sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Porque hoje é dia de acção de graças...

...e, embora a minha vida não seja um mar de rosas, tenho muito porque dar graças...


(Já os perus Americanos não devem achar grande piada ao dia...)

Pronto, o canto alentejano foi declarado património da humanidade!

Quer isto dizer que até quem nunca se deu ao trabalho de ouvir passou a ser absolutamente fã, à semelhança do que aconteceu com o fado!
Agora é que os grupos corais começam a actuar nos festivais de verão, perante multidões a abanar a carola, enquanto fazem a primeira parte de Metallica!

(tou mesmo a ver os headbangers todos a fazer mosh ao som de "Todávida fui past-o-ri, ai,ai, todávida gaurdê gá-ádo, Tenho uma cova no pê-ê-to, ai, ai, de mincostar ao cajado!")

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Só se pode dizer mal daquilo que se conhece!

Aqui há uns meses, não muito tempo atrás, trocava mensagens via “faicebuque” com alguém que faz a programação de música ao vivo de um bar, no intuito de marcarmos um concerto, quando ele me pergunta que estilo de música é que a minha banda toca.
Respondi que tocávamos uma espécie de Blues musculado, já a tender bastante para o Hard Rock, o que o deixou entusiasmado, perguntando-me a seguir que reportório é que costumávamos tocar.
Respondi-lhe que tocávamos originais. Ele ficou desiludido!
Respondeu-me logo em seguida que bandas de originais apenas eram contratadas se fossem fazer a primeira parte das bandas de covers que actuavam lá!
Comentei com ele que não deixava de achar estranho.
Ele, provavelmente pensando que o estava a criticar, desculpou-se, comentando comigo que o pessoal não queria ir ver bandas de originais, não havia mercado para isso…
Eu sosseguei-o logo em seguida, dizendo que compreendia perfeitamente. Uma casa tem de fazer a sua programação de acordo com aquilo que os seus clientes querem. Não é uma instituição não lucrativa. Existe para ter lucro ou fecha as portas e esta é a realidade das coisas!
Claro que compreendo este desejo de sair à noite e ir para um bar ver um bando de gajos a tocar musicas de outros, bater palminhas, bater o pezinho, cantar em coro com as músicas todas…
Durante anos toquei em bandas de covers e são, sem dúvida, a única escola possível em Portugal para músicos que se queiram fazer…
…a grande diferença entre a altura em que eu tocava e hoje em dia é que há 15, 20 anos atrás era comum uma banda receber entre 300 e 350 “aérios” por noite. Hoje em dia é uma sorte quando chega aos duzentos e a coisa tem de ser bem regateada, sendo que a maior parte dos bares oferece entre 100 e 150 a uma banda, independentemente do seu número de elementos. Isto significa, na prática, que algumas das bandas pagam para tocar!
Eu saí deste mercado quando os pagamentos começaram a decair. Deixou de ser rentável, simplesmente porque cada vez que saio de casa para tocar tenho as despesas de deslocação (gasóleo, seguros e manutenção do carro não são coisas baratas), As guitarras (que também não são coisas baratas a não ser que o pessoal pense que pode tocar com aquelas de 60€ que se compram nos hipermercados, as cordas para as guitarras (levo sempre mais que uma), um amplificador que custou 1600€, pedais de efeitos, cabos, colunas de monição de som, microfones, e, sobretudo trinta anos de experiência e aprendizagem contínua! Ora, sair de casa a meio da tarde, montar o palco, fazer ensaio de som, ir jantar, apanhar uma seca brutal até à hora de tocar, tocar duas horas de músicas de que por vezes nem gosto muito(mas que são o que o pessoal quer ouvir e são quase sempre as mesmas), arrumar tudo e chegar a casa quando o sol já nasceu para, tirando as despesas, ter mais 20€ no bolso não me parece bom negócio. Até porque basta haver uma avaria ou um dano em qualquer do material que levo para não chegarem 10 concertos para pagar a reparação!
Claro que me dou a este trabalho pelas minhas músicas, mas estas fui eu que compuz e se eu não as divulgar, ninguém o fará por mim, portanto considero isso um investimento, mas pelas músicas de outros?
Durante 6 ou 7 anos toquei o “it´s my life” dos Bon Jovi cerca de 2 vezes por semana e nem gostava da música! Hoje, cada vez que passa na rádio mudo de estação ou desligo! E isto é só um exemplo!
Por outro lado, não deixa de ser curioso o facto de que em sítios como Londres há imensos sítios que têm musica ao vivo…
…mas quase não há bandas de covers! O circuito de originais é imenso e andam lá bandas a tocar de que nunca ouvimos nem ouviremos falar, mas aquelas de que ouvimos começam ali! São julgadas em directo, pelo público, e se o público gosta, elas crescem, ganham estatuto, contractos, tournées mundiais, vêm cá nos festivais de verão que estão à pinha de pessoal que paga bem caro os bilhetes e cheios de bandas estrangeiras das quais apenas uma minoria ouviu falar e depois têm bandas em Portugal a tocar as musicas deles nos bares! Ora se eles nunca tivessem tocado, ninguém faria covers deles em lado nenhum!
Não deixa de haver uma certa ironia nisto!
Creio que um povo que se despreza a si próprio não pode esperar que os outro o respeitem…
…e olhando para o panorama internacional, temos o respeito que merecemos!

Ou, como dizia a um amigo meu nos transportes há uns dias, entre olhares reprovadores e semi-culpados de quem nos rodeava, enquanto falava desta temática:

-Somos um país espectacular, cheio de pessoas com uma mentalidade parola e da treta!

Ainda falando de Rock...

The Winery Dogs - I'm No Angel (2014) from Industrialism Films on Vimeo.

"Don't you think you should have learned by now?
You can't put you faith in the devil when you want to see God!" 

Rock'n'roll machine!

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Finalmente percebi...

...o porquê desta barafunda com o ex PM!

Isto era uma estratégia concertada com o António Costa para encher os cofres da Câmara de Lisboa com as taxas de entrada e estadia dos jornalistas todos que invadiram Portugal!

Infelizmente o Juiz não teve em atenção a oportunidade e as taxas ainda não estão aprovadas! Devia ter esperado mais um pouquinho!

Isto ele há pessoas que não levam em consideração os interesses da capital, pá...

Ontem...

...ouvi isto de passagem num canal noticioso:

-José Sócrates foi um ex Primeiro Ministro...

Confesso que fiquei na dúvida se o homem foi preso ou tinha morrido...

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

George Orwell, em 1946, escreveu o seguinte numa dissertação acerca da língua inglesa:

"Now, it is clear that the decline of a language must ultimately have political and economic causes: it is not due simply to the bad influence of this or that individual writer. But an effect can become a cause, reinforcing the original cause and producing the same effect in an intensified form, and so on indefinitely. A man may take to drink because he feels himself to be a failure, and then fail all the more completely because he drinks. It is rather the same thing that is happening to the English language. It becomes ugly and inaccurate because our thoughts are foolish, but the slovenliness of our language makes it easier for us to have foolish thoughts. The point is that the process is reversible. Modern English, especially written English, is full of bad habits which spread by imitation and which can be avoided if one is willing to take the necessary trouble. If one gets rid of these habits one can think more clearly, and to think clearly is a necessary first step toward political regeneration: so that the fight against bad English is not frivolous and is not the exclusive concern of professional writers."

Traduzindo:


É claro que o declínio de uma língua deve, em ultima instância, ter causas políticas e económicas : não é simplesmente devido à má influência deste ou daquele escritor individual. Mas um efeito pode tornar-se uma causa, reforçando a causa original e produzindo o mesmo efeito de forma intensificada e assim por diante indefinidamente. Um homem pode mergulhar na bebida porque se sente um fracasso, e depois acaba por falhar em tudo completamente porque bebe . É a mesma coisa que está a acontecer à língua Inglesa. Ela torna-se feia e imprecisa porque nossos pensamentos são tolos , mas o desleixo da nossa língua torna mais fácil termos pensamentos tolos. A questão é que o processo é reversível. O Inglês moderno , especialmente o Inglês escrito, está cheio de maus hábitos que se espalham por imitação e que podem ser evitados se a pessoa estiver disposta a dar-se ao trabalho necessário. Se alguém se livrar desses hábitos pode pensar com mais clareza, e pensar claramente é um primeiro passo necessário para a regeneração política: a luta contra o mau Inglês não é leviana e não é a preocupação exclusiva de escritores profissionais.

Lendo isto, acho que poderia ser aplicado directamente ao novo acordo ortográfico...

Mau Português = pensamentos menos claros
Pensamentos menos claros = Pior política = leis ambíguas sem definições claras que permitem (quase) tudo!

Não digo com isto que as línguas não sejam entidades vivas e que por isso estejam sujeitas e evolução, mas uma evolução que é impingida à força por meia dúzia, contra tudo e contra todos, com pareceres contra dos maiores académicos e pensadores e que é questionada em quase todo o lado onde foi aplicada (no brasil há contestação contra o acordo!) dá que pensar, não acham?

Tenho cá para mim que há algumas pessoas que acham que não é bom que as pessoas pensem claramente!

Aqui há uns tempos o Editor da editora (passe a redundância) que lançou os meus livros convidou-me a participar numa colectânea, ao que eu respondi afirmativamente.
Depois deu-me as regras, sendo a última "os textos têm de estar de acordo com o novo acordo órtografico", ao que eu respondi simplesmente "Então esquece, porque eu escrevo em Português!

Não participei...

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Estragaram-me...

...as madrugadas de terça-feira!

Eu explico.
Todos os dias, quando chego à cozinha para fazer o pequeno almoço, ligo a televisão na Fox e vou tentando acordar os neurónios enquanto vejo uma série qualquer.
Infelizmente, de há uns tempos para cá, quando eu estou a acabar de comer começa o Dexter. Embora tenha gostado do começo da série, aquilo chegou a um ponto em que já não me diz nada, mas como vejo apenas o genérico, praticamente, não é grave!
Grave, grave é o facto de às terças-feiras repetirem o episódio da noite anterior de "The walking dead", a série mais absurdamente parva da Fox a seguir, claro, ao Lost, serie essa que deixei de ver assim que percebi que os guionistas não faziam ideia do que estavam a escrever, o que foi por volta do 4º episódio da 1ª série, e que se confirmou no fim (a bem dizer, eu ainda estava a ver se aquilo teria um final expectacular que me obrigasse a ver as séries todas de enfiada, mas afinal... Foi uma espécie da trilogia do matrix - 3 excelentes filmes arruinados nos ultimos 10 minutos do 3º)

E é parva porque:

-É uma cópia chapada, nos seus pressupostos, do jogo "resident evil" que deu origem a uma série dos piores filmes de sempre onde a única coisa que se aproveitava era a Mila Jovovich, sendo que já o jogo era parvo

-É ainda mais parva porque aqueles mortos todos em decomposição já se teriam mesmo decomposto ao fim de tanto tempo, e a epidemia já teria acabado

-E consegue ser mais parva ainda porque já não há pachorra para tanto vampiro, lobisomem e zombie a popular o ecrã!

Lá tenho que me contentar em, à terça-feira, ver coisas embaladas como noticias e o estado do tempo no canal 1...

Há muito, muito, mas mesmo muito tempo atrás, tanto que as pessoas ainda eram educadas umas com as outras e ainda acreditavam que se poderia fazer alguma coisa deste país, li um livro invulgar!
Invulgar porque, em primeiro lugar, li-o com catorze anos e, como qualquer livro invulgar numa idade destas, abriu-me horizontes nunca antes pensados.
Invulgar também quer pela história que está no livro, quer pela história da escrita do livro.
Quem o escreveu foi um senhor americano, ultra-conservador, chamado Robert Heinlein!
Ora, este senhor ultra-conservador, vá-se lá saber como, escreveu o livro que se viria a tornar na bíblia do movimento Hippie e acabou por ter de pôr uma vedação electrificada à volta da casa para não ser importunado pelos “vagabundos” que lhe vinham prestar homenagem!
Não vou entrar aqui na história do livro, nem coisa que se pareça, mas há um momento do livro em que o personagem principal, numa tentativa de perceber as religiões, lê todos os livros e textos sagrados que consegue encontrar, medita profundamente (“groca”) o significado de todos eles e chega por fim a uma conclusão:
-Tu és Deus!
Dito assim, parece uma coisa fácil de assimilar, mas na verdade não é!
Nessas passagens do livro ele dá o exemplo de que a Deus não passa desapercebido o facto de um pardal cair de uma árvore. E não pode passar porque o pardal é Deus, bem como o gato que o caça. Se a matriz do universo é divina, então todos nós somos divinos por inerência. Não temos de fazer nada para o ser… Simplesmente somos!
O problema é que, de alguma maneira, perdemos contacto com a nossa divindade, perdemos a empatia com o divino quando demos uma entidade externa a Deus!
Os busquímanos  do Kalahari, quando estão prestes a matar um animal para se alimentarem, falam com ele e explicam-lhe porque têm de o matar. Pedem desculpa por ter de o fazer. Criam uma empatia com o animal. Respeitam-no, porque lhe devem respeito!
Nós perdemos o respeito pelo que nos rodeia. Perdemos o respeito por nós próprios e não nos reconhecemos!
Isto tudo vem a propósito do excerto da entrevista que por aqui coloquei ontem, de uma médica que pôs o dedo na ferida ao afirmar que a medicina tradicional é, nem mais nem menos, que uma máfia refém dos grandes grupos económicos, que não existe para curar as pessoas, mas sim para amenizar os sintomas e, se possível, manter as pessoas agarradas às drogas legais por uma vida inteira!
Não tenho o menor problema em acreditar nisto! A industria farmacêutica não trabalha sem fins lucrativos! Sendo frio em absoluto, não é difícil perceber que é mais lucrativo ter uma pessoa uma vida inteira a consumir medicamentos do que curá-la!
Mas ela diz outra coisa muito importante: O instrumento que é usado para nos controlar é o medo. Queremos instintivamente segurança e quando aparece alguém que nos promete essa segurança, tendemos a seguir esse alguém. Mas, na verdade, a segurança não existe, portanto uma promessa de segurança é apenas uma falácia! O medo e o desejo de segurança são usados para nos manter ordeiramente quietos e calados, usados para aceitarmos atrocidades que de outra maneira seriam inconcebíveis…
…e nós continuamos por aqui, alheios à nossa capacidade de escolha, alheios à nossa divindade, o que nos faz estar permanentemente incompletos e numa procura incessante de algo que não sabemos o que é, na esperança que a próxima casa, o próximo carro, o próximo iphone nos tragam algo que não existe, a atafulhar as nossas vidas com coisas que não precisamos e de olhos tapados para o que realmente importa!
Nós somos divinos! A escolha de Deus é a que nós fazemos a cada dia, a cada hora!
Não existe bem nem mal! Apenas diferenças de perspectiva…

Se calhar é hora de respeitarmos a divindade, respeitando-nos.
Se calhar é hora de amarmos a Deus, amando-nos.


Não precisamos de quem nos ame se nos amarmos a nós próprios. E se o fizermos, teremos amor de sobra para distribuir à nossa volta…

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Excerto de uma entrevista de Guylaine Lanctot


Peço desculpa por não me dar ao trabalho de traduzir isto, mas quem quiser ler saberá como. E quem quiser saber quem é esta senhora, basta uma pesquisa rápida no Google.



Burke: Can you speak more about the soul in relation to healing?

Guylaine Lanctot: Well, how does the soul get sick? What's the disease of the soul? I believe it is due to submission, expecting love to come from outside, from external authorities. We're giving others the power to make us happy. Hypothetically, if my mom doesn't like me, I'm sad and I get sick. Whereas, if I realize that I am the only authority, that love is within me, that I am pure, divine, unlimited love, then I don't need other people's approval to do what I want to do in my life. I'll just listen to my inner voice, and do what my inner voice tells me to do. This is what I call in the book "sovereignty." So, the illness of the soul is submission, and the wellness or healing of the soul is sovereignty, individual sovereignty. Now, we've always been led to believe that sovereignty exists for a country or for a kind or queen.

Burke: Yes.

Guylaine Lanctot: Well, it's a major leap in consciousness to realize that there's no such thing. For instance, if you think about a country, a country is limited. A kind or queen is limited. Whereas sovereignty has no limit. Therefore, a country cannot be sovereign. Only a Divine entity, only God, the Creator, is sovereign; and only God within us, our inner god/goddess, can be sovereign. So, we are the Creator living in our bodies; so we are divine. Since we are immortal and divine individuals we do not need to die. Why do we die? We believe death is going to happen so we make it happen. If we make death happen we can make immortality happen. If we make suffering happen we can make joy happen for us and the society we are living in. We are creators by nature. We can create everything we want. We can create a terrible future or a fantastic one. We've got the option. Why were we never told that? For centuries all of the authorities, especially the religious ones, have taught us that God is outside. God makes the rules and God, although he is pure love, will punish us if we don't do this or that. Is this possible? I believe it is impossible! When people realize they are god/goddess, that God lives within them, you cannot dominate or exploit them anymore! People can only be kept in slavery if you make them believe they are sheep and need someone to obey other than themselves. The moment people realize they are their only authority and obey their conscious, the outside authorities no longer have control over them!

Burke: Tell us more of your personal story dealing with the authorities, if you will.

Guylaine Lanctot: Okay. I had the choice to either obey the external authorities and keep my mouth shut or obey my inner authority, which is my conscious, and speak out, which I did. So, I launched the book; then, the external authorities asked me to resign.

Burke: Based on what reason?

Guylaine Lanctot: The authorities make laws the way they want to. We have to realize that all legality is man-made law.

Burke: But you didn't do anything that was breaking the law.

Guylaine Lanctot: Well, yes. Their law says that a doctor speaking in public can only say what mainstream medicine recognizes.

Burke: We didn't know that.

Guylaine Lanctot: You don't hear this. People don't know this medical establishment rule. Doctors are not allowed to give alternative information to their patients.

Burke: In what countries?

Guylaine Lanctot: It's the same all over. It's a way to keep doctors in line.


Tá decidido!

Quero uns ólicus assim!


segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Pá,...

5 Continentes
7 Mares
809 Ilhas
204 Países
1 Sistema solar
1 Galáxia
1 Universo inteiro...


...e com tanto espaço tinhas de vir marrar comigo?!

Vai marrar com um comboio!


Um bocado a propósito de algumas conversas…




…que tenho tido acerca da educação (ou da falta dela) das pessoas, independentemente do seu extracto social, tenho pensado, de mim para mim, que essas pessoas que demonstram deficits de respeito para com os outros porque estão cheias de si próprias (quer porque resolvem partilhar os seus gostos musicais com o mundo pondo o telemóvel a tocar dentro de uma carruagem de metro, ou porque se resolvem a ouvir música em altos berros às 11 da noite, quer porque resolvem maltratar quem não lhes pode responder, como empregados de loja e caixas de supermercado…) não deveriam percorrer um caminho de introspecção e procurarem a luz dentro delas…
…deviam antes ter um encontro consigo próprias e terem de lidar com isso!

É que, convenhamos, se nos conseguirmos distanciar de nós próprios para perceber que, por vezes, mesmo de forma inadvertida somos umas bestas, talvez isso contribuísse para nos tornarmos melhores pessoas!

Claro que há situações em que devemos ser umas bestas, como por exemplo, quando um dia telefono para o IKEA a reclamar o facto de que nas peças da cama que estou a montar para a minha filha haver uma que não está certa e de perguntar o que posso fazer e responderem-me que isso se devia ao facto de terem alterado o design e de haver algumas embalagem que saíram “hibridas”, pelo que teria de levar de volta a cama toda (já meio montada) para trocar e quando eu perguntei o que fazer à minha filha de dois anos, visto que já tinha desmontado a cama de bebé dela, me responderem que ela poderia dormir no chão! Virei uma besta! Não o suficiente para fazer queixa do funcionário que me atendeu, mas lá que ele se deve ter cansado de me ouvir…

Mas na maior parte das vezes falta-nos a coragem para percebermos que estamos a ser uma besta para alguém que simplesmente está a fazer o seu trabalho! Enchemo-nos da nossa razão e prontus!

E eu tenho consciência de que, muitas vezes, não gostaria de me conhecer! Talvez por isso , quando a fervura está prestes a transbordar conte até cem e respire fundo (e ainda assim, por vezes, não é suficiente)…


Mas não sei há muita gente por aí a contar até cem…


sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Ainda acerca…


…do assunto do post anterior, posso contar outra situação interessante.
Durante bastante tempo fiz atendimento ao público no sítio onde trabalho. Entretanto, fui sendo retirado desse tipo de funções para outras igualmente necessárias, mas que não envolviam contacto directo com o público, para desgosto de muitos dos clientes habituais que já se tinham habituado ao facto de eu ser rápido e não fazer favores ou aturar “merdinhas” de ninguém, fosse quem fosse.
Ainda assim, volta e meia, quando aparecia alguma bota difícil de descalçar era habito mandarem o caso para mim e eu atendia.
Naquele dia, igual a todos os outros dias, estava eu entretido a lidar com um fluxograma de procedimentos que ocupava uma parede inteira quando o telefone toca. Era a secretária da directora lá do sítio!
-Olhe, a Srª Directora vai mandar uma pessoa para baixo, para ser atendida, mas quer que seja você a atender.
Estranhei! Não porque quisessem que eu atendesse alguém, mas por ser preciso tal cerimonial para isso, o que levou à pergunta:
-Mas há algum problema?
-Não, nenhum. Só que a Srª Directora acha melhor a pessoa ser atendida por si.
Cheirou-me a esturro!
-Mas aqui só para nós, o que é que se passa?
E foi então que a secretária se desbroncou, confidenciando-me a situação em sussurros ao telefone.
-É porque é um travesti e tá a imaginar o que é que acontece se ela ou ele ou sei lá o quê é aquilo for ai fora falar com os seus colegas?
Claro que estava e até me estava a rir por dentro, mas a verdade é que seria extremamente desagradável para ele/ela/whatever!
-Ok. Não há problema – e lá fiquei a aguardar que a criatura chegasse.
Entretanto, saio um pouco deste relato para dar algum “background” ao que se passou a seguir.
Trabalhava comigo, na altura, um dos outros raríssimos espécimes do género masculino que por aqui andam. O rapaz, mais novo um ano do que eu, o que quer dizer que naquela altura já eramos ambos os dois bem trintões, era solteiro, tal como eu era, vagamente bom rapaz, ou pelo menos bem melhor do que eu, que não era flor que se cheirasse, passava a vida a babar-se cada vez que via uma miúda gira mas…
…era virgem (e tanto quanto eu sei continua a ser… Se alguém se quiser oferecer para acabar com a miséria do rapaz, pode entrar em contacto comigo que eu dou o contacto dele – MAS ATENÇÃO: aquilo já está acumulado há tanto tempo que não ejaculará espermatozóides mas sim espermatossaurios)!
Houve uma altura em que uma colega nossa, uma boa moça, e ponho em evidência a palavra boa, lhe saltou para cima dentro de um cinema e lhe arrefinfou um xoxo, o que fez com que ele, literalmente, fugisse da sala de cinema, deixando-a estupefacta!
Desde esse dia comecei a dizer-lhe que, cá para mim, ele devia era ser gay e não se assumia. E ele costumava brincar com as bocas que eu lhe mandava chegando-se ao pé de mim e armando-se em bichona (que eu saiba não o é, mas… Não punha as minhas mãos no fogo)!
Mas voltemos à história!
Estava eu à espera da criatura quando o segurança me bate à porta da sala e escolta a criatura para a secretária à frente da minha, aproveitando para lhe tirar todas as medidas possíveis, coisa que, diga-se, não tivesse eu sido avisado que a criatura era do género masculino e teria feito exactamente o mesmo.
Aquilo aparentava ser um portento de mulher. Salto alto, meia preta de rede, vestido curto, justo, que lhe realçava a silhueta e o busto com um decote impressionante, pele cuidada de um tom moreno quase luminoso, cabelo comprido, preto-aza-de-corvo pelo fundo das costas, rosto delicado, maquilhado sem excessos, uma pose e maneiras marcadamente femininas, mas sem exageros…
…os dois únicos pormenores visíveis que não batiam certo ali (e era porque eu estava avisado, senão…) era a maçã de adão e as mãos, muito grandes para serem mãos de mulher!
Ora, tendo eu uma filosofia de vida que tem apenas dois pontos,…

-Os outros podem ser, estar ou fazer o que quiserem desde que não me chateiem
-Não me interessa se és preto, branco, azul, amarelo, tatuado, tens piercings, és gay, porque se me tratares bem eu trato-te bem e se me tratares mal eu trato-te mal

…e não tendo a criatura feito algo diferente de ser extremamente educado e cortês, estava tudo a correr muito bem.
Eis pois que entra o virgem lá do sítio, para me vir cumprimentar, e quase lhe saltaram os olhos das orbitas ao ver o magnifico pernão que estava traçado e em exibição na cadeira à minha frente e que estava agarrado a todo um conjunto aparentemente inspirador! Não querendo perder a ocasião de me envergonhar, olha para mim com um ar sacana, arma-se com a pose mais “bicha” que consegue improvisar no momento e sai-se com um:
-Ai meu querido, que saudades, dá-me cá um beijinho… - e vem direito a mim de beiças estendidas, sob o olhar atento e intrigado da criatura, ao que eu retorqui de imediato:
-Puto, hoje não estou para brincadeiras.
Mas ele não se ficaria só por isto e insiste:
-Vá lá, não sejas tímido, dá-me cá um beijinho… - tendo a minha resposta a isto sido nem mais nem menos que uma sápa na nuca que até o fez levantar os pés do chão e posto isto, saiu dali amuado e a resmungar sozinho.
Quando ele finalmente saiu olho para a criatura e esta olhava para mim de sobrolho levantado e sorriso sacana. Só pensei de mim para comigo: -MAAAAAUUUU! Mas tu num queres lá bere?
Pedi desculpa à criatura pela interrupção e acabei de a atender, despachando-a pela porta fora o mais rápido possível, não fosse haver para ali algum equívoco.
Entretanto, uma hora depois vem o amuado de volta:
-Porra pá, ainda me doi o pescoço da sápa que me deste!
-Não ouviste à primeira…
-Pois, tinhas aí a boazona…
-Pá, aquilo era um gajo!
-O QUÊ?!
-Aquilo era um gajo e tu a pores-te com paneleirices da treta!
O rapaz ficou absolutamente lívido! Mas eu aproveitei e acrescentei logo:
-Se quiseres arranjo-te o telefone dele. Ficou na ficha…

…e ele não quis…

Aqui há uns anos atrás,...



...estava eu mais um estagiário, rapaz do “Nuerte”, mais concretamente de Braga, fanático pelo Benfica e por miúdas jeitosas, parados num semáforo para peões na praça do Chile, à espera para atravessar a Almirante Reis.
Do outro lado da estrada, a querer atravessar na direcção inversa, três cavalonas, extremamente bem feitas, sandálias de salto altissimo, calças de ganga bem justas a mostrar bem os relevos do corpo, cintura fina, peito opulento e firme, bastante destapado, quase no limite do indecente, peles morenas, cabelos pretos e escorridos pelo meio das costas, e o moço, depois de lhes tirar as medidas todas acaba por se voltar para mim e pergunta:
-Fuoda-se! Já biste aquilo?
-O quê? – perguntei eu distraído.
-Aquelas boazonas! Inda num biste?
-Quais boazonas?
-Mas tu tás ceguinho? Aquelas ali, carago!
Eu olhei, encolhi os ombros.
-Pá, tou-te a estranhar! – disse ele perante o meu desinteresse.
-Porquê?
-Atôm, umas coisas daquelas e tu num dizes nada?
-Não há nada a dizer…
-Desculpa, mas no manual das gaijas bouas, aquilo são gaijas muito bouas!
-Ou seriam, se fossem gajas!
Parou tudo!
-Que é que queres dizer com isso?
-Exactamente aquilo que ouviste. Se fossem gajas eram mesmo boas cumó milho. Uma vez que não são…
-Atão se aquilo não são gaijas, o que é que chamas àquilo? – disse ele, com o pânico a instalar-se-lhe na voz.
-Bem, não sendo gajas, não sobram grandes alternativas, pois não?
-Tás-me a dizer que aquilo são gaijos?
-Tou!
Ele redobrou a atenção a observá-las, duvidando das minhas palavras, o que era absolutamente compreensível. A maior parte das mulheres que conheço eram capazes de matar para ter um corpo assim! Ficou de tal forma fixo “nelas” que, óbvio, “elas” notaram.
O semafro muda, os carros param, começamos a atravessar e, a meio da estrada cruzamo-nos com “elas”. “uma” volta-se para ele, com uma voz suave e profunda e diz-lhe, na lata, com um meloso sotaque Brasileiro:
-Gostou, foi, quirido? – e seguiras “as” três a rir à gargalhada, deixando-me também a mim a ir às lágrimas!
Chegados ao outro lado ele, ainda em choque, volta-se para mim:
-Fuoda-se! Aquilo erum gaijos! Cumu é que é possíbel?
-É para tu veres. Aqui nesta zona tens que ter cuidado, que as iludências aparudem!
Mas logo em seguida o rosto iluminou-se-lhe, sorriu e volta-se para mim com o ar mais optimista do mundo:
-Tãobém bou-te dizerê! Se os gaijos aqui sum assim, tou deserto por ber cumu são as gaijas a sério, carago!



quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Admitamos que...

...não deixa de ser irónico o facto de o mundo parar porque uma banda que já não o é, neste momento é um duo, mais concretamente o Senhor David Gilmour nos seus veneráveis 68 anos e o Senhor Nick Mason, que já conta com 70 anos, editarem um álbum!

Mais fantástico ainda é o facto de ser o álbum mais reservado na história, batendo os putos "One Direction", cujo nome se refere, certamente, à direcção que os seus álbuns terão daqui a uns anos quando as suas fãs crescerem um bocadinho - Lixo!

Este não é nem nunca será o álbum mais brilhante de Pink Floyd. Mas talvez venha a ser um dos mais relevantes, sobretudo se se confirmar que será o último álbum de Pink Floyd!

Mas não será relevante só por isso.

Numa época de comida de plástico, de facilitismos, em que o sucesso de um grupo se mede não pela sua obra mas pela quantidade de singles orelhudos que darão bons videoclips para a MTV, fazer um álbum instrumental que têm uma única canção no fim, a fechar, e que é um hino à arte de fazer música, ou por outra, um hino à própria música enquanto arte, que obriga a parar para ouvir a totalidade da obra e não apenas as suas partes dispersas é algo, no mínimo, corajoso.

Talvez seja este o canto do cisne dos Pink Floyd, apesar da vontade enorme que o Nick Mason têm de ir para a estrada e fazer tours. Não sei se o será precisamente pelo Nick Mason que já afirmou que se o David deixar de lado os Pink Floyd em definitivo se vai dedicar a fazer tours mundiais em que toca sozinho as partes de bateria do "The dark side of the moon", e que mesmo que isso não aconteça, quando morrer a inscrição na sua pedra tumular será "Não tenho bem a certeza se a banda acabou"!

Mas, como disse o próprio David, em entrevistas recentes, quem sabe se "Louder than words" não verá a luz do palco na sua próxima tournée do seu álbum a solo que sairá, eventualmente, ainda este ano!

Depois da desilusão de ter a certeza que nunca verei Led Zepplin ao vivo, Após o Robert Plant ter rasgado um contrato milionário que ia levar os Led Zepplin numa tou de 33 datas, espero vir a ter o prazer de assistir a um próximo concerto do David...

...ou, quiça, novamente a um de Pink Floyd...

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Piada estúpida sobre guitarristas

Quantos guitarristas são precisos para mudar uma lâmpada?

5

1 para mudar a lâmpada e 4 para dizer "Eu podia ter feito aquilo"

quarta-feira, 5 de novembro de 2014

Cada vez mais…


…acho que uma das melhores e mais uteis invenções da humanidade são os “Headphones”!
Eu adoro música! Aliás, gosto tanto de música que me dou ao trabalho não só de a ouvir, como também de a compor. Não raras as vezes, ando de um lado para o outro com melodias, pedaços de letras, arranjos de vários instrumentos dentro da minha pinha a organizarem-se e à espera de, quando são mais ou menos claros para mim, saltarem para um mundo de existência real.
Assim como eu adoro música, não tenho absolutamente nada contra as pessoas que também a adoram e gostam de ouvir. E, esclareço, não tenho absolutamente nada contra nenhum estilo musical. Mas, como toda a gente, há coisas que eu, simplesmente não gosto de ouvir…
…por exemplo, adoro música clássica, mas detesto bossa nova…
…adoro hard rock, mas não gosto de ouvir reggae se a dose exceder uma música no espaço de duas horas!
Isto não quer dizer que as músicas não sejam boas. Eu é que me reservo ao direito de gostar ou não delas, porque não tenho simplesmente de gostar de tudo!
Ontem estava no Metro. O dito empancou na estação do Intendente e por lá ficou mais de meia hora, de portas abertas. Eu estava ao pé da mesma, encostado. À minha frente um individuo de etnia Africana ouvia música pacatamente nos seus “headphones”, coisa que não preciso de fazer porque tenho um leitor de mp3 incorporado no cérebro, havia mais pessoas, como eu, com vontade de bater em alguém pelo atraso que o metro estava a ter, mas fora isso, a paz reinava naquele recanto da carruagem.
Nisto, um individuo caucasiano, farto de esperar, resolve entreter-se a ouvir música, pega no telemóvel e põe a tocar. O problema é que pôs para ele e para toda a gente que estava nas redondezas. Kizomba!
Não liguei muito, uma vez que esperava que o Metro arrancasse rapidamente, mas não se tendo isso verificado à medida que os minutos passavam, aquilo começou a parecer-me uma tortura cruel e desnecessária! Consequentemente, virei-me para o tipo e disse:
-Peço desculpa, mas a música está-me a incomodar. Não se importa de desligar, por favor?
O rapaz de etnia Africana olhou para mim com o ar de “Eh pah, isto não é normal”, coisa que não é, porque ninguém costuma chamar a atenção a ninguém por comportamentos absurdos. Já o tipo interpelado fez de conta que ninguém falou com ele! Eu olhei para o rapaz Africano com um sorriso e disse:
-Pois, pelos vistos importa-se! – e o rapaz riu-se.
Para que não sobrassem dúvidas, se é que havia algumas, chamei a atenção do tipo, tocando-lhe no braço, o que o fez olhar directamente para mim e repeti:
-Desculpe, mas a música está a incomodar-me. Pode desligar, por favor?
-Eu tenho direito a ouvir a música que quiser. Está-me a dizer que eu não posso ouvir música?
-Claro que pode, mas os “headphones” já foram inventados há uns anos.
-Se está incomodado mude de sítio. Eu estou aqui bem!
-Pois, desculpe, tem toda a razão! Obrigado pela sua demonstração de educação e civismo!
-Eu não tenho direito a ouvir o que quero?
-Claro que tem! Peço desculpa por tê-lo incomodado!
E posto isto, saquei do meu telemóvel de dentro do bolso e pus a rodar isto…


Disturbed - Down With The Sickness from Joro Pentagram on Vimeo.

…em altos berros, causando um riso sarcástico em quase toda a gente que estava por ali!

Não sei porquê, o tipo não ficou satisfeito, embora eu não o tenha incomodado mais e o tenha deixado com a sua (agora inaudível) música a tocar à sua vontade…