tem solução ninguém o pode resolver, nem mesmo Deus.

Por conseguinte, um problema insolúvel é mais forte que Deus.

Mas os problemas insolúveis, como todas as coisas, foram criados por Deus. (Contudo Ele não se lembrava de ter criado essa…) A criatura não pode estar acima do seu Criador.

Tudo isto faz pensar.

Foi precisamente à força de tanto pensar em tais coisas desde a eternidade da duração que Deus, para mudar as suas próprias ideias, decidiu criar.

Mas quanto mais Ele criava mais isso Lhe dava que pensar.

Hum…

Então, Deus interrogou-se se seria mesmo Deus.

Mas se Deus não é Deus, quem é que é Deus?

Ham? Ham?

Não saio deste ponto.

Deus viu que qualquer coisa não ia bem.

Felizmente Deus viu que tinha criado a Contradição, e voltou a serenar o Seu coração.

Porque, graças à Contradição, Ele podia então ser e não ser ao mesmo tempo (…).

Portanto, Ele não tinha nenhuma razão para Se preocupar.

Bastava-lhe não pensar mais no assunto.

E deixar mesmo de pensar.

Porque o pensamento não é bom.

Quando começamos a pensar nunca sabemos onde é que vamos parar. Quando Deus começa a pensar o Seu pensamento arrisca-se a dar com isto, o que é muito desagradável: que Ele não existe.

Ora, Deus quer existir.

Ponham-se no seu lugar.

Se Deus tivesse de deixar de existir cada vez que a Sua existência se torna logicamente absurda, não haveria religião possível.

E, neste vale de lágrimas, as criaturas não saberiam o que haviam de fazer domingo de manhã antes da hora do aperitivo.

E isso seria triste.

Felizmente Deus não pensa.

Graças a Deus!»

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2015

Deixa cá ver se eu percebo bem:



Nesta anedota de país há pessoas que trabalham para o estado.
Depois há pessoas que não são funcionárias públicas, mas que trabalham para empresas cujo capital é maioritariamente estatal.
Nos primeiros há funcionários públicos de 1ª e funcionários públicos de 2ª.

Passo a explicar esta minha teoria:
O governo resolveu que os funcionário públicos trabalhavam pouco e, como tal, resolveu alterar as regras e aumentar o tempo de trabalho para 40 horas semanais…
…coisa contra a qual não tenho qualquer oposição!
No entanto, as câmaras municipais, o ministério da justiça e mais alguns sítios decidiram que o governo estava parvo e não instituíram as 40 horas, continuando os seus funcionários a trabalhar as 35 horas o que criou logo à partida uma dicotomia…
Há funcionários com as mesmas funções, co o mesmo salário, mas que, por força do local onde trabalham têm um horário menor, o que na prática invalida o facto de auferirem o mesmo vencimento. Logicamente, os que trabalham 35 horas auferem mais salário hora que os que trabalham as 40!
Depois, como se isto não fosse já estúpido o suficiente (e, acredito, constitucionalmente duvidoso – se bem que por cá politica e estupidez são coisas que andam frequentemente de mãos dadas) temos o dia de amanhã, que por acaso é terça-feira de Carnaval, dia que nunca foi feriado mas que era (e na pratica acaba por ainda ser) tradicionalmente tolerância de ponto.
Depois do um primeiro ministro, no passado, ter feito a asneira de não dar a tolerância num ano, este governo decidiu retirá-la de vez…
…mas as câmaras, muitos departamentos, isto para além da grande maioria das empresas privadas acharam por bem dar essa tolerância, pelo que, na prática, só vai haver meia dúzia de pessoas a trabalhar nesse dia…
…e, como tal, embora não seja feriado e não haja tolerância de ponto, as empresas públicas de transportes praticam horários de fim-de-semana…
…o que quer dizer na prática que a meia dúzia de ursos que têm de ir trabalhar tem de se levantar mais cedo para apanhar transportes e vão apanhar grandes secas para voltar para casa…
...isto já para não falar no facto de as escolas estarem fechadas (mesmo os ATL's) e de a malta ter de ir pôr os putos no prego, se não tiver com quem os deixar...

Agora a sério, mas alguém ainda acha que isto é um país? Eu pessoalmente acho cada vez mais isto uma anedota…

…para minha infelicidade, vivo nela…

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Se me contassem eu não acreditava!



Pela primeira vez na minha vida afirmo isto em relação a um jogo de futebol: Eu pagava para ter visto só este pedaço do jogo! (o resto também já era abusar...)

Roubado do Blog da Beijo Molhado!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

RIP

Há coisas na vida que nos põem a pensar.
O recente falecimento de uma pessoa que, embora não tivéssemos contacto próximo já há algum tempo, não deixava de ser uma pessoa sempre presente, deu-me muito em que pensar.
Era uma rapariga pouco mais nova que eu e que sofreu bastante, com três reincidências de um cancro que teimosamente não a quis deixar ficar por cá.
Era uma amiga e visita de casa. Era um espírito livre e rebelde, por mais que à primeira vista não o parecesse. Era, sem dúvida, uma das melhores pessoas que já conheci, opinião partilhada por quase todos os que tiveram contacto com ela. Não quis flores no seu funeral. Preferiu que amigos e família trouxessem cartões feitos pelos próprios (nada cá de mariquices compradas) com algo de engraçado. Dizia que não queria ver ninguém triste no seu funeral.
Mas era impossível não o ficar e não pensar um pouco no quanto o mundo é injusto para algumas pessoas. No entanto, apesar do sofrimento por que passou, tinha sempre um sorriso e uma palavra de carinho para os que a rodeavam e isso talvez seja o exemplo maior da sua profunda humanidade.

Há um livro, de Poul Anderson, chamado “O Avatar”. Para quem não sabe muito bem o que é um Avatar fora do contexto dos perfis das redes sociais e antes que vão “googlar”, é uma encarnação humana de um ser divino. Neste livro duas personagens completamente opostas estão em cena. Uma fria e racional, técnica, que presa o conhecimento. A outra uma artista livre e descomprometida com o mundo, uma rebelde saltimbanca que anda se sítio para sítio tocando as pessoas com a sua arte.
Estas duas personagens acabam por se encontrar entre a diminuta tripulação de uma nave que tem de fugir do sistema solar e ir em busca de uma raça desconhecida chamada de “Os Outros”, saltando através de pórticos que foram deixados à humanidade e são a única prova de que esta raça existe ou existiu no universo.
Quando finalmente os encontram, ao fim de muitas peripécias é-lhes anunciado que apenas um deles, o Avatar que está no meio deles, poderá ir ao seu encontro e, enquanto a mulher da técnica e racionalidade se prepara para se encontrar com eles chega o anuncio de que o Avatar é, afinal, a outra que ela tanto desconsidera e despreza!

A minha amiga não era pessoa de ter o mesmo tipo de atitudes da personagem da história (embora algumas conversas que tivemos sugerissem alguns laivos…), mas era, tal como a personagem, profundamente humana, de uma simplicidade absoluta e completamente anti-convencional.

Heliana Vilela, quero que saibas, onde quer que estejas, que um dia, quando eu crescer, quero ser exactamente como tu!
Vais deixar saudades, mas não te preocupes, que a tua memória apenas me faz esboçar um sorriso…
…e enquanto houver memória de ti, estarás viva.

Obrigado por me teres tocado. A minha vida é mais rica por tua causa.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Feiticeiro

Vá-se lá saber porquê, ou pelo menos na altura não conseguia mesmo perceber porquê, mas após ver o filme "Streets of fire" com os meus 13 anitos, esta coisa ficou-me colada ao ouvido!

Hoje em dia percebo o porquê, grande composição dessa grande senhora chamada Stevie Nicks para o filme e, se repararem bem lá ao fundo a voz inconfundível dela está lá, embora a música tenha sido gravada pelos Fire Inc., banda que, acho eu (corrijam-me se estou errado) apenas têm duas músicas no curriculo, sendo a outra a imortal "Nowhere fast" da banda sonora do mesmo filme!

A Stevie Nicks, passados estes anos todos gravou esta música junto com a Sheryl Crow, mas não é a mesma coisa...

A linha que Deus fez



Não prometi
Pôr o mundo aos teus pés
Nunca te quis diferente de quem és
Viver sem saber quem sou,
Foste tu que mudaste
Ou o mundo inteiro que mudou?

Não esqueci
Nada do que sonhamos
E em sonhos revivi tudo o que passámos.
O frio da dor voltou!
Foste tu que mudaste
Ou o mundo inteiro que mudou?

Eu nunca fui perfeito,
Nunca andei direito
Na linha que Deus fez...

Sempre
Fui a chama ardente
Longe do presente
Num futuro ausente
E assim eu sei
Que cedo me dei
Que fugi à lei
E o tempo partiu
E a saudade caiu
E eu quebrei

Ilusão maior
Saber-te de cor
Ter o teu ardor
o Teu corpo em mim
Dar-me a ti assim
De mente desperta
De alma aberta
Na negação
Na ilusão 
De um amor que eu sonhei

Eu sou ser imperfeito
Nunca andei direito
Na linha que Deus fez...

Na idade dos porquês
Rasguei o meu peito
Despi-me a preceito
Descobri o amor
Fábula maior
Só sobrou a dor
Mas por ti esperei
Na negação
Na ilusão
De um amor que eu sonhei...

© 2015 C. N. Gil


quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

O meu caro amigo e poeta Emanuel Lomelino…

…escreveu um texto que podem encontrar aqui.

Para quem não se quiser dar ao trabalho de o ler, é um texto acerca do nosso ex-editor Paulo Afonso Ramos, e da sua editora, a Lua de Marfim Editora, casa que editou os meus dois primeiros romances, “Lilith” e “Conscientização”, e o livro de crónicas “Treta de Cabos – Vidas de Rocker”, sendo qualquer um deles apostas arriscadas por parte dele, uma vez que ninguém me conhecia (e poucos conhecem…).

Em primeiro lugar, subscrevo inteiramente o texto do Emanuel.

Tenho a dizer que, pese embora as divergências que tive com o Paulo, aliás, as divergências que tenho com o panorama editorial Português (e que não é culpa do Paulo, como é óbvio), é uma das pessoas mais sérias com quem trabalhei neste meio e é pena que o próprio mercado (ou a ausência do mesmo por factores vários) empurre a sua editora para um nicho, não lhe dando a relevância que poderia e deveria ter.

Há uns meses atrás não diria o que vou dizer a seguir, não porque não fosse verdade, mas porque tinha laços estreitos com a editora e como tal aquilo que eu dissesse poderia soar a algo com alguma intenção por trás. Neste momento não tenho laços com ninguém e portanto aquilo que digo é o que acho que é.
O Paulo é uma pessoa de quem se gosta. É genuíno no que faz e tenta fazer. Arrisca, como no caso da abertura da sua livraria na Amadora, numa altura em que fazê-lo pode ser um tiro no pé!
Infelizmente o Paulo esbarra-se constantemente com as muralhas que existem em Portugal e que travam quem tenta fazer alguma coisa, mas é meu desejo que a sua nova aposta corra pelo melhor.


Independentemente das divergências que possamos ter, considero o Paulo Afonso Ramos um amigo, desejo as maiores felicidades à livraria Lua de Marfim, na Amadora (fica a dica – passem por lá, se tiverem a oportunidade), e espero que ele tenha a consciência de que, se precisar de algo da minha parte, pode contar comigo, porque, mais importante que a relação entre autor e editora é a relação de amizade.