I
Olha para o que aconteceu desde que partiste
Um bezerro de ouro está sentado no teu trono
Todos a adorar uma mentira
Sem saberem o quanto morrem por dentro
Os Deuses vãos dos nossos tempos
Que se banham em ouro e orgulho
Morrem em busca de fama
E o mundo fica na mesma
Mestres da Ilusão
Com medo do esquecimento
Todos Ídolos com pés de barro
Vazios por dentro e a venderem-te a sua carne
Os Deuses vãos dos nossos tempos
Que se banham em ouro e orgulho
Morrem em busca de fama
E o mundo fica na mesma
II
Vi incredulo
O desmoronar dos nossos sonhos
A conquista da sanidade pela loucura
Em directo nos stream de media
Tudo em directo na TV
Em plena luz do dia, para o mundo ver
Conclusões tiradas é preciso reagir
Atacar, atacar, atacar
Cegos pela fé em enganadores
Todos queriam vingança
E acabaram por comprar uma guerra
Sem trincheiras nem tréguas
Então sentes que nada está certo,
Isto é um jogo de perguntas
Estás há muito numa busca
Mas não sabes onde está a verdade?
Há uma voz na tua cabeça
Porque é que não a ouves?
Para que é que lutas afinal? A tua vida ou os interesses de uns poucos?
Tens que discernir o que é correcto. Acreditas nas notícias?
Começas no teu caminho
E és cego pela luz
Tantas falsas verdades
Que não dá para destingir a certa
Há uma voz na tua cabeça
Porque não a ouves?
Há uma consciência na tua cabeça
Porque é que não a ouves?
III
Então é isto?
Irá a indiferença fazer-nos cair?
Não haverá algum herói que ainda sobre para nos salvar?
Somos nós quem permite
Tão poucos fazerem tanto sem nosso conhecimento
Não é como se eles fossem lobos disfarçados
Portanto, porque é que continuamos a sustentar as suas mentiras?
Eles vão esconder a verdade com um véu espesso
Para não saíres antes de o espectáculo acabar
Mas pensa e vais descobrir
Que és só carne fresca
E eles estão prestes a comer
Não é como se eles fossem lobos disfarçados
Portanto, porque é que continuamos a sustentar as suas mentiras?
Nó vê-mo-los, falamos com eles e até votamos
E isso é mesmo antes de eles atacarem, directo ao pescoço
IV
A afogar num mar de informação
Afastado da fonte da criação
Levado até ao limiar da loucura
Sem significado para a eternidade
Eles querem controlar o que dizes e deixas de dizer
Querem controlar o pensamento
O plano deles é enganar, querem que acredites
A vida é o que compraste
Então sentas-te em frente à tua TV
Passa-se tanta coisa, mas consegues ver?
És só um número, uma coisa
Um pequeno pino numa máquina enorme
Eles querem controlar o que dizes e deixas de dizer
Querem controlar o pensamento
O plano deles é enganar, querem que acredites
A vida é o que compraste
V
Quantas versões há de cada um de nós?
Tens a certeza que tu és tu, ou és outra pessoa qualquer?
Porque é que não te importares é uma escolha?
É assim tão difícil olhar? Atreves-te sequer?
Está certo
Olhar para o lado
E deixar o mundo rebentar?
Porque recusares-te a escolher
Quando são as escolhas que nos fazem crescer?
Tudo o que se sabe
É o que é visto
Num ecrã de média
E rimos do palhaço
Enquanto o circo arde!
Vidas obscurecidas por nuvens de fantasia
Que mascaram o quanto a realidade é feia
Faz-se streaming de dias infinitos de apatia
Com factos tornados mentira pelas ideologias
Está certo
Olhar para o lado
E deixar o mundo rebentar?
Porque recusares-te a escolher
Quando são as escolhas que nos fazem crescer?
Tudo o que se sabe
É o que é visto
Num ecrã de média
E rimos do palhaço
Enquanto o circo arde!
VI
O ar parece carregado
Electrificado
Uma calma relativa antes da tempestade
A vida parece codificada
O destino ligado
A coisas sem feitio ou forma
A vida tem de ser mais
Que dias sem fim
Tem de haver significado
Algo que transcenda!
Um estranho sono acordado
Cái com tal profundidade
Que parece matar a alma
Só conchas deixadas para trás
Quebradas por dentro
À espera de envelhecer
A vida tem de ser mais
Que dias sem fim
Tem de haver significado
Algo que transcenda!
Tudo parece ser mais
Que aquilo com que conseguimos suportar
Poderá alguém, por favor,
Dar-nos esperança?
Não há mais profetas
Não há mais verdades
Parece que fomos deixados sozinhos
Agora o dinheiro é poder
O poder é lei
E a vida pesa como uma pedra!
A vida tem de ser mais
Que dias sem fim
Tem de haver significado
Algo que transcenda!
Tudo parece ser mais
Que aquilo com que conseguimos suportar
Poderá alguém, por favor,
Dar-nos esperança?
My friend, isto é mesmo épico!
ResponderEliminar(tens ali muito boas reviews) 👍
É por isso que eu continuo a dizer que a(s) religião(ões) faz(em) falta ao ser humano para tentar dar algum equilíbrio a tanta loucura.
Mas por outro lado... num mundo louco vivemos nós desde que há memória... mesmo nesses outros tempos em que os profetas se faziam anunciar.
É, quem diz que o mundo está perdido não viveu na idade média, nem na primeira metade do sec XX LOL
ResponderEliminarNão serão os profetas mais loucos que os loucos?
Bj Grande :)
Gostava de ter capacidade para comentar este poema como merece.
ResponderEliminarAbraço e bom fim-de-semana
É uma simples tradução, Elvira :)
EliminarEnorme abraço e Bom FDS :)