quarta-feira, 27 de maio de 2015

Não sou dado a...

...poesia.

Podia até ser...
...mas não sou!

Não quer dizer que não tenha lido boa poesia nos últimos tempos. Aliás, até fiz a apresentação de um livro do colega, poeta e, mais que tudo isso, amigo Paulo Nogueira. Além disso tenho o privilégio de ser amigo da Olívia Santos, do Joel Lira, do Emanuel Lomelino...
...e até faço parte da família de Mário Máximo, marido de uma prima, embora tenhamos privado muito pouco ao longo dos anos (tão pouco que nem sei se ele me reconheceria de repente, se nos cruzássemos sem ser em algum evento de família).

Nem quer dizer que não a escreva, mas faço-o somente porque a prosa não fica tão bem musicada e mesmo assim não posso deixar de olhar para o que escrevo e pensar que...
...está muito longe do ideal!

Na verdade acho que a culpa é do Fernando Pessoa. Lê-lo estragou-me. Sempre que leio poesia fico com a mesma sensação que se tem ao sair de um Mercedes topo de gama e entrar num Morris Marina: ambos servem para o mesmo, ambos são o mesmo na sua essência, mas a comparação tem que acabar aí, porque não têm nada, mas absolutamente nada a ver um com o outro!

Mas ainda assim, nas minhas deambulações, por vezes encontro algo com que me relaciono.

Por isso, aqui fica, do amigo e companheiro de armas Emanuel Lomelino, um pequeno soneto.


GANHAR E PERDER

Se na vida atingimos a glória
através das batalhas travadas
algumas metas conquistadas
jamais nos ficam na memória.

Se a vida, por si só, é vitória
p'lo sucesso das empreitadas
não serão as vitórias alcançadas
um sinal de conquista ilusória?

E que mérito há numa guerra
se guerrear é de gente canalha
e ganhar não significa vencer?

Que louros o triunfo encerra
se na vida tudo é uma batalha
e ganhando pode-se perder?

EMANUEL LOMELINO

segunda-feira, 25 de maio de 2015

Lembram-se disto?

(e refiro-me concretamente a este post)

Pois...

No Sábado passava por Corroios quando, inadvertidamente, tropecei numa feira da juventude. Como até tinha carroceis e afins lá parei por ali para a Mini Me ir dar uma voltinha.
Enquanto deambulava ao longo das barraquinhas sou, de repente, abordado por uma jovem:
-Olá, boa tarde.
-Boa tarde - respondi eu amavelmente.
-Olhe, nós somos um grupo de dança Hip-Hop e fomos escolhidos para representar Portugal num concurso em... (não registei onde) ...e estamos a vender umas rifas para ajudar. Não nos quer ajudar?
Olhei para ela durante alguns segundos, enquanto pensava de mim para mim nas estranhas ironias que o Universo teima em atravessar-me à frente. Só depois respondi.
-Adorava ajudar mas não posso! O Hip-Hop é contra a minha religião e nem sequer combina com a minha personalidade!
A expressão da rapariga foi impagável...

Sei que o Karma é tramado e um dia vou levar com isto na tromba, mas Sábado não foi esse dia!

(Se um dia alguém me vir num lado qualquer a ouvir Hip-Hop, Kizomba, Kuduro, Bossa Nova ou Rap sem ter um ar de sofrimento atroz estampado no rosto, por favor, abatam-me, porque isso será sinal de que já fiquei senil e já não sei distinguir as coisas...)

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Acerca do festival da canção da Eurovisão e da música em geral

A grande maioria das músicas que se ouve na rádio seguem uma de duas formulas, ou em alguns casos seguem mesmo as duas:

- Mais baseadas no Blues, com uma progressão de acordes 1-1-4-1-5-4-1-5
- baseadas na progressão vencedora 1-5-6-4

Para os que se estão a perguntar o que é isto, faço uma breve explicação; o 1 representa a tónica base da música e os restantes números os acordes relativos em relação à tónica, ou seja, se tomarmos o segundo exemplo e considerarmos o Dó como nota base teríamos a sequência Dó-Sol-Lá-Fá.
Esta segunda sequência é sobejamente conhecida como “as músicas de quatro acordes” e, sem dúvida, a maior parte dos êxitos que se têm ouvido estão nesta progressão ou em alguma variante da mesma (não é invulgar começar a progressão no 3º acorde, ficando assim 6-4-1-5). Duvidam?
Então vejamos (mencionando apenas algumas famosas, para isto não ser entediante):

Africa – Toto
Ai se eu te pego – Michel Teló
All of me – John Legend
Apologise – One republic
Bailando – Henrique Iglésias
Barbie Girl – Aqua
Bullet with Butterfly wings – Smashing Pumpkins
California King Bed – Rihanna
Can you feel the love tonight – Elton John
Con te partiró – Andrea Bocceli
Don’t stop believing – Journey
Down under – Men at work
Electrical Storm – U2
Forever young – Alphaville
Glycerine – Bush
Grenade – Bruno Mars
Head over feet – Alanis Morrissette
Higher love – Steve Winwood
I was here – Beyoncé
If i were a boy – Beyoncé
I’m yours – Jason Mraz
It’s my life – Bon Jovi
Let it be – Beatles
Like a prayer – Madonna
Não me toca – Ansemo Ralph
No one – Alicia Keys
No woman no cry – Bob Marley
Numb – Linkin Park
One of us – Joan Osbourne
Paparazzi – Lady Gaga
Paradise – Coldplay
Poker face – Lady Gaga
Price tag – Jessie J
Take on me – A-ha
Tears of the dragon – Bruce Dickinson
Tonight she comes – The Cars
Torn – Natalie Imbruglia
Umbrella – Rihanna
Whenever, Whereever – Shakira
With or without you – U2

...e poderia continuar com a lista, mas acho que já deu para perceber.
O que é que varia entre estas músicas todas? A harmonia vocal e a letra. Ah, e já me esquecia, a tonalidade da música.
Quer isto dizer que não há dificuldade nenhuma em  cantar a letra do “with or without you” por cima da “Paradise”, ou de “Umbrella”. Cabe quase tudo nesta simples progressão.

Outra coisa que varia, mais, faz com que estas músicas sejam bem distintas entre si são os arranjos e a produção das mesmas. Se levarmos em conta que na lista acima tanto se encontram musicas de cariz clássico como de Heavy metal, algo tinha de as distinguir…

A música que foi para a Eurovisão a representar Portugal foi mais uma, padronizada, mas sem grande sal, e é precisamente o sal que distingue as músicas. Já se percebeu que quem produz o festival não tem grande interesse em fazer um brilharete. Ir lá representar Portugal não é mais do que picar o ponto. Se assim não fosse, no momento em que o festival encerra em Portugal, com a escolha da música vencedora, a música deveria ir directamente para as mãos de um produtor de nível internacional (cá há pelo menos um, que já colaborou em álbuns das maiores divas da canção a nível mundial) para que a música fosse completamente reproduzida e repensada para fazer impacto no sítio onde se vai apresentar.
Em vez disso, como é um costume tipicamente Tuga, pauta-mo-nos pela mediocridade…
…e quanto muito queixa-mo-nos depois que a mediocridade dos outros foi melhor que a nossa.
Não vi a eliminatória de ontem do Eurofestival, vi apenas as primeiras duas ou três actuações, mas aquilo que vi, embora fosse mais do mesmo, estava mesmo bastante bem produzido…
…e a avaliar pelo que sempre aconteceu (as músicas permanecem imutáveis entre o festival RTP e a Eurovisão – ao contrario do que fazem outros países) a nossa nem por isso…
…e francamente, é pena…

…mas é o que temos!

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Hoje,...

...não me apetece escrever nada, portanto podem seguir para outro lado!

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.O quê? Ainda aqui estão? Não há aqui nada, já disse!
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Já percebi, estão à espera que apareça alguma coisa neste post, uma frase bombástica ou assim, não é? Pois então...
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...não há! é mesmo só isto. Inté amanhã!

:)

terça-feira, 19 de maio de 2015

B.B. King's First Guitar from B.B. King Museum on Vimeo.

Nasceu Riley Ben King numa plantação de algodão, no sul dos Estados Unidos, em 1925.
Aos nove anos vivia sozinho a apanhava algodão como forma de se sustentar.
Começou a tocar na rua por trocos.
Em 1947 muda-se para Memphis. Queria ser músico e aquela era uma cidade vibrante na altura.
Um dia ouviu T-Bone Walker a tocar “Stormy Monday”numa guitarra eléctrica e ficou maravilhado. Pôs de lado a sua guitarra acústica e dedicou-se à guitarra eléctrica e aos Blues.
Começou a actuar na rádio em 1948. Foi aí que precisou de um pseudónimo radiofónico e foi apelidade de Beale Blues Boy, que mais tarde foi abreviado para Blues Boy King e que passou depois ao nome pelo qual ficou conhecido no mundo B. B. King.
No final de 1949, num concerto num salão de dança no Arkansas, deflagrou um incêndio. Era comum haver bidões com querosene a queimar para aquecer o ambiente. Numa rixa que aconteceu durante o concerto um dos bidões foi entornado, pegando fogo à sala. Já fora do edifício e a salvo, BB King dá conta que a guitarra ainda esta no edifício. Volta para lá, salvando a guitarra e escapando por pouco. No dia a seguir fica a saber que a rixa se deu por causa de uma mulher chamada Lucille. Baptizou a sua guitarra com esse nome, para se lembrar de nunca se envolver em lutas por causa de mulheres e de não entrar de novo em edifícios em chamas.
Em 1951 teve um enorme êxito “Three o’clock blues” que o levaram a torneés sucessivas com medias de 250 concertos por ano.
A sua maneira de tocar, lenta e com poucas, mas muito expressivas notas, o vibrato que tinha na mão, o sentimento e musicalidade que conseguia dar a cada nota fizeram dele um guitarrista impar. Foi uma influência determinante para Eric Clapton, Buddy Guy, Johnny Winter, Albert King, George Harrison, Jeff Beck e Jimi Hendrix, que o considerava o melhor guitarrista do mundo.
Sempre foi generoso para com os outros músicos que partilharam o palco consigo, como atesta Joe Bonamassa, que saltou para a ribalta aos 12 anos quando fez uma primeira parte de um concerto do mestre.
Ganhou inúmeros prémios ao longo da sua carreira e actuou em mais de noventa países.
Faleceu enquanto dormia, aos 89 anos, no passado dia 15 de Maio devido a complicações causadas pela diabetes tipo II.
O seu legado ficará!

Obrigado, Riley King.

B.B King-The Thrill İs Gone from sandinista41 on Vimeo.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

Atão nã é...

...que me achego-me aqui e descubro que esta coisa já tem mais de 10.000 visualizações...?!?

Ao que o mundo está a chegar!


P.S. - Obrigado aos que se dão à pachorra...