quinta-feira, 29 de setembro de 2016

As trampas que me ocupam a mente quando não está ocupada com outras trampas...

Não faço propriamente segredo nenhum do facto de que ando há anos a acumular dados para escrever uma história.
Mas é uma história muito complicada!
No entanto, é divertido e tenho encontrado montes de coisas que não fazem sentido misturadas com coincidências que fazem coçar a cabeça…

Vou dar-vos um exemplo:

Moisés!

Acho que ao mencionar este nome toda a gente tem uma ideia de quem é e da história deste homem. Mas ainda assim, cá vão alguns tópicos:

-Abandonado pela mãe, judia, numa cesta de verga, no rio Nilo.
-Encontrado por uma princesa Egípcia
-Criado como príncipe do Egipto
-Descobre já adulto que é Judeu
-Mata um Egípcio que castigava um escravo Judeu
-Foge do Egipto para o sopé do monte Sinai onde se casa
-Ouve o chamado da montanha onde sobe e se encontra com Yahweh, que lhe diz que deve voltar ao Egipto para libertar o seu povo
-Volta ao Egipto e perante a recusa do faraó, que basicamente tinha crescido com ele e era sua família, lança pragas terríveis sobre o Egipto
-Finalmente o faraó cede, depois da primeira pascoa, após o anjo da morte ter assassinado todos os primogénitos do Egipto, incluindo o filho do faraó
-Já depois de partirem o Faraó muda de ideias e persegue os escravos até ao mar vermelho, que Moisés abre para os escravos passarem, mas que manda fechar quando os egípcios estão quase a alcançá-los, fazendo os exércitos do faraó serem levados pela enxurrada
-Depois vão até Sinai, onde Moisés sobe a montanha e numa longa conversa com Yahweh, aproveitam para escrever os mandamentos
-Moisés desce e descobre que aquelas bestas quadradas que o viram a partir um mar ao meio, a fazer chover sangue, a invocar pragas de gafanhotos e outras coisas leves, afinal são burros que nem uma porta e resolveram fazer uma estátua de ouro na forma de um boi e começaram a adorar a estátua. Irritado parte as tábuas e os estúpidos são condenados a andar por quarenta anos no deserto de um lado para o outro até chegarem à terra prometida, que até nem ficava assim tão longe…
-Entretanto, derretem o boi de ouro e com ele fazem uma arca, seguindo as indicações de Yahweh, na qual guardam os restos das tablas e à qual o acesso é limitado

E é precisamente este objecto, tão famoso desde sempre mas mais ainda desde que foi encontrado pelo Indiana Jones, que é o busílis da questão!

Então comecemos pelo princípio.
Não há qualquer prova histórica de que os Judeus tenham sido escravos no Egipto.
Não há qualquer prova histórica de que Moisés tenha existido
Não há qualquer prova que que um povo inteiro tenha andado a deambular 40 anos pelo deserto
No entanto, a acreditar no livro do Êxodo, o próprio faraó mandou apagar todas as referências aos casos e não seria fácil encontrar provas de tribos de pessoal a deambular pelo deserto 3.500 anos depois!
Portanto, se assumirmos que a história é verdadeira, ainda assim há coisas que custam a acreditar. Custa a acreditar que um príncipe do Egipto renegasse toda a sua educação ou sequer acreditasse ser filho de uma escrava.
Mas aceito perfeitamente a possibilidade de que tal teria acontecido.
Custa-me a acreditar que o Faraó se passasse tanto da cabeça que depois de ter dito que os Judeus podiam partir tenha saído em sua perseguição com todos os exércitos…

Andemos para trás.

Antes do tempo de Moisés houve um Faraó, Akenatón, cuja mulher foi a bem mais famosa Nefertiti, que causaram uma revolução banir todos os cultos e instituir, tanto quanto se sabe pela primeira vez na história da humanidade, o culto ao Deus único, Aton. Claro que isto não caiu bem no clero e foi sol de pouca dura…
…no entanto, sendo Moisés um príncipe do Egipto, quem nos diz que a dissidência dele não se deveu ao culto a este Deus e não à descoberta da sua proveniência?

Várias ilustrações Egípcias mostram um objecto, que era levado para as batalhas e era mantido dentro de uma tenda onde se invocavam várias coisas. Esse objecto tinha a forma de uma caixa e era completamente dourado por fora tinha uma tampa onde se vê dois seres alados cujas asas se tocam. Curiosamente, todos os desenhos da arca da aliança são extraordinariamente parecidos com o objecto que é desenhado pêlos Egípcios.

As dimensões da arca, que estão inscritas na bíblia, são 2,5 cúbitos X 1,5 cúbitos X 1,5 cúbitos, ou seja 114 cm X 68,5 cm X 68,5 cm. Numa extrema coincidência, a medida interna do “sarcófago” (nunca ninguém lá foi sepultado) esculpido a partir de um único bloco de granito com uma precisão extrema para as ferramentas da época que está na câmara do rei na grande pirâmide de Gize é exactamente este!

A arca teria sido construída em madeira de acácia e revestida por fora e por dentro em ouro. Qualquer estudante de electrónica pode identificar tal coisa (dois condutores com um isolante no meio) como um capacitador.

Apesar de os egípcios terem a mania de escrever em qualquer pedacinho vago de qualquer parede, de tal maneira que fariam corar de vergonha a malta do grafitti de hoje em dia, não há, há excepção de pequenos símbolos, que se julga serem falsos na câmara do rei, qualquer inscrição em qualquer lugar da grande pirâmide. Se eu fosse um faraó e tivesse mandado construir aquilo como meu túmulo, caso em que seria talvez o maior egocêntrico que a humanidade já viu, certamente quereria que o meu nome estivesse por todo o lado

O certo no meio disto tudo é que não se sabe por que cargas de água a pirâmide foi construída. Sabe-se porque foi construída ali, mas não porque foi construída. Algumas hipóteses afirmam (cada vez mais suportadas por dados mensuráveis e não por teorias) que talvez a pirâmide tivesse um propósito bem diferente: Produção de energia. Se fosse esse o caso necessitaria de um capacitador. A arca era um capacitador.

Será que o Faraó partiu atrás dos Judeus ao descobrir que Moisés roubou a arca de dentro da grande pirâmide?
Afinal foi a partir deste ponto que o Egipto começou num longo declínio, que se acentuou ainda mais quando Ptolomeu, general de Alexandre, se tornou Faraó, não por direito divino mas por imposição militar.

Mas, caso esta hipótese seja verdadeira ainda sobra a maior das perguntas: Mas quem é que construiu e para que foi construída a grande pirâmide?

É com este tipo de coisas que me divirto, quando não estou a tocar ou a construir guitarras…

…temas leves…



terça-feira, 20 de setembro de 2016

Nmismo: O império de Arabutã

O império de Arabutã não durou muito. Não chegou a durar um século.
E pronto, esta história podia ficar por aqui, mas não! Do império saiu uma república radical, uma vez que a população geral não tardou a adoptar os hábitos indígenas de ritualizar todos os dias…
…que também não durou muito! Sobretudo porque um lugar onde ninguém pensa acaba por ser muito difícil de gerir! Assim sendo, tal como o fizeram os habitantes de Polo (lembram-se da cidade que era tão a norte que quando se entrava nela só se podia sair para sul?), acabaram por pedir auxilio aos Absolutistas que impuseram a ordem durante bastante tempo.
Entretanto, muitos Cientologistas fugiam dos reinos do meio, por vista das perseguições que lhes eram movidas, e refugiavam-se nestes reinos remo-tos. Foram estes que levaram a que Arabutã se transformasse de novo numa república, expulsando os Absolutistas! No entanto, também os Cientologistas começaram a ser alvo de perseguições, pelo que o reino caiu de novo num impasse! Sem ninguém que pensasse, os governos foram-se sucedendo!
Até que um dia emergiu do povo um homem, Calamar, o Molusculo, assim chamado porque era um bocado mole nas partes intermédias, que assumiu o governo com a promessa de melhorar tudo para todos. Era adorado como um Deus vivo pelo povo, mas, como em todas as democracias, acabou o seu mandato e foi eleita a sua sucessora, indicada por ele para as eleições.
Mas as coisas já não correram tão bem!
Por esta altura começam a correr rumores que deram origem ao caso que ficou conhecido como o escândalo da cevada. Aparentemente, altas patentes dos diversos partidos desviavam cevada que era vendida a preços baixíssimos para os reinos do meio, pratica essa que durava já desde os tempos de Baalbaq, o Asqueroso, em troca de tremoços da candonga que eram introduzidos nos mercados oficiais a preços normais, levando a lucros de milhões.
Havia tanta gente envolvida no esquema que o problema era encontrar inocentes.
Mas foi quando Calamar, o Moluscilo, foi acusado de fazer parte do esquema que as coisas deram mesmo para o torto. A presidente ainda o tentou ajudar, metendo-o no governo, mas isso levantou uma tal onda de protestos que levou à sua destituição. Para o seu cargo subiu o vice-presidente que, apesar de estar também implicado, não podia ser acusado por fazer parte do governo o que levou a que muitos outros reinos não reconhecessem a sua autoridade, fazendo com que Arabutã, depois de um rápido crescimento, se afundasse num mar de corrupção onde ninguém pensava.
Neste altura houve alguém que teve uma ideia de como solucionar a situação, mas foi preso, acusado de pensar e acabou por ser morto por uma multidão que gritava em fúria o mandamento único “Não pensarás”!
Depois vieram as cheias…

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Nmismo: Os Tugos e o grande reino da Arabutã (continuação)


O chamado reino de Arabutã tinha muito espaço livre! Mesmo muito! Tinha tanto espaço livre que não tardou muito a que os Tugos, confinados a um pequeno rectângulo de terra nos confins dos reinos do meio (embora na altura ainda ninguém chamasse reinos do meio aos reinos do meio, uma vez que to-dos achavam que os reinos do meio estavam numa ponta), começassem a ser lá despejados e começas-sem a fazer quintas para produzir cevada com fartura. Ainda assim, a capacidade dos barcos que fizeram as primeiras travessias dos mares de Atlén não eram muito grandes, para além de que a viagem durava semanas e era perigosa! Assim sendo, viraram-se para os vermelhos locais como força de trabalho!

Os vermelhos nunca haviam trabalhado um dia da sua vida! O mais próximo do conceito era caçar, e mesmo isso era feito apenas em caso de necessidade. As florestas providenciavam tudo o que necessitavam.

Ainda assim, alguns foram forçados a experimentar trabalhar, mas não gostaram! Quiseram obriga-los à força a trabalhar, mas eles continuaram a não gostar! A dada altura começaram a refugiar-se nas florestas, de onde saiam apenas para roubar produto da destilação da cevada! É que eles acabaram por se tornar os Nmistas mais que perfeitos. Cumpriam o ritual todos, mas mesmo todos os dias. Pior, até as mulheres cumpriam o ritual, coisa inédita até então…

Consequentemente, os Tugos chegaram à conclusão de que não os deviam incomodar e Arabutã de-morou muito, mas mesmo muito tempo a encher, sobretudo de povos Bárbaros que eram convidados nos reinos do sul a promissoras carreiras enquanto trabalhadores agrícolas em troca de cama, mesa e jogos de sado-masoquismo. Digamos que os Bárbaros não ficavam muito contentes, para espanto dos Tugos, que não percebiam o porquê…
Entretanto, o filho de um dos Reis dos Tugos acabou por ir para Arabutã e, lá chegado, declarou que seria imperador de lá do sítio e que Arabutã deixava de pertencer aos Tugos. Embora nunca ninguém tenha percebido o porquê, além da mania das grandezas do rapaz, a coisa acabou por ficar assim e todos os que lá estavam passaram a ser designados por Aranbutaneiros, o que era complicadíssimo de dizer, mas ainda assim, foi o que ficou!
Durante os séculos que se seguiram, até ao grande cataclismo, os Aranbutaneiros e os Tugos sempre se acharam povos irmãos, o que muito divertia as outras nações. Todos os outros diziam “são povos irmãos porque podemos escolher os amigos ou os aliados! Já a família…”
E foi assim que nasceu e se estabeleceu o reino de Arabutã, mas ainda haviam de se passar alguns séculos até que a história mais influente deste reino acontecesse…

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Nmismo: Os Tugos e o grande reino da Arabutã

Como já foi afirmado exaustivamente, mas convém sempre reforçar, os Nmistas não pensávam! Os Radicais radicalizavam esta proposição, fazendo do não acto de não pensar uma refinada arte, aprimorada ao longo das suas vidas. Enquanto jovens eram castigados assim que se lhes apresentava no espírito qualquer resquício de um pensamento, e isto fazia deles adultos não pensantes, coisa de que se orgulhavam! Aliás, o prestigio social entre os radicais media-se exactamente pela capacidade de não pensar.
Para terem uma ideia mais ou menos concreta do que eram os reinos, impérios e republicas radicais, aquilo era uma espécie de Rússia, mas numa versão a esteróides!

Depois havia os Racionalistas Absolutistas que, embora não pensassem, raciocinavam, meditavam, cogitavam…
…e a vida era mais simples para eles, um bocadinho menos caótica…

Mas, muito antes do estabelecimento dos reinos Racionalistas Cientologistas e das guerras que os baniram, já aqui relatadas, muito antes do tempo a Mattatturru, filho de Matturru, o grande rei da Lupolândia, muito antes de Uruk, o pequeno, séculos antes de Balbaaq, o asqueroso, ter pisado o mundo, muito antes das três correntes Nmistas se terem separado, estas três correntes equiparavam-se a classes sociais, sendo os radicais os mais numerosos, Os absolutistas uma espécie de elite, e os cientologistas a elite da elite!

Mas isto numa época em que se acreditava que o mundo era plano e que o Sol era uma enorme lanterna arrastada por um carro de bois no céu, conduzido por um qualquer Deus inominável, uma vez que as crenças religiosas desses tempos acabaram por se perder nas trevas do tempo.
Nessa altura o grande mar de Atlen ainda não tinha sido atravessado, e consequentemente os Méricos ainda não existiam…
…ou por outra, existiam, mas estavam lá quietos na vida deles e não se chamavam a eles próprios de Méricos.

Foi por esta altura que a Tugalândia se constituiu, bastante contra a vontade dos reinos vizinhos que não viram aquilo com muito bons olhos, sobretudo os Hiberes, a quem as terras pertenciam! A coisa foi tal que, séculos depois, aquando do grande cataclismo, ainda existiam disputas territoriais entre as duas nações!

Um dos cientologistas Tugos, Mareas, o Nauta, assim chamado porque enjoava cada vez que punha os pés num barco, achou que se devia saber o que estava nos limites do mundo. As lendas afirmavam que só havia dragões e outros bichos esquisitos, mas como nunca ninguém tinha visto um dragão ou coisa que sequer se parecesse (o mais perto era um crocodilo, mas nunca ninguém tinha visto um a cuspir fogo, além de Benzequias, o Tretas, a quem ninguém dava qualquer crédito, sobretudo após as sessões Nmistas de sábado à tarde) Mareas não acreditava muito que a realidade fosse como as lendas afirmavam! Assim, após chatear a cabeça de seu tio, Colonus, o Lavrador, assim chamado porque tinha uma enorme quinta para as bandas de Idevê-Las que era a sua verdadeira paixão e para onde ia cultivar batatas e couves sempre que podia, durante anos, lá conseguiu que este lhe oferecesse um barquito e financiasse uma expedição ao fim do mundo!

Ora, como sabemos hoje em dia, o mundo é redondo, pelo que nunca conseguiram cumprir o objectivo, mas após terem descoberto uma catrefada de ilhas que ninguém sabia que existiam, fazendo da expedição um sucesso, outras vieram, alargando o mundo consideravelmente, até que chegaram a um sítio por demais interessante! Quando chegaram apenas viram florestas a perder de vista e resolveram chamar de Arabutã ao local! Só mais tarde descobriram que aquilo afinal tinha lá gente, que eram vermelhos, e ficaram cheios de inveja porque os homens de lá não precisavam de fazer a barba!


Rapidamente estes povos vermelhos aderiram ao Nmismo. Bastou-lhes provar o produto da destilação da cevada em recipientes de sílica fundida (a nomenclatura de “caneca” só foi inventada mais tarde), uma vez que mesmo antes de lá chegar o Nmismo eles já não pensavam…

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

As palavras que esperam por música há anos...

Digo-te,
Se as palavras fossem liquidas
Derramava-as sobre o teu corpo,
Sobre os lugares escondidos
Onde o fogo apaga a razão!

© C. N. Gil

terça-feira, 6 de setembro de 2016

Ouvido de passagem à porta do PD do Cais do Sodré

"No outro dia choveu choviscos..."

Se eu, a estas horas impróprias, já venho estilo Zombie saído de uma qualquer série de televisão manhosa, ouvir algo assim acaba com o resto!
Fiquei com um Cãibra Cerbr... Cebrel... na pinha!